Bobo(a) e idiota
O dicionário diz que bobo(a) e idiota significam a mesma coisa.
Porém, se alguém chama o próprio par romântico de bobo(a), é elogio, enquanto que se alguém chama o próprio par romântico de idiota, é ofensa!
Qual a razão disso no caso?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Interrogativa indireta: «perguntar aonde/para onde vai»
Normalmente o verbo perguntar pede um complemento indireto. Por esta razão, perguntava se o verbo em causa pode reger a preposição destacada para: «O pai perguntou para aonde o filho ia.»
Cumprimentos
Sóis vs. sois
Por que o plural de sol é acentuado (sóis), e a 2.ª pessoa do plural («vós sois») do verbo ser não é acentuada?
Entendo que as duas formas são monossílabas terminadas em ditongo aberto.
Obrigado.
Bem-feito e «bem feito»
Gostaria de saber como devemos grafar: «O trabalho está bem-feito» ou «O trabalho está bem feito»?
Muito obrigada, desde já!
Gesto = «expressão facial»
Regressando a Os Lusíadas, reparo que a palavra gesto surge muitas vezes no texto com o sentido de «rosto» ou «fisionomia».
Curiosamente, os dicionários modernos preveem esse sentido. Mas, francamente, não me lembro de alguma vez ter utilizado ou escutado, no meu quotidiano, a palavra gesto com tal intenção.
Assim, o que pergunto é se esse significado é arcaico ou se, apesar de menos comum, continua a ser válido no português contemporâneo.
Muito obrigado.
A sintaxe do verbo colaborar
Cumprimentos, antes de mais, à equipa do Ciberdúvidas e os votos dum feliz Ano Novo!
Num dos programas de rádio ouvi: "...Carlos Magno (...) colaborou reunificar boa parte do Ocidente Cristão ..." e tropecei em 'colaborar' completando-se directamente com um infinitivo.
Uma pesquisa na internet trouxe mais um exemplo: "quem não colaborou fazer parte, que colabore".
A dúvida é se o verbo 'colaborar' permite reger um infinitivo à maneira de combinar. acordar, etc. ou sempre se exige uma preposição (sic) 'para'? Caso se admita, qual será a função sintáctica desse e quais são, tecnicamente, locuções verbais cultas com o uso de 'colaborar'?
Agradeço.
Adiar e agradecer
Gostaria de saber se os verbos adiar e agradecer se regem por alguma preposição. Consultei várias fontes e não consegui encontrar. Desta forma, deve dizer-se:
(I) Não faças ainda o relatório. Acho que o podes adiar uma hora.
ou:
(II) Não faças ainda o relatório. Acho que o podes adiar por uma hora.
Quanto ao verbo agradecer:
(III) Com amabilidade, o empregado de mesas levou-lhe a fatura e agradeceu-lhe a generosa gratificação.
ou:
(IV) Com amabilidade, o empregado de mesas levou-lhe a fatura e agradeceu-lhe pela generosa gratificação.
Obrigada!
Consolidação vs. solidificação
Deve dizer-se «consolidação de conhecimentos» ou «solidificação de conhecimentos»?
Fardo, quilo e litro com complemento nominal
Consideremos os seguintes exemplos:
«Bebi dois fardos de refrigerante.»
«Cortei três quilos de lenha.»
«Comprei dois litros de água.»
Nestes três casos, fardos, quilos e litros parecem todos serem substantivos que não possuem existência independente (litros de quê?), portanto, seriam substantivos abstratos. Diria mesmo que não possuem sentido independente. Parece-me intuitivo, portanto, que «de leite», «de lenha» e «de água» sejam complementos nominais, respectivamente, dos três substantivos citados, pois além de completarem os sentidos dos mesmos, possuem eles mesmos sentido passivo .
Entretanto tradicionalmente são considerados substantivos abstratos aqueles que representam qualidade, estado, ação, conceito ou sentimento; não é mencionada quantidade ou ordem de grandeza nessa definição.
Minha dúvida é se se substantivos desse tipo são de fato abstratos, ou se são concretos. Nesse último caso, «de leite», «de lenha e «de água» seriam adjuntos adnominais, o que me soa "insuficiente", pois aí seriam termos acessórios; os substantivos citados parecem requerer obrigatoriamente um complemento.
Muito obrigado desde já!
Aquando vs. «aquando de»
Embora seja comum usar o vocábulo aquando como fazendo parte de uma alegada locução adverbial (Caldas Aulete), a verdade é que, classificando-a apenas como conjunção, o primeiro dicionário que encontrei e que o menciona é o de Cândido de Figueiredo, atribuindo-lhe os significados de ao mesmo tempo que, quando.
No meu tempo de jovem, se bem me lembro, os populares usavam o termo aquando seguido do artigo (o/os, a/as). Gostaria de saber se consideram um erro o uso do artigo (aquando a) em vez da preposição (da), ou não passará de uma escolha um pouco ao sabor da moda. Se for possível, rogo também o favor de indicar uma qualquer página de um qualquer livro em que Camilo, Aquilino ou algum outro autor clássico, dos que honram a nossa língua, apliquem essa expressão.
Obrigado pela atenção e pelo precioso serviço a que nos habituaram.
