No que respeita às formas de tratamento de formas nominais que designam profissão, cargo, posto, função ao título em português europeu (PE), segundo Maria Fernanda Bacelar do Nascimento, em Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian), são, normalmente, «formadas por o senhor, a senhora (formas de tratamento respeitosas), seguidas do nome da profissão (p. e., engenheiro(a), arquiteto(a), professor(a), enfermeiro(a), jornalista, padre), do cargo ou função (p. e., presidente, presidente da câmara, presidente da república, administrador(a), ministro(a), reitor(a)), e seguidas ou não do nome próprio (cf. o senhor professor (Guedes), o senhor tenente (Fagundes), o senhor administrador (Godinho), o senhor padre (Martins), o senhor presidente da república (António José de Almeida), o senhor ministro (Álvaro de Castro).» (pág. 2723-2724).
Note-se que com a omissão de senhor, senhora, todas as formas de tratamento são menos formais do que as anteriores (p. e. «o comandante João», «a professora Sandra», «a engenheira Rita»). Contudo, estas são as mais frequentes numa linguagem quotidiana.
Na língua escrita, para além das abreviaturas, Sr. Sra./Sr.ª, Srs., Sras./Sr.as, também algumas designações de profissões ocorrem abreviadas, como, p. e., engenheiro, engenheira, em Eng., Eng.ª, ou arquiteto, arquiteta, em Arq., Arq.ª, ou ainda professor, professora, em Prof., Prof.ª.
No que concerne ao tratamento por doutor, este é, por norma, dado a pessoas com diversas licenciaturas, particularmente a médicos, professores universitários e advogados. Na escrita, faz-se a distinção entre as abreviaturas Dr., Dr.ª, para licenciados, e as formas por extenso, Doutor, Doutora, para doutorados.
Portanto, em PE, os mais frequente é a referência à profissão ou cargo desempenhado pela pessoa seguido do seu nome próprio. Quando a situação exige formalidade, geralmente, acrescenta-se a forma senhor, senhora.
Nos restantes países lusófonos, nomeadamente os países africanos de expressão portuguesa, é difícil determinar os usos, uma vez que ainda não há uma norma descrita e são poucos ainda os trabalhos que se preocupam em olhar para os usos do português nesses países. No entanto, penso que, pelo menos na escrita, as formas de tratamento seguem o modelo descrito para PE.