DÚVIDAS

O género dos nomes científicos em latim
Na minha profissão são frequentemente usados nomes científicos em latim para designar grupos taxonómicos, como os de filo, classe, ordem, família, género ou espécie. Exceptuando o caso dos dois últimos grupos, há geralmente termos em português que podem ser usados em alternativa aos latinos (por exemplo, Cordados em vez de Chordata). No caso do género e da espécie (e também da subespécie), este aportuguesamento não é utilizado, mas é frequente a atribuição de género aos respectivos termos. Com efeito, é, por exemplo, comum dizer-se ou escrever-se "o" Homo sapiens, ou apenas "o" Homo, "o" Cerastoderma (género a que pertence o berbigão-vulgar), "a" Sardina pilchardus (nome científico da sardinha), ou "o" Gadus morhua (nome científico do bacalhau-do-Atlântico). No meu curso de licenciatura conheci um professor que dizia ser incorrecta esta atribuição de género aos nomes científicos escritos em latim, mas, o que é facto é que é muito frequente, tanto no meio científico português, como no de outros países. Podem esclarecer esta questão? Já agora, podem também esclarecer como se deve pronunciar o "ch" no nome em latim pilchardus acima referido (x ou c)? Muito obrigado pelo vosso excelente trabalho.
O uso de apóstrofo nos apelidos
Necessito de um esclarecimento relativamente ao uso de apóstrofo num dos meus apelidos. O meu nome completo é Marco Paulo de Oliveira Monteiro, no entanto, com o passar do tempo já me habituei a escrever "D'Oliveira" em vez de «de Oliveira». Como sei que o uso de apóstrofos por norma aplica-se quando existe seguimento de duas vogais (como é o caso), pergunto se no entanto será válido fazê-lo com o meu apelido, uma vez que difere do registo constante na conservatória. Grato pela atenção.
As acepções do verbo comandar
Chamou-me a atenção a seguinte frase que encontrei numa revista semanal brasileira de grande circulação: «Os instintos a [a galinha] comandam a protegê-los [os pintinhos] até mais que a si mesma.» Primeiro estranhei esse a como objeto e fiquei pensando se não seria melhor um lhe, objeto indireto, mas ainda assim a frase não me parece gramatical nem idiomática. Não creio nunca ter visto «comandar alguém a fazer algo». Há somente 38 ocorrências no Google com «a comandam a», das quais o segundo a é também objeto e não preposição e vem depois de vírgula. Eu teria escrito «Os instintos a mandam/mandam-na protegê-los até mais que a si mesma» ou «Seguindo os seus instintos, ela os protege/protege-os mais do que a si mesma». Que lhes parece a frase original? Devo continuar achando que é uma aberração, ou sou eu que não entendi algo? Muito obrigado por este excelente espaço.
Sobre uma vírgula e orações subordinadas adjectivas restritivas
Está correta a vírgula inserida após «livros» no trecho abaixo, retirado de uma página sobre direito? «Cópia de Livros — A disputa travada entre estudantes, professores e bibliotecários contra editores por conta da legalidade de cópias de livros, é um dos assuntos que está no palco de debates de peso de Migalhas.» Estando correta a vírgula, por acaso o trecho «... travada entre estudantes, professores e bibliotecários contra editores por conta de cópias de livros» seria uma oração subordinada adjetiva restritiva? Sendo este o caso, é possível inserir vírgula ao final de orações desse gênero quando elas têm tamanho significativo? Agradeço imensamente o auxílio.
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