Gostaria de saber se a frase: «José de Tal. 40 anos servindo à sociedade» está correta. A pergunta está relacionada ao uso da crase após o verbo servir, já que o mesmo tem, em princípio, a regência de transitivo direto e intransitivo. Alguns dicionários o recepcionam somente como tal; outros, também com regência de transitivo indireto.
Grato.
Antes de mais, parabéns e obrigada por este espaço!
Se tivermos a intenção de não colocar o sujeito em foco, apenas as frases a) 2 e b) 2 poderiam ser utilizadas?
A forma: «Por mais dúvidas que se queiram solucionar» é preferível a «Por mais dúvidas que se queira solucionar»?
Agradecida.
Sou estudante e encontro-me com bastantes dificuldades na sintaxe do português, nomeadamente, no que se refere aos complementos preposicionados. Apesar de ter consultado várias obras gramaticais (Celso Cunha, Maria Helena Mira Mateus) e de ler todas as respostas do Ciberdúvidas no que respeita aos complementos do verbo, continuo sem saber que função sintáctica atribuir aos complementos preposicionados. Além de que, na Gramática do Português Moderno, José Manuel de Castro Pinto e Maria do Céu Vieira Lopes, Plátano Editora (ensino secundário), na página 183, deparo–me os seguintes exemplos:
A Rita chamou pelo pai. CD pelo pai
O Nuno cumpre com as obrigações. CD com as obrigações
O professor pegou no livro. CD no livro
Naquela exposição, gostei de muitos quadros. CD muitos quadros
Na obra de Celso Cunha, na página 513, pode ler-se o seguinte:
«A ligação do verbo com o seu complemento, isto é, regência verbal, pode fazer-se:
a) directamente, sem uma preposição intermédia, quando o complemento é objecto directo.
b) indirectamente, mediante o emprego de uma preposição, quando o complemento é objecto indirecto.»
Conheço os testes que permitem identificar os complementos directos, indirectos e oblíquos, mas tenho dificuldade em classificar as funções sintácticas dos complementos preposicionais. Se os complementos preposicionais têm funções de complemento directo e indirecto, como distingui-los?
Muito obrigada.
Gostaria de tirar uma dúvida: a expressão «anda andando» seria classificada como o quê?
Desculpem-me a presunçosa intervenção, visto que não sou nenhum douto em nossa língua, mas acho que houve um equívoco quando se disse que os falantes brasileiros empregam a forma «lhe» em substituição das formas «o», «a», «os», «as» na resposta dada pela consultora Sónia Valente Rodrigues no dia 21/06/2007. Gostaria apenas de relembrar que a substituição mais comum no português do Brasil é a do «tu» por «você», principalmente nas regiões influenciadas pelo Rio de Janeiro e por São Paulo (é verdade, isto já inclui quase todo o país, mas há exceções nos extremos sul, principalmente, e norte). Como a concordância de «você» é feita com a terceira pessoa, então o pronome pessoal «lhe» acaba por substituir o pronome de segunda pessoa e não os de terceira pessoa.
As letras das músicas usadas na resposta, ao contrário do que foi dito, aplicam o «lhe» para as pessoas com quem falam e não de quem falam. Seguem abaixo trechos das músicas em questão (as aspas foram postas por mim).
Tomara – Toquinho e Vinicius
(trecho)
Tomara que «você» volte depressa
Que «você» não se despeça nunca mais
do meu carinho
E chore, se arrependa e pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara que a tristeza «lhe» convença
Que a saudade não compensa
Coisinha do Pai – Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos
(trecho)
«Você» vale ouro, todo o meu tesouro
Tão charmosa da cabeça aos pés
Vou «lhe» amando, «lhe» adorando
Digo mais uma vez
Agradeço a Deus por que «lhe» fez
Obviamente, não sou dono da verdade e agradeço imensamente que me corrijam se eu estiver enganado.
Grato pelo bonito trabalho deste site e pela possibilidade do livre debate.
«Ela fez menção de levantar-se, ir embora, porém meu olhar acolhedor ou talvez o medo do ridículo a retiveram.»
Sabe-se que o termo talvez, quando anteposto ao verbo, obriga ao modo subjuntivo. A frase acima envolve, entretanto, alguma particularidade, pois o advérbio se refere apenas a um dos núcleos do sujeito composto. Mesmo assim, deveria ser «retivessem», supondo a conjunção com caráter aditivo?
Obrigado.
[Acedi a um sítio e] deparei com a seguinte pergunta de múltipla escolha:
«Diga quantas orações se encontram neste parágrafo: "Atenção! Silêncio! Gritava a professora, enervada, quando o director entrou."» Duas, três ou quatro?
Segundo o que está assinalado, há aí quatro orações. Ora, no meu tempo, as orações eram contadas de acordo com o número de verbos existentes, pelo que apenas consigo encontrar duas, apesar de poder estar elidida uma forma verbal antes de "enervada".
Serei eu quem está a ser obtusa?
Antecipadamente grata pela vossa resposta.
Gostava que comentassem esta frase (in Público de 17/07/2007):
«Helena Roseta é dos cabeças de lista vencedores uma das que mais competências tem na área autárquica e urbanismo, foi presidente da Câmara de Cascais, é arquitecta de profissão e preside à respectiva ordem.»
Para além da deficiente pontuação, pergunto:
a) Helena Roseta é dos cabeças de lista ou das cabeças de lista? E cabeça de lista não devia escrever-se com hífenes (cabeça-de-lista), tal como cabeça-de-chave, cabeça-de-ponte, cabeça-de-vento, por exemplo?
b) «…uma das que mais competências tem», ou «…uma das que mais competências têm»?
Muito agradecido.
Qual das duas formas está mais correcta em português: «Os habitantes não deram conta...», ou «Os habitantes não se deram conta...»?
Muito obrigada.
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