Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Variedades linguísticas
Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 2K

Gostaria de saber se o vocábulo "terem" no sentido de «conjunto de utensílios próprios para certo serviço» leva acento no singular ou no plural ("terens").

Diogo Baptista Estudante Lisboa, Portugal 5K

Com frequência tenho escutado em português do Brasil som do u após o q em palavras que em português de Portugal não o seriam, exemplos disso são líquido – liqüido, liquidificador – liqüidificador, liquidação– liqüidação, bem como em outras palavras.

Inicialmente pensei tratar-se de um erro mas após breve pesquisa soube que se trata de um termo antigo que o acordo veio unificar seguindo a versão, do português de Portugal.

Ainda mais estranho é visto que a versão do português do Brasil seguia o passado etimológico da palavra em latim bem como é semelhante a outras línguas com origem latina ou influência do latim.

Questiono a que se deve esta diferença e segundo a lógica e a etimologia qual seria a opção mais correta de se usar?

Isabel Chen Estudante Beijing, China 1K

Gostaria de saber o significado das palavras seguintes numa das obras de Guimalhães Rosa, que me custam bastante para encontrar alguma solução e que parecem regionalismo ou da invenção do autor pela minha dedução:

a. sessépe, serelé:

«O coelhinho tinha toca na borda-da-mata, saía só no escurecer, queria comer, queria brincar, sessépe, serelé, coelhinho da silva...» (as duas palavras indicam um tipo de coelhos? ou certo jogo? ou como?)

b. arredobrar-se

«o esperto do gato repulava em qualquer parte, subia escarreirado no esteio, mas braviado também, gadanhava se arredobrando e repufando, a raiva dele punha um atraso nos cachorros." (só posso reconhecer que o verbo indica uma acção, mas não sei qual.)

Obrigada.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 1K

Relativamente a este famoso percurso madeirense, pedia-vos que me esclarecessem se devemos escrever "Levada do Norte" ou "levada do Norte", ou seja, refiro-me apenas à grafia de "levada".

Obrigado.

Pedro Neves Técnico Viseu, Portugal 11K

Em conversa casual em âmbito laboral surgiu a dúvida relativamente à origem da expressão "nite", referente a cigarro.

De onde vem esta expressão?

Muito obrigado.

João Henriques Estudante Lisboa, Portugal 1K

Aprendi que se deve dizer "ozaviões", e não "ojaviões". Existe explicação formar para tal regra?

Obrigado.

Dalmo De Zoppa Professor Linhares, Brasil 6K

Cá no Brasil, há uma tendência (giro) em utilizar-se o advérbio de modo bem em vez do advérbio de intensidade muito.

Exemplos:

«O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa foi bem interessante (no 7 de Setembro, ao lado de Bolsonaro).»

«A cientista-chefe Sumya Sumyhatan foi bem clara.»

É possível utilizar bem, em vez de muito?

Obrigado.

Tomás A. Oliveira Técnico IT Portugal 2K

Oiço tantas vezes o verbo "carnavalar" que acabo por usá-lo: «Vamos carnavalar no sábado?» Também oiço o verbo "carnavalejar". Em ambos os casos, o sentido é «brincar ao Carnaval».

A minha dúvida é: algum destes verbos existe de facto ou são apenas de uso coloquial, como "cafezar" e outros que tais?

Alexandre Vidal Analista Curitiba, Brasil 1K

É muito comum encontrarmos palavras estranhas nas músicas, especialmente influenciadas pelo regionalismo, mas também por explicações simples e muitas vezes cômicas.

Gostaria de conhecer a explicação para a palavra "hotomote" na música A tua sina de Clementina de Jesus (1901-1987):

«Lá no morro de São Carlos
"existe" dois hotomotes
de perto conhece os fracos
de longe conhece os fortes.»

Obrigado.

José Alves Professor Brasil 1K

Gostaria de saber como é que a pronúncia do "e" átono, que era pronunciado como "i", passou a ser pronunciado como /ɨ/.

Também gostaria de saber se esse é um fenómeno que ocorre com todos os is átonos, e não somente os que derivam dum "e" átono.

Em galego-português, ou até mesmo no período pré-clássico, o "e" átono era registrado, na escrita, como um "i", devido a harmonização vocálica, processo que ainda acontece no Brasil, como é possível observar em palavras como "pepino" antes também escrita como "pipino", e até mesmo quando eram nasais, como em "mentir" (mintir), "mentira" (mintira), "ensinar" (insinar), que aparecem escritas assim até em Os Lusíadas.

Sempre me pergunto como é que uma mudança tão grande como essa foi "desfeita", e o "e" que tinha passado para um "i" é agora um "ɨ", e no caso das nasais, voltou a ser pronunciado como "e".