DÚVIDAS

Modificador restritivo do nome vs. complemento de nome
Relativamente ao Dicionário Terminológico, que é o documento orientador do Conhecimento Explícito da Língua, muitas dúvidas me têm inquietado, sobretudo no que se refere aos constituintes selecionados pelo nome, quando se trata de um grupo preposicional, iniciado por de, pelo facto de esse grupo poder exercer sintaticamente a função de complemento do nome ou modificador restritivo do nome. Tendo em conta o contexto (perspetiva inerente ao CEL), eu questiono se o mesmo grupo preposicional pode mudar de função sintática em função do dito contexto, como acontece no grupo verbal (complemento oblíquo/modificador do grupo verbal). Concretizando, na frase: «A cidade de Viana do Castelo localiza-se na região do Minho», o grupo «de Viana do Castelo» é complemento do nome, ou modificador restritivo? A mim parece-me que a palavra cidade exige/seleciona, neste contexto, um complemento, logo seria complemento de nome. Porém, na frase: «Eu vou à cidade de Viana do Castelo», o mesmo complemento me parece dispensável, ou seja, o nome cidade não o exige, o que me leva a pensar que é modificador restritivo, pelo facto de a aceção do nome cidade ser diferente, já que, no segundo caso, o significado de cidade pode ser antónimo de aldeia (e não repartição administrativa, como na primeira situação). Ainda a este propósito, considera-se que o grupo preposicional «de gravuras» na frase «Gostei do livro de gravuras» é modificador, ou complemento do nome? Já detetei versões diferentes em livros/gramáticas. E na frase «Coloquei o livro de gravuras na estante», a função é a mesma?
Casos de mesóclise
Primeiramente, parabéns pelo excelente site que já me ajudou em inúmeras dúvidas. Não obstante, não consegui ainda achar uma solução para o seguinte: Em formas verbais terminadas em r, s ou z, têm-se: fá-lo-ia (faria isso) qui-lo (quis isso) etc. Porém, quando se adiciona -se, o complemento do objeto direto -lo se distancia do verbo, o que retira o motivo pelo qual a partícula r, s ou z, é omitida. A mesóclise faz-se-lo é, portanto, correta? O -lo deve continuar referenciando a forma verbal, mesmo estando distanciado da mesma?
Oração infinitiva como sujeito
A propósito da consulta feita por Alexander Meurer em 27/10/2011, pergunto: Na frase objeto da consulta («Trabalhar no Tribunal de Justiça é um grande sonho meu»), por que se afirma que «um grande sonho meu» é o sujeito? E se a frase fosse esta: «Trabalhar no Tribunal de Justiça é bom»? O sujeito nesse caso já é «trabalhar no Tribunal de Justiça», apesar de se tratar de estrutura gramatical idêntica à da frase anterior. Penso que a dúvida apresentada pelo nobre Alexander seja justamente essa. Gostaria de uma nova abordagem da questão pela competente consultora Eunice Marta, a quem desde já agradeço.
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