Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Ana Fernandes Tradutora Madrid, Espanha 19K

A sua pergunta:

As seguintes frases, as primeiras foram traduzidas do inglês, estão a levantar alguma controvérsia numa tradução:

— Obrigado.

— Por quê?

Em inglês:

— Hey. Thanks.

— For what?

Eu defendo que está correcto o texto de chegada (até porque em inglês está «for what» e não «why», até porque tal como em português, em inglês é «to be thankful for» ou «to thank for», ou seja, um verbo regido de preposição) visto que este «por quê» se refere a «pelo quê» (motivo específico pelo qual se está a agradecer) e não porquê, já que agradecemos por alguma coisa a alguém e não agradecemos "porque" alguma coisa a alguém. No entanto, recebi algumas opiniões contraditórias, que me dizem que o porquê deve vir sempre junto em português europeu, seja qual for o contexto, somente surge separado em PT Brasil.

Portanto, gostaria de saber se está correcto usar esta forma em PE, ou mesmo que «por quê» signifique «pelo quê», em PE, nunca se deve usar e portanto deve usar-se «pelo quê», neste contexto?

Muito obrigada.

Glória G. Estudante Macau, China 6K

Gostaria de saber qual será a forma correcta:

«O número de operadoras passa de duas para três.»

ou

«O número de operadoras passa de dois para três.»

Muito obrigada.

Victor Carvalho Advogado Lisboa, Portugal 33K

Vi no site da Academia Brasileira de Letras a expressão «os cidadãos integravam-se à polis», que me parece uma asneira grossa, sendo que as expressões correctas seriam «integrar a polis» ou «integrar-se na polis».

Tenho razão?

Simão Cortês Estudante Lisboa, Portugal 7K

Qual das preposições é correcta depois de se usar o particípio passado do verbo desesperar: Por ou para?

Ou seja, «Estou desesperado por que recebas a minha carta» ou «Estou desesperado para que recebas a minha carta».

Muito obrigado pela atenção!

Rui Simões Auditor Luanda, Angola 20K

Nos últimos tempos tenho ouvido a expressão ofertar com alguma frequência, e gostaria de saber se «Eu gostaria de ofertar» ou «Eu ofertei» está correcto. Em que situações se usa ofertar ou oferecer?

Paulo Aimoré Oliveira Barros Servidor federal Garanhuns, Brasil 14K

É comum ouvir em certos anúncios publicitários do Brasil a seguinte oração: «Dê um presente a quem você gosta.» Creio haver aqui um problema, uma vez que não se deu atenção à regência do verbo gostar, o qual pede a preposição de. Se quisermos construir gramaticalmente, teremos de usar a preposição supramencionada. Penso que a forma limpa de qualquer senão sintático é esta: «Dê um presente à pessoa de que (ou de quem) você gosta.» Estou certo?

Muito agradecido!

Marcel Nijhof Engenheiro da sistemas Hengelo, Países Baixos 17K

Estou a aprender o português (sou holandês) e queria fazer uma pergunta sobre o uso dos verbos ser e estar com um adjectivo. Neste caso é o pretérito perfeito, usado como adjectivo.

Sei bem que usa-se o verbo ser se o adjectivo descreve algo do substantivo caractarístico, algo «que não se muda rapidamente»; se as características são (estão?) variáveis, use-se estar. É claro que as regras duma língua natural não são tão exactas como as da matemática («uma casa branca será verde depois de a pintar de verde»), mas (claro) há também exemplos mais "complicados". Eu li por exemplo «sou/estou casado/solteiro». Na minha opinião, neste exemplo, «ser casado (solteiro)» pode-se comparar com «ser verde» (e, embora em ambos os exemplos este aspecto do substantivo possa-se mudar, isso não é o primeiro pensamento). Então, eu diria «sou casado». Mas também leio «estou casado» (ou solteiro)...

Isso tem a ver com o facto que o adjectivo é um pretérito perfeito? Com o verbo ser, isso usa-se normalmente para exprimir o tempo passivo («A janela foi partida pelo João»).

Também li (acho que é uma brincadeira) «Eu estou casado, mas a minha mulher está casada». Isso quer dizer que o homem não é tão "dedicado" quanto o casamento como a mulher?

Muito obrigado de antemão pela sua resposta!

Bruno José Religioso Curitiba, Brasil 76K

Gostaria que me esclarecessem a dúvida a respeito da regência do verbo enviar e do substantivo preparação.

Diz-se: «Enviei algumas intenções para o Santuário X», ou «ao Santuário X»? Pois já li ambas as possibilidades.

O mesmo se refere ao substantivo preparação. Quando poderei dizer «preparação de» e «preparação para»?

Pierre Leandro de Macedo Policial militar Ribeirão Preto, Brasil 12K

Sempre consulto o site sobre dúvidas diversas. Gostaria de agradecer pelas matérias.

Na Constituição brasileira, no artigo 5.º inciso XII, diz: «XII — é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.»

A pergunta é: na parte em que diz «(...) salvo, no último caso (...)» foi usada a preposição em + o artigo definido o. Pois bem, se essa locução se refere a todos os tipos de comunicações, ali mencionadas, que serão violadas por ordem judicial, não deveria vir apenas genericamente, ou seja, preposição em: «em último caso»? Pois, da maneira que está, dá o entendimento de se referir somente à comunicação telefônica.

Desde já, agradeço!

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Georgetown, Guiana 5K

Gostaria de que tivessem a gentileza de dizer-me qual destas orações é o correcto. Se for a última, que me digam, por favor, por que é necessária a preposição: Te pago o serviço; te pago pelo serviço.

Infinitamente obrigado.