Os pronomes pessoais possessivos denotam o que cabe ou pertence às pessoas gramaticais. Estes acrescentam à noção de pessoa gramatical uma ideia de posse.
O pronome possessivo concorda em género e número com o substantivo que designa o objecto possuído, e em pessoa com o possuidor do objecto em causa:
Ex. Cada um trata de si, do seu corpo, da sua alma.
Quando um só possessivo determina mais de um substantivo, concorda com o que lhe esteja mais próximo:
Ex. Ela viu-o bem com os seus gestos e palavras.
As formas dos possessivos de 3.ª pessoa de um possuidor e vários possuidores de um objecto, e as formas de um possuidor e vários possuidores de vários objectos seu(s) e sua(s) são ambíguas.
Estas formas aplicam-se indiferentemente ao possuidor da 3.ª pessoa do singular ou da 3.ª pessoa do plural, seja este possuidor masculino ou feminino. O facto de o possessivo concordar unicamente com o substantivo denotador do objecto possuído pode causar a dúvida a respeito do possuidor. A fim de evitar ambiguidade, o português precisa a pessoa do possuidor com a substituição de seu, seus, sua e suas pelas formas dele, deles, dela, delas, de você, do senhor ou outras expressões de tratamento:
Na presença da Ana, o Pedro fez comentários sobre os seus exames.
Esta frase pode ser ambígua: os comentários de Pedro podem ter sido feitos sobre os exames da Ana ou sobre os exames dele, o Pedro, ou ainda sobre os exames de ambos.
Recorrendo às formas dele(s) ou dela(s), neste frase é possível o locutor expressar-se conforme a sua intenção:
Na presença da Ana, o Pedro fez comentários sobre os exames dele.
Na presença da Ana, o Pedro fez comentários sobre os exames dela.
Na presença da Ana, o Pedro fez comentários sobre os exames deles.