Não há erro gramatical em «Estou diretor» (ou «Estou como diretor»).
A substituição de ser por estar é uma decisão estilística. Com efeito, o verbo estar passa a ensejar outro sentido, associado a possíveis intenções discursivas já bem esclarecidas pelo consulente.
Quanto à possível noção de estado transitório do verbo ser, isso é um valor semântico subjacente, mas não evidente e essencial, pois «Sou diretor» implica (primeiro) a ideia de um estado permanente – é o que o indivíduo é, profissionalmente; ou seja, é o cargo que ocupa. No entanto, como alguém não será diretor toda a vida nem o é 24h por dia, pode-se compreender nesse contexto que o estado é transitório. Obviamente o sentido está longe de ser o mesmo que «Estou diretor», pois aqui se indica, com clareza, a ideia de transitoriedade marcada intencionalmente pelo enunciador, com todos aqueles desdobramentos retóricos já esclarecidos pelo próprio consulente.
Infelizmente desconheço um trabalho acadêmico que trate exclusiva e especificamente desses usos. Contudo, pode ser que a dissertação a seguir amplifique sua visão a respeito dos diferentes valores semânticos dos verbos ser e estar:
Rita Maria Nunes Ribeiro, Sobre a semântica dos verbos "ser" e "estar" em Português, Universidade do Porto, 2021(https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/138191)
Sempre às ordens!