Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Classes de palavras
Francisco Michel da Silva Rodrigues Professor de Língua Portuguesa Guamaré (RN), Brasil 363

Em aulas de gramática, especialmente de morfologia, costuma-se explicar o processo de substantivação principalmente com o uso de artigos (definidos ou indefinidos). No entanto, considerando que os substantivos podem ser determinados por outras classes de palavras nominais, como pronomes, adjetivos e numerais, seria correto dizer que esse processo também pode ocorrer por meio deles?

Por exemplo, em uma frase como «Naquele momento, Maria lançou estonteante olhar ao seu amado, o qual, também a fitava apaixonado», o substantivo olhar é determinado pelo adjetivo estonteante

Isso leva a uma nova questão: estaria esse adjetivo funcionando como um simples determinante do substantivo ou como uma espécie de determinante substantivador? Ou, neste caso, ambas as classificações se aplicariam igualmente?

Em síntese, ainda que essa questão mostre-se elementar, ela tem me inquietado.

Desde já, agradeço qualquer esclarecimento.

Ana Paula de Oliveira Benevides Professora Ponta Delgada, Portugal 272

Como classifica a palavra último?

Trata-se de um adjetivo qualificativo ou numeral?

Maria Marques Enfermeira Lisboa, Portugal 398

Na frase «Fui passear pelo jardim» – «pelo jardim» é complemento oblíquo ou modificador do grupo verbal?

Filomena Marques Docente Vila Real , Portugal 317

Nação – devo considerar nome comum ou coletivo?

Eleonora Jeliazkova Tradutora Ratingen, Alemanha 365

Gostaria de saber se o verbo ligar pode ser usado como intransitivo na frase seguinte que aparece nas instruções de utilização de um dispositivo médico.

«Desligue o dispositivo e ligue novamente.»

Na minha opinião, nesta frase falta o objeto direto e, por isso, deve ser alterada da seguinte forma: «Desligue o dispositivo e ligue-o novamente.»

Muito obrigada pela resposta!

Francisco Molusco Portugal 320

Pode um sítio ser simpático? E um objecto? É a simpatia exclusiva dos seres vivos?

Conheço uma pessoa que regularmente afirma «este sítio é simpático» ou «este jantar é simpático», mas não consegue clarificar exatamente o que isso significa. Gera-se então a discussão do que significa ser simpático e se pode ser aplicável a lugares e objectos inanimados.

dicionário Priberam define simpático como «que inspira simpatia». Consigo conceber que isso se aplique a um local (mas não uma refeição) até ler a definição de simpatia no mesmo dicionário: «Sentimento de atração moral que duas pessoas sentem uma pela outra.» Esta definição nem dá latitude para animais serem simpáticos (discutível), mas parece de todo fechar a porta a objetos. Isto é, até ler a definição de moral: «Não físico nem material (ex.: estado moral). = ESPIRITUAL.» Um sítio pode invocar uma atração espiritual, mas se formos por este caminho temo que já nos estejamos a afastar demasiado do cerne da questão.

Recapitulando: pode a palavra simpático ser aplicada a seres não vivos?

Aline Rodrigues Estudante Barcelona, Espanha 349

Muito obrigada pela vossa ajuda. Não sei o que faríamos sem o Ciberdúvidas. O vosso trabalho é excelente.

A minha dúvida é a seguinte:

«A música não apenas torna a aprendizagem mais agradável...» ou «A música não torna apenas a aprendizagem mais agradável»...

Qual seria a frase correta?

Muito obrigada pela vossa ajuda!

Manoel Aragão Professor Portugal 578

Nas gramáticas a que estou a recorrer, são dados exemplos de conjunções coordenativas correlativas como «nem... nem», «tanto... como», «quer... quer», etc. No entanto, não encontro exemplos de conjunções subordinativas correlativas. A minha dúvida é se existem.

Lembrei-me dos seguintes casos: «tanto... quanto» e «tão... que». Serão exemplos de conjunções subordinativas correlativas, ou só se considera conjunção o segundo elemento e o primeiro não faz par?

Outra questão, uma das gramáticas, falando das orações coordenadas, divide os elementos que as introduzem em conjunções coordenativas e em advérbios conectivos, classificando expressões como «no entanto», «por isso», «por consequência», etc. como advérbios conectivos e não como locuções conjuncionais coordenativas. Porém, a mesma gramática, ao falar das orações subordinadas, fala tanto em conjunções subordinativas como em locuções conjuncionais subordinativas, dando o exemplo de «assim como», «desde que», «não obstante», etc.

Não percebo porque é que para as coordenativas não se fala em locuções, mas sim em advérbios conectivos; e porque é que, para as subordinadas, se fala em locuções e não em advérbios conectivos. Assumindo que isto está correto, quer isto dizer que não existem locuções conjuncionais coordenativas, sendo todas advérbios conectivos?

Muito obrigado e parabéns pelo vosso notável serviço.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 332

Consideremos a frase «As ruas de Lisboa estão animadas. Por ALI encontramos muitos turistas».

Qual é o valor do advérbio de lugar ali, nesta frase? Será anafórico?

Cordialmente.

Fernando Jorge Estudante Lisboa, Portugal 428

Na frase «Conheço a Maria da época da escola», «a Maria» é complemento direto.

Qual a função sintática desempenhada por «da época da escola»?

Obrigado