Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Julian Alves Estudante Vitória da Conquista - BA, Brasil 3K

Num dicionário bilíngue italiano–português vem registrada a seguinte locução «tanto che» que apresenta como tradução: «tanto (assim) que» e «de modo que».

A locução «tanto assim que» realmente é registrada na língua portuguesa? E se ela existe, ela se enquadra nas consecutivas?

Faço saber um exemplo do dicionário citado: «Cheguei cedo, tanto assim que ainda não havia ninguém.»

Muito obrigado, desde já, pela resposta dada.

Narcisa Garina Estudante Benguela, Angola 1K

Aqui em Angola, ocorre, tanto na linguagem oral como na escrita, um fenómeno linguístico que consiste em começar a frase com sujeito indeterminado e no final dela explicitar o sujeito começando com a preposição em.

Exs.:

*Lhe bateram no João.

*Vão ralhar na Mingota.

*Roubaram o teu arroz no Joaquim.

É bem provável que essas construções estejam erradas do ponto de vista normativo, mesmo assim, gostaria de saber uma possibilidade de análise sintáctica, principalmente a do sujeito iniciado por em («no João», «na Mingota», «no Joaquim»). Uma hipótese que melhor descreveria esse fenómeno, qual seria?

Muito obrigada!

Paulo Ferreira Professor Aveiro, Portugal 2K

Estou a fazer uma tradução e, com base na máxima «com ferro se mata, com ferro se morre», surgiu-me a seguinte dúvida: posso dizer «matou uma a ferro e outra à fome», ou terei mesmo de dizer «matou uma com o ferro e outra à fome»?

Matar pede a preposição a apenas em frases como «matou à fome», «matou à pancada», «matou à paulada», ou pode ser extensível a outros casos que não encontro na net nem em livros?

Reconhecido pela atenção dispensada, despeço-me com respeitosos cumprimentos.

Graça Correia Professora Lisboa, Portugal 8K

Por motivos familiares, convivo frequentemente com brasileiros, todos eles com cursos superiores. Uma das frases que pronunciam repetidamente e que me choca bastante é «deixa eu ver», «deixa eu fazer».

Já tentei explicar que a frase está mal construída. Inutilmente. É de tal forma que até eu já tenho dúvidas!

Estas construções estão efetivamente erradas?

Agradeço os vossos sempre úteis esclarecimentos

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Brasil 1K

O adjetivo esbulhado pode selecionar a preposição com, reger a preposição com?

«Sentiu-se esbulhado com o que houve.»

E nesta frase:

«O Imperador viu-se esbulhado de reinar com este ato.»

Nesse caso, a preposição com refere-se a que constituinte frasal? Não será igualmente regida por esbulhado como se dá à preposição de?

Muito obrigado ao vosso excelente trabalho!

Fernando de Carvalho Bibliotecário São Paulo, Brasil 2K

Gostaria de saber a regência verbal de logar(-se): "logar(-se) em" ou "logar(-se) a"?

Fernando Pestana Professor Porto , Portugal 2K

Na frase «A linguagem é o recurso último e indispensável do homem», se o adjetivo destacado for deslocado para antes do substantivo recurso («último» recurso), haverá alteração de sentido frasal?

Há diferença semântica entre «último recurso» e «recurso último»? Se sim, qual?

Muito obrigado!

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 37K

Há alguma diferença entre «convidar para» e «convidar a»? Se sim, quando devemos usar esta expressão e quando devemos usar aquela? Estou particularmente interessado neste caso: «Convidou-me a escrever um livro» ou «Convidou-me para escrever um livro»?

Muito obrigado.

Felipe Gomes Estudante São Minas, Brasil 2K

No verso de Camões «Amor é um fogo que arde sem se ver», seria correto dizer que «sem se ver» seria um adjunto adverbial de modo?

Quer dizer: o modo como se arde é «sem se ver» (ou no caso, com o pronome apassivador se = arde sem ser visto).

Seria «sem se ver» um adjunto adverbial de modo (termo acessório) do predicativo «arde»?

Poderiam me responder por enorme gentileza?

Obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Quero remontar ao ano de 2012, quando foi respondida a dúvida de Daniel Dimas Pelição, em 12 de março.

A questão tratava especificamente de predicativo do sujeito, mas, ao examinar a nota da consultora Eunice Marta, ao final da resposta, ficou-me uma dúvida quanto à concordância verbal e a classificação sintática de sujeito/predicado, quando se inverte a posição dos termos na frase.

Se não, vejamos:

«Amigos é o que não lhe falta» – sujeito: «amigos»; verbo no singular.

«O que não lhe falta são amigos» – sujeito (?): «o que não lhe falta»; verbo no plural.

Pergunto: alterando-se a ordem dos termos, alteram-se-lhes as funções sintáticas, ou seja, o que era sujeito torna-se predicativo, e vice-versa? E assim também a concordância verbal?

Obrigado.