A sintaxe de deferir e indeferir
As citações seguintes são retiradas de uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo (acórdão de 11 de Janeiro de 2007, disponível na Internet):
— «Ora, é manifesto não ser de deferir ao requerido»;
— «Nestes termos, acordam em indeferir ao requerido a fls. 1188-1198.»
As expressões «deferir ao requerido» e «indeferir ao requerido» são utilizadas com muita frequência em decisões judiciais.
Pretendo saber se são correctas.
Obrigado.
A sintaxe de convocar, responder, perguntar e interrogar
O verbo convocar é um transitivo directo ou indirecto?
Exemplo: «Convoca as pessoas» ou «às pessoas»?
E o verbo responder e ainda perguntar?
Redundância e ênfase em «representar-se a si próprio»
Tenho uma questão quanto ao verbo representar no seguinte contexto: «actor/actriz que vai desempenhar o papel da sua própria história de vida.»
Estará correcta a seguinte redacção:
«O actor vai representar-se a si próprio no filme.»
A questão que me foi colocada é se o «representar-se a si próprio» é redundante?
Agradeço um esclarecimento quanto a esta dúvida.
Género: «o Turismo do Algarve»
Foram recentemente aprovados os novos estatutos da Entidade Regional de Turismo do Algarve, nos quais se esclarece que a designação futura da mesma passa a ser Turismo do Algarve. Mas quando a portaria faz referência ao nome Turismo do Algarve, fá-lo sempre no feminino: «A sede da Turismo do Algarve situa-se em Faro.»
Qual a grafia correcta: a Turismo do Algarve (versão que tem implícita a palavra «entidade») ou o Turismo do Algarve (versão que valoriza o género das duas palavras – masculino)?
Muito obrigada pela atenção.
Classificar orações em discurso indirecto
Gostaria de saber como se classificam as frases complexas cujas orações se repartem pela introdução do discurso directo e o discurso directo propriamente dito. Exemplo:
«Quando o José abriu a caixa disse:— É para mim!»
Atentando na frase/oração introdutória, se a 1.ª oração é facilmente classificável (subordinada adverbial temporal), já a segunda, ao reduzir-se apenas ao verbo declarativo «disse», suscita algumas dúvidas, pois um dos constituintes fundamentais deste verbo — o complemento directo (CD) — é enformado pela frase simples já em discurso directo. Assim, poderá «disse» ser considerado por si só oração subordinante ou, pelo contrário, e como está em falta um dos elementos essenciais por ele pedido, não poderá de modo algum sê-lo? Caso não possa considerar-se como oração principal, como classificá-lo? E a oração subordinada adverbial continua a sê-lo?
Quanto à frase já em discurso directo («É para mim!»), devemos classificá-la como frase simples (porque o é por si só), ou, sabendo nós que se trata do CD do verbo declarativo antecedente, devemos analisá-la na sua forma de discurso indirecto e classificá-la como oração subordinada completiva?
O mesmo para «Penso — disse meu pai — que te darás melhor em letras»: «disse meu pai» — frase simples, ou, convertendo toda a frase para o discurso indire{#c!}to («O meu pai disse que pensava que me daria melhor em letras»), oração subordinante?
Já agora, aproveito para colocar a mesma questão em relação a frases complexas na interrogativa. Exemplo: «Será que expulsá-lo da aula foi bem pensado?»
Espero ter sido clara na exposição da dúvida.
Obrigada.
«Imigrantes... do Algarve» e «... no Algarve»
A frase a que se reporta a minha questão é:
«AIPAII-algarve, Associação para a Implementação de Projectos de Apoio e Integração para Imigrantes do Algarve»
Centro da questão a levantar (na parte final da frase): «... do Algarve...» ou «... no Algarve»?
Que associação é esta? Dos «imigrantes» algarvios ou dos «emigrantes» algarvios?
Dos imigrantes (de outros países) que tenham uma relação (preposicional) de pertença (e não de origem) ao Algarve — «do Algarve» — (ainda que não meramente de natureza geográfica — «imigrantes no Algarve»)?
É uma associação do Algarve (algarvia)? Ou é uma associação de... imigrantes-do-Algarve ?
Do de origem, ou do de lugar, ou do de pertença do Algarve?
Agradeço as vossas boas opiniões.
Disponível para esclarecimentos adicionais, se necessário.
Empresa de «fornecimento de navios»
Recentemente, conversando com um amigo, disse-lhe que meu sogro tinha uma empresa de «fornecimento de navios». Que essa empresa fornecia todas as necessidades de um navio, tais como alimentos, bebidas, remédios, materiais de limpeza, etc. Ele me disse que, da forma como eu havia falado, tinha entendido que meu sogro «fornecia navios», ou seja, era um estaleiro. E que o correto seria dizer «fornecimento para navios».
Qual a forma ou formas corretas?
Correlação entre tempos verbais
Por favor, gostaria de um maior esclarecimento sobre correlação entre tempos verbais. Por exemplo, como saber se um verbo, estando no particípio, pedirá outro verbo no particípio? Como se dá esta correlação (articulação) entre os verbos?
Desde já, agradeço.
A expressão «desde há 8 anos»
A minha dúvida prende-se com a expressão «desde há 8 anos». Fará sentido usar-se desde seguido de há?
Na resposta 6820, explicam aquela expressão como algo semelhante a «decorreram». Não seria essa a resposta para «há 8 anos» (sem o desde)?
Resumindo, usando-se desde, fico sempre com a dúvida se posso usar há.
Obrigado.
O «se» de «Meu nome inicia-se com P»
Na oração «Meu nome inicia-se com P», já analisada no Ciberdúvidas, não é válido dizer que o se é partícula apassivadora? A oração dada não equivale a «Meu nome é inciado com P»? O verbo iniciar-se, com o sentido empregado («ter início»), não é conjugado somente na terceira pessoa (singular ou plural)?
