DÚVIDAS

A próclise e a ênclise em Portugal e no Brasil, novamente
Já vi que alguns portugueses parecem preferir a ênclise mesmo em casos em que a próclise é de rigor, como depois de pronomes indefinidos. Isso aceita-se em Portugal como correto, ou trata-se dum erro cometido pelo autor do excerto abaixo? «Se uns empregam o nome da moeda única com [ó], muitos encaram-no como uma palavra grave e articulam a letra como [u], ou seja, o som que é esperar na posição átona final de uma palavra em português, incluindo a variante do Brasil (cf. porto, canto, debaixo).» Outros exemplos de ênclise "proibida" que tenho visto entre portugueses, tanto na escrita quanto na fala, ocorre depois da palavra porque. Considera-se correto em Portugal, ou é que de fato os portugueses adoram a ênclise, diferentemente dos brasileiros, que têm uma quedinha pela próclise? Muito obrigado por considerarem a minha achega.
A pronominalização de complementos directo e indirecto
Estamos a levar a cabo um pequeno trabalho sobre a pronominalização de complementos directo e indirecto. Temos vindo a verificar um fenómeno interessante: os falantes usam frequentemente -lhe em pronominalizações que deveriam ser -o/a ou -os/as. Exemplo: «Ele viu o João ontem à tarde» — *«Ele viu-lhe ontem à tarde», entre outros. Gostaríamos de saber se também verificou esta ocorrência e quais as possíveis explicações para este facto. Também gostaríamos de questioná-lo sobre a existência de algum artigo relativo a este aspecto que poderíamos consultar. Desde já agradecemos a sua atenção. Saudações linguísticas...
Ainda o verbo premiar
Agradeço a resposta enviada a mim, mas tomo a liberdade de discordar da referência do verbo premiar, conforme aparece em vossa resposta «premeio, premeias...», que, segundo consta em gramática da língua portuguesa (por exemplo, Nossa Gramática, de Luiz Antonio Sacconi e em outras), só abrigam cinco verbos com esse tipo de conjugação, a saber: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar. Conforme consulta ao Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, o verbo premiar aparece com a conjugação: eu premio, tu premias, etc. Gostaria de saber qual a justificativa para a inclusão do verbo premiar nos moldes apresentados em vossa resposta.
A pronúncia da palavra
Gostaria de saber qual é a pronúncia mais correcta para a palavra rã, sem ter em conta as diferentes regiões do país, mas, sim, o fonema em si. Tendo esta palavra monossilábica um til, deve-se recorrer a uma fonética nasal ("ran"), ou deve se pronunciar com a aberto ("rá")? Isto ajudaria a tirar as minhas dúvidas quanto a como pronunciar manhã, irmã, satã, etc. Qual é a forma mais correcta de pronunciar essa palavra em "bom português"? Obrigado.
O verbo ser como auxiliar de verbos intransitivos
Tal como em algumas línguas se utiliza o verbo ser como auxiliar de verbos intransitivos (ex., em francês: «Je suis allé»), creio que em português essa construção também existe. (Ex.: «Já cinco sóis eram passados» = tinham passado). A minha dúvida prende-se com a frequência desse tipo de construções: quando foi comum (se é que alguma vez o foi), por que razão é que caiu em desuso e se se utilizava o ser com todos os verbos intransitivos ou apenas com alguns. Obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa