Qual é a forma mais correta:
«usou-se um espectrofotómetro acoplado com um potencióstato»
ou
«usou-se um espectrofotómetro acoplado a um potencióstato»?
Muito obrigada.
Antes de colocar a minha dúvida, aproveito para felicitar a equipa que faz este trabalho notável em prol do (bom) emprego da "nossa" língua.
A minha questão: sabendo que os verbos se podem classificar como auxiliares, principais (transitivos diretos, indiretos, diretos e indiretos e intransitivos), copulativos, impessoais... como se pode classificar o verbo na frase «Desloquei-me ao Porto»?
Sendo «ao Porto» um grupo preposicional com função de complemento oblíquo, é pedido pelo verbo?
Agradecia o esclarecimento desta dúvida, cuja resposta não encontrei nas gramáticas nem no Dicionário Terminológico.
Mesmo depois de ter consultado diversas obras de referência e lido os vários artigos sobre esta questão no Ciberdúvidas, continuo com dúvidas: é incorreto escrever «Ele não tem qualquer razão», com o significado de «Ele não tem nenhuma razão»? É que fico com a sensação de que, na segunda frase, a existência de dois elementos de caráter negativo (não e nenhuma) faz com que se anulem um ao outro, à semelhança da matemática, em que menos por menos dá mais. Assim, será que ao escrever «Ele NÃO tem NENHUMA razão» não estaremos a dizer que ele tem ALGUMA razão (se não tem "nenhuma" é porque tem "alguma")? Sei que os puristas são contra este uso de "qualquer", mas a língua evolui, ou não?
Agradeço a atenção e aproveito a oportunidade para vos felicitar pelo vosso magnífico trabalho neste sítio que tão bem defende a nossa amada língua.
A noção e a relação de período, frase e oração, comummente aceites, são um equívoco.
O período é do nível textual. Quando descemos ao nível da sintaxe, o período sai de cena e entra a frase, entendida como oração. Esta é que é o objecto específico da análise sintáctica. O período limita-se a ser simples ou composto, conforme tem uma ou mais frases/orações. Quando dizemos que alguém escreve frases muito longas, deveríamos dizer períodos muito longos, porque estamos a fazer análise textual e não análise sintáctica.
Incoerentemente, quem identifica frase com período define-os de forma diferente, aproximando muito mais a frase da oração do que do período. A pobre da frase anda aos trambolhões entre o período e a oração, porque ninguém lhe delimita o âmbito como entidade significante. É tudo e não é nada!
Entendendo-se frase como período, no caso de ser composta por orações coordenadas, seria possível transformá-la em períodos, não acontecendo o mesmo no caso de ser composta por orações subordinadas. Então, como podem ser idênticas duas noções que nem sequer são reversíveis?
E não são reversíveis, porque o período pode ser composto, mas não complexo, enquanto a frase pode ser complexa, mas não composta. O período pode ser simples ou composto; a frase só pode ser simples ou complexa. Ao identificarmos frase com período, deixamos de ter a possibilidade de distinguir frase complexa de frase composta, que são coisas muito diferentes. Ou seja, confundimos orações complexas com um complexo de orações.
Todo este imbróglio resulta de um erro muito frequente nos gramáticos, que é a mistura dos planos, o erro de perspectiva. Neste caso, misturam o último degrau da estrutura textual (o período) com primeiro da estrutura sintáctica (a frase).
E as consequências são inevitáveis e imediatas: logo nos tipos e formas de frase se verifica que, obviamente, se trata da frase/oração e não da frase/período.
Concluindo: por ser lógico e funcional e por não vislumbrar motivo nem vantagem na alternativa, antes pelo contrário, usarei sempre frase como sinónimo de oração e assim definida: dizer algo acerca de algo, na sua expressão mais simples, e as suas circunstâncias. E já agora por que não substituir oração por predicação? Não seria mais actual, mais claro e mais adequado? Infelizmente, clareza e adequação são valores que o ensino tradicional da língua desvaloriza…
Sei que a expressão «dar à luz» segue em sua frase com um complemento direto. Ex.: «A mulher deu à luz um menino (ou uma menina).» Bem, mas e a gêmeos? Seria: «deu à luz a gêmeos», ou «deu à luz aos gêmeos»?
Na frase «A raposa comeu o queijo ao almoço», consideramos «ao almoço» como modificador do grupo verbal, uma vez que não faz parte da estrutura argumentativa do verbo. E na frase «A raposa comeu o queijo ao corvo»?, como classificamos a expressão «ao corvo»?
Gostaria de saber se na frase «Um depende do outro, e os dois são intimamente interligados», o um funciona como artigo ou numeral.
Gostaria de uma análise da regência do termo prevenção. Quais as preposições que podem acompanhá-lo?
Qual a regência correcta do verbo enamorar? Ou enamorar-se? E. g. «Estava enamorado por Lisboa», ou «Enamorou-se de Lisboa»?
Grato pelo atenção dispensada.
Dada a frase «Senti alívio de imediato», como devo classificar «de imediato»? Como locução adverbial de tempo? Ou outra?
Grata pela atenção.
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