Há séculos, era crime o homossexualismo em Portugal, de modo que os homossexuais masculinos portugueses eram condenados ao degredo perpétuo no Brasil, então uma colônia portuguesa.
Nos documentos relativos a esses homens, era dito que foram condenados «por solicitar».
Tenho curiosidade de saber o que significaria o verbo solicitar nessa acepção, se seria solicitar sexo de outros homens, ou se seria um eufemismo.
Parece que os dicionários da língua portuguesa atuais, mesmo os melhores e maiores, não consignam essa acepção, digamos sexual, do verbo solicitar, razão pela qual recorro ao Ciberdúvidas pedindo-lhe um esclarecimento sobre este tema, citando, se for possível, o verbo solicitar nessa acepção com a sua respectiva definição em algum dicionário.
Muito obrigado.
O que significa predisposição?
Minha dúvida é sobre a análise desta frase:
«Aprendi meu ofício trabalhando.»
– «Aprendi meu ofício» = minha oração principal.
– «trabalhando» – confesso que fiquei em dúvida na hora de classificá-la.
No meu entendimento há duas possíveis de classificações:
– «trabalhando» = oração subordinada adverbial proporcional / modal reduzida de gerúndio.
Mas, busco uma opinião profissional de vocês.
Como posso classificá-la? Como proporcional ou como modal?
Obrigado!
Em «... descreveu o impacto que o grupo modernista português vem exercendo sobre a produção artística e literária da contemporaneidade, desde o seu advento, com a publicação da revista Orpheu», o complexo verbal «vem exercendo» traduz um valor aspetual imperfetivo ou iterativo?
Obrigada.
Só tenho visto conteúdos em que se diz que o pretérito perfeito só é usado para ações terminadas no passado e que não tem relação com o presente, isto é, pretérito absoluto.
Mas, às vezes, sinto que possui parcialmente o valor do present perfect do inglês. Por exemplo, em «Maria, a maçã caiu ao chão», o verbo cair pode nos mostrar que a maçã ainda está caída ou que ela já foi removida do chão.
A ambiguidade é resolvida pelo contexto, é claro. Mas em alguns casos, não se dá para perceber muito bem. Existe alguma expressão para se referir a esse aspecto que envolve a língua portuguesa?
Outro exemplo: «Claro! Ela roubou o meu carro.» Pode ter dois significados: «que o meu carro está com ela»; e «que o meu carro tinha sido roubado por ela, mas o recuperei».
Desde já muito obrigada pelo vosso trabalho.
Ao explicar a uma aluna estrangeira a formação da voz passiva indiquei que geralmente o verbo auxiliar para a formação da voz passiva é o verbo ser. Contudo, expliquei também que apesar de o verbo ser constituir o verbo principal da voz passiva, verbos como estar, ficar, ... combinados com um particípio também podem formar a voz passiva.
A pergunta da aluna foi: «quando é que eu sei se tenho de usar o verbo ser ou o verbo estar?»
Dado que na língua nativa dela (francês) só existe um verbo com o mesmo significado (être), torna-se mais complicado entender o significado de cada verbo.
Ex.: «A mãe lavou a minha camisola. A minha camisola foi lavada pela mãe. A minha camisola está lavada.»
Para a aluna, faria sentido dizer «A minha camisola esteve lavada...»
Entendo que quando em português usamos o verbo estar, estamos na verdade a deixar claro o resultado da ação, mas acabei por não encontrar nenhuma explicação lógica/prática para esta questão.
Poderiam esclarecer-me, por favor?
Muito obrigada.
Na frase «O Manuel sagrou-se campeão nacional», «campeão nacional» desempenha a função sintática de predicativo do complemento direto ou de predicativo do sujeito?
Muito obrigada!
Creio que se usam muitas vezes os advérbios virtualmente e eventualmente incorretamente, como anglicismos. São-no, de facto?
Além do mais, o advérbio aparentemente será um galicismo? Sendo-o, quais são as alternativas?
Finalmente, peço-vos que, caso conheçam outros advérbios utilizados «à inglesa», «à francesa», «à espanhola» ou «à italiana», os deem a conhecer para, possivelmente, corrigir incorreções desapercebidas.
Bem hajam!
Pode-se omitir o artigo definido do pronome possessivo, já que, a exemplo, «a minha» e «minha» não diferem em sentido.
Também, há um tipo de elipse que ocorre via pronome possessivo, como na frase «Peguei minha mochila, pegue a sua também» está omitido o termo mochila após «a sua».
Contudo, vem-me à mente às vezes se está correto a omissão do artigo definido do pronome possessivo enquanto há esse tipo de elipse.
Alguns exemplos:
• «Peguei minha mochila, pegue a sua também.» → "Peguei minha mochila, pegue sua também";
• «O folheto dos outros foi entregue, mas o nosso não.» → “O folheto dos outros foi entregue, mas nosso não".
Agradeço a ajuda.
Consideremos a frase: «Nós nos aliamos a ele desconfiados.»
A função sintática do termo nos é objeto direto ou objeto indireto? Ou o termo nos não desempenha função sintática, sendo uma parte integrante do verbo?
Obrigado.
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