Gostaria que me esclarecessem a dúvida a respeito da regência do verbo enviar e do substantivo preparação.
Diz-se: «Enviei algumas intenções para o Santuário X», ou «ao Santuário X»? Pois já li ambas as possibilidades.
O mesmo se refere ao substantivo preparação. Quando poderei dizer «preparação de» e «preparação para»?
Sempre consulto o site sobre dúvidas diversas. Gostaria de agradecer pelas matérias.
Na Constituição brasileira, no artigo 5.º inciso XII, diz: «XII — é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.»
A pergunta é: na parte em que diz «(...) salvo, no último caso (...)» foi usada a preposição em + o artigo definido o. Pois bem, se essa locução se refere a todos os tipos de comunicações, ali mencionadas, que serão violadas por ordem judicial, não deveria vir apenas genericamente, ou seja, preposição em: «em último caso»? Pois, da maneira que está, dá o entendimento de se referir somente à comunicação telefônica.
Desde já, agradeço!
Gostaria de que tivessem a gentileza de dizer-me qual destas orações é o correcto. Se for a última, que me digam, por favor, por que é necessária a preposição: Te pago o serviço; te pago pelo serviço.
Infinitamente obrigado.
Devo usar apenas tampouco, ou posso usar a expressão «nem tampouco»?
Obrigada.
Primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo excelente trabalho.
Em segundo lugar, tenho uma dúvida relativa a duas frases:
«Se não fosse por elas, ele nunca teria tomado a iniciativa.»
«Não fossem elas, ele nunca teria tomado a iniciativa.»
Gostaria de saber se estão corretas e, se estiverem, se há diferença semântica entre elas.
«Diz-se tocar a campainha durante dez minutos», ou «tocar à campainha durante dez minutos»?
Cf. «bater a porta» vs. «bater à porta».
Qual é a forma mais correta:
«usou-se um espectrofotómetro acoplado com um potencióstato»
ou
«usou-se um espectrofotómetro acoplado a um potencióstato»?
Muito obrigada.
Antes de colocar a minha dúvida, aproveito para felicitar a equipa que faz este trabalho notável em prol do (bom) emprego da "nossa" língua.
A minha questão: sabendo que os verbos se podem classificar como auxiliares, principais (transitivos diretos, indiretos, diretos e indiretos e intransitivos), copulativos, impessoais... como se pode classificar o verbo na frase «Desloquei-me ao Porto»?
Sendo «ao Porto» um grupo preposicional com função de complemento oblíquo, é pedido pelo verbo?
Agradecia o esclarecimento desta dúvida, cuja resposta não encontrei nas gramáticas nem no Dicionário Terminológico.
Mesmo depois de ter consultado diversas obras de referência e lido os vários artigos sobre esta questão no Ciberdúvidas, continuo com dúvidas: é incorreto escrever «Ele não tem qualquer razão», com o significado de «Ele não tem nenhuma razão»? É que fico com a sensação de que, na segunda frase, a existência de dois elementos de caráter negativo (não e nenhuma) faz com que se anulem um ao outro, à semelhança da matemática, em que menos por menos dá mais. Assim, será que ao escrever «Ele NÃO tem NENHUMA razão» não estaremos a dizer que ele tem ALGUMA razão (se não tem "nenhuma" é porque tem "alguma")? Sei que os puristas são contra este uso de "qualquer", mas a língua evolui, ou não?
Agradeço a atenção e aproveito a oportunidade para vos felicitar pelo vosso magnífico trabalho neste sítio que tão bem defende a nossa amada língua.
A noção e a relação de período, frase e oração, comummente aceites, são um equívoco.
O período é do nível textual. Quando descemos ao nível da sintaxe, o período sai de cena e entra a frase, entendida como oração. Esta é que é o objecto específico da análise sintáctica. O período limita-se a ser simples ou composto, conforme tem uma ou mais frases/orações. Quando dizemos que alguém escreve frases muito longas, deveríamos dizer períodos muito longos, porque estamos a fazer análise textual e não análise sintáctica.
Incoerentemente, quem identifica frase com período define-os de forma diferente, aproximando muito mais a frase da oração do que do período. A pobre da frase anda aos trambolhões entre o período e a oração, porque ninguém lhe delimita o âmbito como entidade significante. É tudo e não é nada!
Entendendo-se frase como período, no caso de ser composta por orações coordenadas, seria possível transformá-la em períodos, não acontecendo o mesmo no caso de ser composta por orações subordinadas. Então, como podem ser idênticas duas noções que nem sequer são reversíveis?
E não são reversíveis, porque o período pode ser composto, mas não complexo, enquanto a frase pode ser complexa, mas não composta. O período pode ser simples ou composto; a frase só pode ser simples ou complexa. Ao identificarmos frase com período, deixamos de ter a possibilidade de distinguir frase complexa de frase composta, que são coisas muito diferentes. Ou seja, confundimos orações complexas com um complexo de orações.
Todo este imbróglio resulta de um erro muito frequente nos gramáticos, que é a mistura dos planos, o erro de perspectiva. Neste caso, misturam o último degrau da estrutura textual (o período) com primeiro da estrutura sintáctica (a frase).
E as consequências são inevitáveis e imediatas: logo nos tipos e formas de frase se verifica que, obviamente, se trata da frase/oração e não da frase/período.
Concluindo: por ser lógico e funcional e por não vislumbrar motivo nem vantagem na alternativa, antes pelo contrário, usarei sempre frase como sinónimo de oração e assim definida: dizer algo acerca de algo, na sua expressão mais simples, e as suas circunstâncias. E já agora por que não substituir oração por predicação? Não seria mais actual, mais claro e mais adequado? Infelizmente, clareza e adequação são valores que o ensino tradicional da língua desvaloriza…
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