O verbo envelopar
A forma verbal "envelopar" existe em português de Portugal?
Grata pela resposta.
Complemento do adjetivo e pronome lhe
Gostaria de saber se de facto estou a analisar de forma correta a seguinte frase:
«Este encontro entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido, tem sido um desafio.»
Sujeito: «Este encontro entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido.»
Predicado: «tem sido um desafio»
Predicativo do sujeito: «um desafio»
Agora, quanto ao sujeito, vejo um grupo nominal principal («Este encontro») e um complemento do nome encontro: «entre o desejo de tornar Camões acessível a todos e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido»
Continuando a análise em caixinhas dentro de caixinhas, este complemento do nome é constituído por dois grupos nominais, sendo o primeiro «o desejo de tornar Camões acessível a todos», e o segundo «e a realidade de um autor reverenciado, mas pouco lido».
Deixarei para depois a análise deste último complemento que integra uma oração coordenada adversativa.
Para já interessa-me esclarecer o constituinte «entre o desejo de tornar Camões acessível a todos». É composto por um grupo nominal «o desejo» e por sua vez por outro complemento do nome «de tornar Camões acessível a todos» assegurado por uma oração subordinada completiva.
Gostaria de proceder à análise sintática independente desta oração completiva: «Camões» seria complemento direto do verbo tornar;«acessível a todos» seria predicativo do complemento direto «a todos», complemento do adjetivo acessível.
A minha dúvida é esta: é defensável a ideia de que «a todos» seja complemento indireto?. Exemplo: «Eu tornei Camões acessível a todos»/ «Eu tornei-lhes Camões acessível» (parece-me pouco gramatical).
Obrigado e bom trabalho.
Verbo ladrar, voz passiva e objeto indireto
Posso dizer "fui ladrado por um cão"?
Obrigado.
Pessoa e concordância
Qual o correto?
1) Essas pessoas são ótimos empresários.
Ou:
2) Essas pessoas são ótimas empresárias.
No caso, são empresários masculinos e empresárias ao mesmo tempo, mas não sei se precisa ficar no feminino de igual modo por "pessoas" ser um termo no feminino.
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati
A respeito dos dois novos santos canonizados pela Igreja Católica Romana, Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, podemos chamá-los com seus respectivos prenomes em língua portuguesa, ou seja, São Carlos Acutis e São Pedro Jorge Frassati ou deve permanecer a forma italiana?
Há algo no Acordo Ortográfico ou em alguma outra normativa que informe algo a respeito?
A expressão «dar que falar»
A expressão «dar que falar» está correcta?
[N. E.: A consulente escreve de acordo com a ortografia de 1945.]
Os adjetivos agoniante e agonizante
Vejo os termos agoniante e agonizante sendo usados para falar de situações difíceis ou angustiantes, mas não sei exatamente quando usar um ou outro.
Gostaria de entender melhor em que contextos cada um é mais apropriado e se há alguma diferença de sentido ou uso entre eles.
Obrigada.
A expressão «cair em cima»
Como costumo fazer traduções, questiono-me geralmente sobre o núcleo de significado de várias expressões na minha língua.
A última que me veio à cabeça foi «cair em cima de», que, segundo julgo, significa «censurar castigando a entidade em causa». Porém, tenho as minhas dúvidas.
É este mesmo o significado da expressão em apreço? E, se assim for, significa, então, que «cair em cima de» encerra sempre uma conotação negativa, cáustica e pejorativa?
Obrigado pela atenção.
Vírgulas e deslocação de complementos verbais
Por gentileza, poderia me informar se, quando a ordem está invertida, entre verbos e seus complementos, é preciso virgular?
Ex.: «De maçã, eu não gosto.»
Os valores semânticos da construção ao + infinitivo
Tenho visto algumas frases em que a construção ao + infinitivo me parece inadequada, possivelmente por resultar de traduções literais do inglês by + ing form, e gostaria de saber se a sua aplicação está correta ou não nos exemplos de 1 a 3.
1) Pode ver mais informações ao clicar neste link.
2) Publica um anúncio ao aceder à página principal.
3) Descobre mais novidades ao ler este artigo.
Intuitivamente, costumo usar a construção ao + infinitivo em orações temporais ou temporais-causais e valido a sua utilização substituindo-a por quando ou marcas temporais similares, como nestes exemplos.
4) Ao sair de casa, reparei que me tinha esquecido da chave. (Quando saí de casa, reparei que me tinha esquecido da chave)
5) A rapariga corou ao ver o rapaz. (A rapariga corou porque/quando viu o rapaz)
6) Ouviu as notícias ao preparar o jantar. (Ouvi as notícias enquanto preparava o jantar)
Eu percebo que nos exemplos de 1 a 3 se possam substituir as expressões ao + infinitivo por quando e, ainda assim, obter frases gramaticais. Contudo, parece-me que há uma notória alteração no significado destas frases. Para ser mais exata, estas frases são exemplos inspirados em traduções do inglês em que a forma ao + infinitivo serve de tradução de by + formas terminadas em -ing, que optei por não partilhar na plataforma por razões de confidencialidade. No entanto, em inglês seria mais ou menos assim:
1) You can see more info by clicking on this link traduzido como «Pode ver mais informações ao clicar neste link»;
2) You can publish an ad by accessing the home page traduzido como «Publica um anúncio ao aceder à página principal»;
3) Learn more news by reading this article traduzido como «Descobre mais novidades quando leres este artigo».
Partindo dos exemplos em inglês, não me parece que haja uma intenção temporal/causal nas construções introduzidas por by + formas terminadas em -ing. Na verdade, estas construções parecem-me muito próximas daquilo a que anteriormente designávamos como complemento circunstancial de modo:
1) Como é que podes ver mais informações? Clicando no link.
2) Como é que podes publicar um anúncio? Acedendo à página inicial.
3) Como é que descobrir mais novidades? Lendo este artigo.
Convocando outros exemplos, não me parece que na nossa língua se utilize o ao + infinitivo para descrever a forma como certas ações são concluídas e daí a minha estranheza perante estas estruturas.
Parece-me mais natural dizer:
7) «Visitámos vários países viajando de bicicleta» do que *Visitámos vários países ao viajar de bicicleta
8) «Ela informa-se das notícias lendo o jornal» do que *Ela informa-se das notícias ao ler o jornal
9) «Desloco-me ao escritório conduzindo» do que *Desloco-me ao meu escritório ao conduzir.
Ou seja, se a minha intenção é a de explicar de que forma concluo determinada ação, é natural a aplicação desta estrutura?
Obrigada pela ajuda.
