DÚVIDAS

A sintaxe do nome entrevista
Começando por agradecer o ótimo e muito útil trabalho do Ciberdúvidas, que consulto muitas vezes, peço que me esclareçam, por favor, sobre a forma correta de referenciar uma entrevista. Imaginando que o jornalista Santos entrevistou o ministro Silva, devemos referir a situação como: – Entrevista do ministro Silva ao jornalista Santos ou – Entrevista do jornalista Santos ao ministro Silva? Muito obrigada.
O pronome eu, oração relativa e modo verbal
Eu tenho um desacordo com alguém que escreveu a frase seguinte: «Necessitam de professores tão comprometidos quanto eles, que valorizem seu tempo.» Eu discordo com "valorizem", pois se eu reescrevesse a frase com "mim", usaria "valorizo" no modo indicativo: «Necessitam de mim, tão comprometida quanto eles, que valorizo seu tempo..» Porém, para ser mais claro, eu poderia reescrever a frase com o verbo "ser", assim, por exemplo: "Necessitam de mim, tão comprometida quanto eles, (e) que sou/seja/fosse responsável o suficiente para ajudá-los.» Poderiam me dizer se realmente não somente o subjuntivo da frase original é válido ou não. E meu exemplo é gramaticalmente idêntico, sabendo que nesse último exemplo ou variação da frase, eu usaria "sou"? Obrigado pela atenção.
A concordância de cabisbaixo e boquiaberto
Gostava de ver uma pequena dúvida esclarecida em relação ao adjetivo "cabisbaixo". Quando se diz que alguém ficou cabisbaixo perante uma repreensão, o mesmo deve concordar em género com o sujeito? Não sei se me faço entender, por isso, trago-lhes duas frases como exemplo, embora não tenha a certeza de estarem corretas... (1) Alertado pela intervenção do seu pai, completamente imóvel, Pedro permaneceu cabisbaixo (ou cabisbaixa?). (2) A Joana era uma criança que tendia a envergonhar-se. Sempre que um estranho lhe perguntava algo, permanecia cabisbaxa e coradíssima. A minha dúvida surge pelo significado da palavra em si [«de cabeça baixa»], ou seja, referente à postura do sujeito – cabeça – e não ao seu género... Neste sentido, quando se usa o feminino ou o masculino? A mesma dúvida surge também com a palavra boquiaberta/o... Podem elucidar-me com algum exemplo, por favor? Desde já, agradeço imenso qualquer explicação que me possam dar!
Neologismos e estrangeirismos
Li diversos textos sobre o assunto (inclusive um dos Senhores) e, com a leitura dos textos, fica claro que o entendimento é: neologismo é uma coisa, e estrangeirismo é outra. Porém... bate uma dúvida cruel: quando aportuguesamos uma palavra, não estamos diante de um neologismo? Não dá para entender xampu, que é da gente como estrangeirismo. O gramático Fernando Pestana cita que alguns gramáticos consideram os estrangeirismos como neologismos: «Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua.» Entretanto eu nunca vi esses gramáticos! Na gramática do autor citado, ele também faz a distinção de um termo para outro e cita também que o estrangeirismo também pode ser adaptado, ou seja, ele parece ser contrário a minha "estranha" visão. Obs.: Até a palavra estrangeira, quando passa a ser usada de maneira inédita pelos falantes de português, eu acho que pode ser uma espécie de neologismo. Podem me ajudar? 
A expressão «à memória»
Sei que o tema já foi aqui trazido, mas sem contextualização. Tenho, infelizmente, passado algum tempo num determinado cemitério e tenho ficado intrigada com o facto de as lápides das campas e dos ossários dizerem todas «À memória de». Contudo, nas placas colocadas nos ossários – em particular, mas não só –, existe a nítida intenção de recordar alguém e não, propriamente, a de homenagear ou dedicar o espaço / a placa a alguém. Assim, no meu entender, a inscrição mais correta deveria ser «Em memória de» fulano tal, em vez de «À memória de...», mas não tenho encontrado nenhuma que corrobore o meu ponto de vista. Será que estou enganada?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa