Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
Geobson Freitas Silveira agente público Bela Cruz, Brasil 467

Estaria correto afirmar que, no contexto abaixo, o advérbio agora está fazendo as vezes de um conector cujo valor semântico se aproxima bastante de uma consequência?

«Você quis que fosse dessa forma; agora, aguente as consequências.»

Obrigado.

Leonor Martins Professora Lisboa, Portugal, Portugal 519

Qual o recurso expressivo presente no excerto que transcrevo abaixo (a partir de «Começou por pintar...»)? Personificação ou enumeração?

«É que Dandy1 já não era o cachorro sem juízo. Amadurecido pela vida dura que levara na quinta do lavrador, tornou-se um companheiro de se lhe tirar o chapéu. Começou por pintar as cadeiras que tinha roído. Depois tomou a seu cargo vários trabalhos domésticos: lavava a louça, remendava lençóis e toalhas; fazia compras no minimercado. Para além de tudo isso deu-se ao luxo de estudar a História do Império Romano.» (Ilse Losa, O Rei Rique e outras histórias. Porto Editora, 2006, p. 21).

Obrigada.

 

1. A personagem Dandy é um cão.

Geobson Freitas Silveira Funcionário público Bela Cruz, Brasil 512

É possível relacionar a conjunção adversativa mas com ideias de condição?

Por exemplo, na frase abaixo, pelo menos a meu ver, o sentido expresso pelo referido vocábulo se aproxima muito do mesmo valor da conjunção se ou da locução «desde que».

«Você até pode sair hoje à noite, mas não vá a nenhuma boate, nem consuma bebida alcoólica.»

Obrigado.

Eugénia Mesquita Explicadora Lisboa, Portugal 774

Quais são os processos de coesão?

Ainda se fala de correferência não anafórica?

Obrigada.

Geobson Freitas Silveira Trabalhador público Bela Cruz, Brasil 1K

Gostaria, por gentileza, de saber se é correto classificar o vocábulo afinal, no contexto abaixo, como conjunção explicativa, porque, a meu ver, sua função, na aplicação em questão, se aproxima muito do sentido expresso pela conjunção porque.

«Esqueça aquela garota, afinal ela não merece seus sentimentos.»

José Silva Esteta Portugal 2K

Venho perguntar qual a forma correta de se dizer a seguinte expressão:

«Lembro-me como se fosse ontem...», ou «lembro-me como se fosse hoje...»

Teresa Moura Freelancer Lisboa, Portugal 743

Na frase «O canto da sua boca encurvou de uma forma desafiadora», o verbo encurvou está correto, ou deve dizer-se antes «O canto da sua boca encurvou-se de uma forma desafiadora»?

Ou é preferível curvou-se?

Luísa Pinto Estudante Paredes, Portugal 1K

Gostaria de saber que recursos expressivos estão presentes nas seguintes frases, retiradas da obra Vanessa vai à luta de Luísa Costa Gomes (texto dramático):

1) «Oh, pobre de ti... nem um par de jeans... nem uma camisolinha de caxemira... nem um par de sabrinas douradas...»

2) «Que fixe! [...] Obrigada Pai! Obrigada Mãe! Obrigada Rodrigo! Que bom dia de anos! Que grande festa!»

Eu penso que tanto na 1.ª como na 2.ª existe uma anáfora. Na 1.ª, a anáfora é relativa à repetição do vocábulo nem, e na 2.ª a anáfora deve-se à repetição do que.

No entanto, parece-me que na frase 1 podemos assumir que existe igualmente uma enumeração, neste caso, de peças de roupa que a personagem não tem para vestir. No caso da frase 2, não sei se existe mais algum recurso para além daquele que já referi previamente.

Por fim, gostaria de esclarecer uma dúvida: existe algum recurso expressivo denominado repetição e, se sim, como se distingue da anáfora?

Obrigada pela vossa atenção!

Fico a aguardar uma resposta!

Obrigada.

Cristina Aparecida Duarte Tradutora São Paulo, Brasil 1K

Gostaria de saber se em «Vinha pela rua a falar sozinho para si mesmo: "Não irei lá!"» é correta a construção «sozinho para si mesmo». Não seria um pleonasmo «sozinho para si mesmo»?

Muito obrigada e parabéns pelo trabalho!

Sandra Sousa Professora Lisboa, Portugal 962

Fiquei responsável de redigir uma ata de reunião e corrigiram o tempo verbal associado à passagem para o discurso indireto. A frase era mais ou menos a seguinte:

«As professores X e Y comunicaram que, no dia Z, seria feita a entrega de prémios do concurso de poesia.»

Escrevi "seria", usando o condicional, partindo do princípio de que devia respeitar as regras de transposição de discurso direto para indireto, assumindo que em discurso direto teria sido usado o futuro do indicativo. Saliento que a ata foi lida e aprovada na reunião seguinte, portanto depois do referido evento (a entrega de prémios) já ter sido realizado.

Consultei as gramáticas de referência, como a da Gulbenkian, e percebi que de facto, por vezes, as regras mais "clássicas" não devem ser aplicadas, mas não encontrei qualquer regra que justifique que tenham corrigido "seria" e passado para "será". Há alguma regra que eu desconheça e que faça com que esta correção esteja correta?

Agradeço muito se me puderem responder, porque estou tentada a continuar a escrever no condicional, quando se tratar da citação em discurso indireto sobre algo que se prevê para o futuro.

Obrigada.