Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Classes de palavras
Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 470

Há séculos, era crime o homossexualismo em Portugal, de modo que os homossexuais masculinos portugueses eram condenados ao degredo perpétuo no Brasil, então uma colônia portuguesa.

Nos documentos relativos a esses homens, era dito que foram condenados «por solicitar».

Tenho curiosidade de saber o que significaria o verbo solicitar nessa acepção, se seria solicitar sexo de outros homens, ou se seria um eufemismo.

Parece que os dicionários da língua portuguesa atuais, mesmo os melhores e maiores, não consignam essa acepção, digamos sexual, do verbo solicitar, razão pela qual recorro ao Ciberdúvidas pedindo-lhe um esclarecimento sobre este tema, citando, se for possível, o verbo solicitar nessa acepção com a sua respectiva definição em algum dicionário.

Muito obrigado.

Ana Cristina de Almeida Moreira Professora Santo Tirso, Portugal 425

O que significa predisposição?

José Ribamar de Sousa Professor Vitória do Mearim – MA, Brasil 465

Minha dúvida é sobre a análise desta frase:

«Aprendi meu ofício trabalhando.»

– «Aprendi meu ofício» = minha oração principal.

– «trabalhando» – confesso que fiquei em dúvida na hora de classificá-la.

No meu entendimento há duas possíveis de classificações:

– «trabalhando» = oração subordinada adverbial proporcional / modal reduzida de gerúndio.

Mas, busco uma opinião profissional de vocês.

Como posso classificá-la? Como proporcional ou como modal?

Obrigado!

Paula Mota Professora Caxias, Portugal 416

Em «... descreveu o impacto que o grupo modernista português vem exercendo sobre a produção artística e literária da contemporaneidade, desde o seu advento, com a publicação da revista Orpheu», o complexo verbal «vem exercendo» traduz um valor aspetual imperfetivo ou iterativo?

Obrigada.

Thalysom da Costa Teixeira Escriturário/Tradutor São João da Boa Vista, Brasil 499

Só tenho visto conteúdos em que se diz que o pretérito perfeito só é usado para ações terminadas no passado e que não tem relação com o presente, isto é, pretérito absoluto.

Mas, às vezes, sinto que possui parcialmente o valor do present perfect do inglês. Por exemplo, em «Maria, a maçã caiu ao chão», o verbo cair pode nos mostrar que a maçã ainda está caída ou que ela já foi removida do chão.

A ambiguidade é resolvida pelo contexto, é claro. Mas em alguns casos, não se dá para perceber muito bem. Existe alguma expressão para se referir a esse aspecto que envolve a língua portuguesa?

Outro exemplo: «Claro! Ela roubou o meu carro.» Pode ter dois significados: «que o meu carro está com ela»; e «que o meu carro tinha sido roubado por ela, mas o recuperei».

Sara Santana Professora de Português para Estrangeiros Grândola, Portugal 633

Desde já muito obrigada pelo vosso trabalho.

Ao explicar a uma aluna estrangeira a formação da voz passiva indiquei que geralmente o verbo auxiliar para a formação da voz passiva é o verbo ser. Contudo, expliquei também que apesar de o verbo ser constituir o verbo principal da voz passiva, verbos como estar, ficar, ... combinados com um particípio também podem formar a voz passiva.

A pergunta da aluna foi: «quando é que eu sei se tenho de usar o verbo ser ou o verbo estar

Dado que na língua nativa dela (francês) só existe um verbo com o mesmo significado (être), torna-se mais complicado entender o significado de cada verbo.

Ex.: «A mãe lavou a minha camisola. A minha camisola foi lavada pela mãe. A minha camisola está lavada.»

Para a aluna, faria sentido dizer «A minha camisola esteve lavada...»

Entendo que quando em português usamos o verbo estar, estamos na verdade a deixar claro o resultado da ação, mas acabei por não encontrar nenhuma explicação lógica/prática para esta questão.

Poderiam esclarecer-me, por favor?

Muito obrigada.

Maria Gonçalves Professora Lisboa, Portugal 471

Na frase «O Manuel sagrou-se campeão nacional», «campeão nacional» desempenha a função sintática de predicativo do complemento direto ou de predicativo do sujeito?

Muito obrigada!

Pedro Miguel Ferreira Machado Desempregado Braga, Portugal 394

Creio que se usam muitas vezes os advérbios virtualmente e eventualmente incorretamente, como anglicismos. São-no, de facto?

Além do mais, o advérbio aparentemente será um galicismo? Sendo-o, quais são as alternativas?

Finalmente, peço-vos que, caso conheçam outros advérbios utilizados «à inglesa», «à francesa», «à espanhola» ou «à italiana», os deem a conhecer para, possivelmente, corrigir incorreções desapercebidas.

Bem hajam!

Ícaro Gaspar Aguiar Estudante Bahia, Vitória da Conquista, Brasil 635

Pode-se omitir o artigo definido do pronome possessivo, já que, a exemplo, «a minha» e «minha» não diferem em sentido.

Também, há um tipo de elipse que ocorre via pronome possessivo, como na frase «Peguei minha mochila, pegue a sua também» está omitido o termo mochila após «a sua».

Contudo, vem-me à mente às vezes se está correto a omissão do artigo definido do pronome possessivo enquanto há esse tipo de elipse.

Alguns exemplos:

• «Peguei minha mochila, pegue a sua também.» → "Peguei minha mochila, pegue sua também";

• «O folheto dos outros foi entregue, mas o nosso não.» → “O folheto dos outros foi entregue, mas nosso não".

Agradeço a ajuda.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria , Brasil 392

Consideremos a frase: «Nós nos aliamos a ele desconfiados.»

A função sintática do termo nos é objeto direto ou objeto indireto? Ou o termo nos não desempenha função sintática, sendo uma parte integrante do verbo?

Obrigado.