É possível desenvolver um algoritmo – sequência de instruções – que tendo como input um texto em português consiga, como output, indicar se esse texto é em português do Brasil ou de Portugal?
Obrigado
Li recentemente o livro De Deus e do Homem, publicado em 1945 pela Bertrand. Trata-se de uma coletânea de textos de Pascal, escolhidos, prefaciados e traduzidos por Dinis da Luz. Nela, a dado passo refere-se:
«E assim lhes dão escargos e negócios que os põem numa safra-nafra desde o romper do dia» (p. 154).
Sobre esta frase tenho duas questões:
Nunca ouvi ou li a palavra safra-nafra mas pelo contexto parece-me que o seu sentido será equivalente a «lufa-lufa». Atendendo a que safra significa «grande atividade ou trabalho intenso», «afã» ou «azáfama», será que poderá ter surgido, por via onomatopaica, «safra-safra», e depois, por corruptela, «safra-nafra», ou o «nafra» ali será apenas uma gralha?
Também nunca me deparei com a palavra «escargo» que parece ali significar encargo, será uma outra forma de grafia da palavra «encargo», até porque «descargo» significa «pagamento de um encargo», ou apenas uma gralha?
Podem esclarecer, s.f.f.?
Muito obrigado.
Como se grafa corretamente a palavra que designa um tipo de confraternização, em que cada convidado leva um prato?
"Junta panelas" ou "junta-panelas"?
A construção gramatical «ante a» ou, de forma sincopada, "ant'a", é muito usada por moradores do interior do meu estado, Pernambuco, em frases como: «vá ant'a sua mãe», «fui ant'a meu pai, ele está muito doente», etc.
Todavia eu nunca ouvi tal construção em referência a objetos, só a pessoas. Quero saber se a línguística histórica da nossa amada flor do Lácio algum dia abonou tal construção.
Grato!
Na palavra continente a vogal o pronuncia-se "o" em vez de "u", apesar de estar numa sílaba átona.
Qual é a explicação?
Em conversa, há dias, com um habitante da Beira Baixa, este usou uma expressão que eu já não ouvia desde a minha infância, «nada não», utilizada em resposta negativa a uma pergunta que lhe foi formulada.
Ex: P – Tem algum filho a viver aqui na aldeia?
E – Nada não, estão todos na Alemanha.
Gostaria de saber a origem dessa expressão, tão usada antigamente, pelo menos na zona da Covilhã.
Grata.
Gostaria de saber se o vocábulo "terem" no sentido de «conjunto de utensílios próprios para certo serviço» leva acento no singular ou no plural ("terens").
Com frequência tenho escutado em português do Brasil som do u após o q em palavras que em português de Portugal não o seriam, exemplos disso são líquido – liqüido, liquidificador – liqüidificador, liquidação– liqüidação, bem como em outras palavras.
Inicialmente pensei tratar-se de um erro mas após breve pesquisa soube que se trata de um termo antigo que o acordo veio unificar seguindo a versão, do português de Portugal.
Ainda mais estranho é visto que a versão do português do Brasil seguia o passado etimológico da palavra em latim bem como é semelhante a outras línguas com origem latina ou influência do latim.
Questiono a que se deve esta diferença e segundo a lógica e a etimologia qual seria a opção mais correta de se usar?
Gostaria de saber o significado das palavras seguintes numa das obras de Guimalhães Rosa, que me custam bastante para encontrar alguma solução e que parecem regionalismo ou da invenção do autor pela minha dedução:
a. sessépe, serelé:
«O coelhinho tinha toca na borda-da-mata, saía só no escurecer, queria comer, queria brincar, sessépe, serelé, coelhinho da silva...» (as duas palavras indicam um tipo de coelhos? ou certo jogo? ou como?)
b. arredobrar-se
«o esperto do gato repulava em qualquer parte, subia escarreirado no esteio, mas braviado também, gadanhava se arredobrando e repufando, a raiva dele punha um atraso nos cachorros." (só posso reconhecer que o verbo indica uma acção, mas não sei qual.)
Obrigada.
Relativamente a este famoso percurso madeirense, pedia-vos que me esclarecessem se devemos escrever "Levada do Norte" ou "levada do Norte", ou seja, refiro-me apenas à grafia de "levada".
Obrigado.
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