Com efeito, nas frases em apreço, os constituintes sublinhados nas frases desempenham a função de complemento do nome (frase 1) e modificador do nome (frase 2):
(1) «O retrato da tua filha está perfeito.»
(2) «O retrato que o artista elaborou está exposto na galeria.»
No caso da frase (1), o constituinte «da tua filha» desempenha a função de complemento do nome porque completa o sentido do nome retrato, na medida em que este, sendo um nome pictórico (relativo à imagem), pede um argumento que indique quem (ou o quê) está representado no referido retrato.
No caso da frase (2), a oração subordinada adjetiva relativa não constitui um argumento do nome porque não informa sobre o conteúdo representado na imagem. Dá antes uma informação que, ao incidir sobre o nome retrato, restringe o seu significado. É essa a razão que explica a alteração de sentido que ocorre quando se retira a relativa da frase.
(2a) «O retrato está exposto na galeria.»
A relativa «que o artista elaborou» junta-se ao nome retrato e leva a que este passe a referir apenas um objeto que corresponde ao retrato feito pelo artista, assim excluindo todos os outros possíveis retratos. Por essa razão, o oração relativa é indispensável à frase para que ela mantenha o seu sentido.
Por fim, refira-se que, de uma forma geral, as orações relativas que se associam a um nome desempenham a função de modificador do nome (restritivo ou explicativo).
Agradecemos as gentis palavras.
Disponha sempre!