Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
Evelyne Faleiro Docente Faro , Portugal 318

Enquanto docente, deparo-me frequentemente com a utilização do verbo falar em numerosos contextos que, na minha opinião, não são, na sua grande maioria, os mais corretos.

Assim, surgem frases, como:

a) «Ele falou que ia ao cinema.» (Influência do português do Brasil)

b) «O texto fala da história dos dinossauros.»

c) «Venho falar sobre a minha opinião sobre a televisão.»

Estes são alguns exemplos daquilo que ouço diariamente, em sala de aula, mas também do que leio nos textos escritos pelos alunos. Apesar de tentar explicar aos alunos que utilizamos este verbo, sobretudo, quando nos referimos a conversas («Ele falou com ela», «Ele falou dela», «Ele falou dos seus problemas»...), vejo que nem sempre percebem a diferença e tenho alguma dificuldade em explicá-la de outro modo.

Assim para as frases acima, sugiro que escrevam/digam:

a) «Ele disse/afirmou que ia ao cinema.»

b) «O texto conta/narra a história dos dinossauros.»

c) «Vou apresentar a minha opinião sobre a televisão.»

Gostaria, então, de saber se há alguma resposta mais adequada que eu possa transmitir aos meus alunos para a resolução desta situação, pois as suas dificuldades de expressão, quer oral, quer escrita, têm vindo a agravar-se e, contrariamente ao que muitos afirmam, não por culpa dos confinamentos a que estiveram sujeitos.

Agradeço, desde já, a sua disponibilidade em responder.

Eduardo O. Silva Jornalista Lisboa, Portugal 427

Ouço regularmente falar de enclave a respeito de Gaza.

Para ser enclave tem de estar totalmente rodeado, sem saída para o mar, pelo que qualquer pessoa que queira sair tem de passar por outro território. É o caso Nagorno-Karabak, sempre bem denominado como enclave.

Agradecia um esclarecimento

José Pereira Informático Lisboa, Portugal 524

O termo «o que você é meu» utiliza-se?

Sei que no Brasil se utiliza para definir o que alguém é a outra pessoa do tipo:

«O que és para mim?»

«Amigo, namorado, etc.»

Mas mesmo no português do Brasil isto está correto?

Esta frase não parece fazer muito sentido em termos semânticos, e já me disseram que esta frase está correta.

José Saraiva Leão estudante Foz do Iguaçu, Brasil 783

Levar no Brasil pode ter a aceção de «arrastar», no sentido eleitoral, por exemplo, «Washington Luís venceu as eleições, mas não levou».

Há este sentido em Portugal? É legítimo esse uso?

José Domingos Estudante Luanda, Angola 566

As frases têm problemas de coesão ou coerência?

«As escola está fechado.»

«Quando chegamos em tua casa, você tinhas saído.»

«Um relógio comprou a Maria.»

«Eu nasci gémeos.»

 

Tania Brito Professor Faro, Portugal 785

Gostaria de saber qual a métrica dos versos seguintes desta cantiga, uma vez que há dúvidas.

«Non chegou, madr’, o meu amigo
e oj’ést’o prazo saido»

Fábio Vasco Operador de call center Quinta do Conde, Sesimbra , Portugal 997

Podem, por favor, indicar a origem da expressão «à babuja», no sentido de «à pala»/«à borla»?...

I.e., por exemplo, «O João vai a Londres e o outro vai à babuja» = «O outro aproveita-se do João e também vai a Londres, sem pagar...»

Conheci a expressão assim no outro dia, através de um amigo, pois só conhecia com o sentido de «à superfície» (?)...

Obrigado!

Laura Girão Docente Torres Vedras , Portugal 459

Vi um vídeo promocional onde eram utilizadas aspas para uma citação totalmente escrita em maiúsculas.

Como «AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER».

Pareceu-me, intuitivamente, mal escrito mas pergunto se estará efetivamente incorreto, ou será apenas uma questão de estilo?

Muito obrigada.

Maria Fernanda Comenda Professora Alverca, Portugal 583

Gostaria que me esclarecessem o seguinte : um título de uma conferência deve estar entre aspas ou em itálico? É frequente ver-se das duas formas, qual é a mais correta?

Obrigada.

Mónica Isabel Domingues Gonçalves Estudante Tavira, Portugal 895

Na frase «Talvez o conhecimento de tantos poemas lindíssimos de amor que escreveu despertasse o interesse de milhões de alunos para a obra maior da nossa literatura», a expressão «a maior obra da nossa literatura» é uma referência a Os Lusíadas.

Estamos perante uma referenciação anafórica por substituição ( sinonímia) ou conceptual?