Claro. Nesse contexto, a palavra bom é equivalente a um nome. Eis como Rodrigues Lapa (Estilística da Língua Portuguesa, Coimbra, Coimbra Editora, 1979, pág. 143) comenta este uso:
«Quando dizemos "o infeliz rapaz", consideramos, numa atmosfera sentimental, a infelicidade do moço. Não se ousou dizer, como locução equivalente, "a infelicidade do rapaz", mas adoptou-se uma construção, já citada por nós, que é um termo médio e um belo achado estilístico, muito frequente na linguagem familiar: "o infeliz do rapaz". Agora aparece o adjectivo substantivado e mesmo dependente do substantivo, porque está separado dele pela preposição. Isto é, conserva a vantagem sentimental da posição, anteposto ao substantivo, e adquire maior relevo de significado.»