Ultimamente, em minhas leituras, tenho notado que em algumas orações é suprimido o que. Por exemplo: «esta crise, da qual parece o mundo foi vítima...» ao invés de «esta crise, da qual parece que o mundo foi vítima...».
Sobre a dúvida acima, gostaria que me informassem (ou gostaria me informassem?), o que antecipadamente agradeço, se há alguma regra para a supressão do que.
A palavra antiguidade é composta por aglutinação, ou derivada por sufixação?
Como dividir silabicamente as palavras: pneu, psicologia e abstrato?
O que é que mudou ao nível da divisão silábica com a entrada em vigor do novo acordo ortográfico?
Palavras-chaves, ou palavras-chave?
Por vezes, quando ao despachar — o que equivale a dar uma ordem, num processo judicial, para que se faça algo —, ao ordenar que se proceda a uma notificação, que se tem vindo a frustrar, de alguém numa certa morada, digo: «Intente a notificação na morada...», mas fizeram-me o reparo de que intentar deriva de intento, intenção, e que não pode utilizar-se no sentido em que o faço de «proceda» ou «diligencie».
Gostaria de ter uma apreciação vossa desta questão.
Nas frases:
1. «Blimunda ficou responsável por recolher vontades.»
2. «Gomes Freire foi executado depois da decisão injusta.»
Quais as funções sintáticas de: «por recolher vontades» e «depois da decisão injusta»?
Na frase «Desatou a correr pela aldeia fora», o vocábulo fora continua a pertencer à classe dos advérbios? Se assim for, a que subclasse pertence? Não consigo integrá-lo em nenhuma. Aqui o advérbio fora modifica o nome e não o predicado, logo não pode ser um advérbio de predicado, mas também não se encaixa em nenhuma das outras classes.
O mesmo acontece com o advérbio dentro na expressão «Pela casa dentro». Na gramática tradicional, eram advérbios de lugar, e na nova terminologia? Pensando melhor, «pela aldeia fora» é uma locução adverbial? Sendo assim, classifico-a naturalmente como locução adverbial de predicado. Será? Não vejo outra hipótese.
Fiz esta questão, tendo obtido a seguinte resposta:
«Etimologia de foja
«[Pergunta] Gostaria de obter ajuda na busca da origem da palavra foja, substantivo que dá nome à Quinta e ao rio Fôja, situados entre Montemor-o-Velho e a Figueira da Foz. Terá que ver com o espanhol hoja (começou por se escrever rio Eije)? Ou com foice (já se escreveu depois rio Foixe). Há quem relacione o topónimo com a palavra fôjo, uma vez que existia na mata de Fôja um couto de caça. Porém, estou pessoalmente mais inclinado para que a origem esteja precisamente em folha ou em foice, uma vez que ambas descrevem bastante bem a morfologia que o vale do Fôja evidencia, em forma de folha ou foice. Então será etimologicamente possível a passagem de Fovea a Eije durante a Alta Idade Média, e depois recuperar o f inicial para Foixe? Parece-me um exercício improvável. E qual a sua opinião pessoal? Parecem-lhe improváveis as explicações que estou a seguir? Desde já agradecido pela atenção dispensada. (Leonel Gonçalves, Portugal)
«[Resposta] Segundo José Pedro Machado, no seu Dicionário Onomástico Etimológico, o topónimo Foja provém de fojo. O grande etimologista, dicionarista e arabista acrescenta que em 1258 havia Fogia. É no latim fovĕu, por fovĕa, «cova», que assenta o vocábulo fojo. Tudo quanto o consulente diz a mais, portanto, nada tem que ver para o caso, é pura imaginação. (F. V. P. da Fonseca :: 07/12/2006)»
Portanto, segundo o sr. F. V. P. da Fonseca, o topónimo Fôja é matematicamente provindo de fovĕu, que passou a fovĕa, seguindo a teoria do ilustre José Pedro Machado, para passar a fojo. Nesse caso, como explicar as formas utilizadas pelos frades Crúzios durante a Idade Média, Eije e Foixe?
Na frase «Não há agora em toda a floresta uma planta tão pobre como eu», podemos considerar que se estabelece uma relação de semelhança, ou não? Esta frase é uma comparação, ou não?
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, as palavras que nomeiam as estações do ano, os dias da semana e os meses perderam a letra maiúscula e tornaram-se nomes comuns. Estarei certo ou errado?
Na eventualidade de serem nomes comuns, eu concordo mais com a atribuição da subclasse «Nome comum concreto», pois são períodos de tempo específicos. Nas quatro estações do ano decorrem determinados acontecimentos associados às respetivas estações do ano: para os habitantes do Hemisfério Norte, o Natal é no Inverno, a Páscoa é na Primavera e as Férias Grandes são no Verão.
Gostaria que me confirmassem a veracidade ou não desta questão, pois já li noutros lados que as estações do ano também poderão ser considerados nomes comuns abstratos.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações