As grafias "pomo de Adão" e "pomo de adão" são grafias ortográficas variantes de "pomo-de-adão" existentes quanto a acepção «saliência da glândula tireoide localizada no pescoço», o mesmo que "gogó"? São grafias válidas em âmbito culto da língua portuguesa no parâmetro antedito? Ou só são grafias informais ou mesmo erradas?
E tendo em conta a pergunta acima, como fica a grafia pomo-de-adão segundo o que preconiza o AO 1990? Fica a grafia pomo-de-adão legado a notar a "árvore" e "pomo de adão", o "gogó"? Mas a grafia hifenizada não é consagrada pelo uso para ambas acepções? E se caso a grafia "pomo de Adão", grafada sem hífenes e com A maiúsculo, for legítima, ela mantém as acepções referente a "árvore" e a referente ao "gogó" inalteradamente, ou não? Aonde há cisão quanto as acepções nesses casos?
E em Portugal é pomo-de-adão sinônimo de pómulo? Mas será que isso também é assim no Brasil?, pois pômulo não quer dizer «maxila ou seio da face» ou ainda «saliência adjacente às órbitas oculares pouco acima das bochechas»? Não são portanto coisas díspares? Ou seria pómulo hiperônimo de algum ou de ambos os termos, maçã-do-rosto e pomo-de-adão, sendo que os dois termos denotam saliências presentes no corpo humano?
Agradeço qualquer mínimo esclarecimento, pois estou a carecer.
Na vossa resposta 11 734 a propósito do género da palavra bebé pode ler-se: «O uso da palavra bebé antecedida de artigo feminino ou masculino é de tal forma frequente que já adquiriu o direito a ser dicionarizada.»
Ou seja, embora o termo ainda apareça registado em muitos dicionários (p. ex. Porto Editora) como sendo um substantivo masculino, outros dicionários, aceitando o facto de o uso de bebé no feminino se ter tornado frequente, passaram a registar este substantivo como tendo os dois géneros.
Tendo presente esta situação, gostaria de saber a vossa opinião no que diz respeito à palavra grama (refiro-me aqui à unidade de medida e não à planta gramínea). O termo encontra-se registado como sendo do género masculino, contudo o seu uso na forma feminina («a grama», «duzentas gramas») é muito frequente entre os falantes da língua portuguesa, sendo porventura dominante em determinados meios, como por exemplo no comércio de bens alimentares. A minha questão é pois esta: recorrendo ao mesmo critério que foi usado para bebé, ou seja, o do "uso frequente" como justificação para a admissão de dois géneros, não faria sentido passar a admitir os dois géneros para a palavra grama, deixando assim de considerar formalmente errada uma utilização que se tornou muito frequente?
Qual a origem e o significado do prenome feminino Izolina?
Desconheço qual o substantivo indicativo da qualidade de ser esparso. A existir ou a ser criado, como deverá(ia) ser à luz das regras morfológicas?
Surgiu recentemente uma dúvida numa sessão de formação para a qual ainda não encontrei uma resposta satisfatória.
Trata-se de esclarecer qual a função sintática desempenhada pela palavra comigo na frase «Ele ficou furioso comigo».
Agradeço a vossa disponibilidade e fico a aguardar uma resposta.
A palavra inglesa cay designa uma ilhota baixa e arenosa formada sobre a superfície de um recife de coral, todavia, contendo vegetação. Ocorre em áreas tropicais dos Oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, incluindo o Caribe e a Grande Barreira de Coral australiana, etc.
O vocábulo parece derivar do espanhol cayo, com significado idêntico, e que, por sua vez, provém de uma língua antilhana não determinada, pelo que entendi, depois de consultar o Diccionario de la Lengua Española, em linha, da Real Academia Española (DRAE).
Pergunto-vos: cay traduzir-se-ia como para o português? Espero que tenhamos uma palavra única e específica, por isto mesmo prática, e não uma frase, como não, raro acontece nas traduções do inglês para o português.
Muito obrigado.
O texto «Compre aqui! Móveis diferenciado com o melhor preço» está correto? Diferenciado não deveria estar no plural? Tem algum embasamento para isto?
Grato!
Sendo pegada a marca deixada por um pé, existe um termo para marca deixada por uma mão? Palmada poderia ser uma alternativa, mas tem um tom negativo estando associada a violência. Estou a tentar traduzir «hand print», mas os meus dicionários, e outros online, não me serviram de ajuda.
Sem mais, obrigado.
Sei que este espaço é um espaço dedicado à língua portuguesa, mas já li em muitos dos vossos artigos referências a transliterações ou traduções de línguas estrangeiras. Assim, e não querendo abrir precedentes para vós indesejáveis, rogava-vos veementemente apenas que me atestassem que «vera veritas» em latim é uma tradução aceitável para «a verdade verdadeira».
Segundo o Dicionário Português-Latino, da autoria de Francisco Torrinha, e do Dicionário Latino-Português, da autoria de Santos Saraiva, arminho se traduz em latim por mus ponticus, literalmente «rato pôntico», isto é, rato da região do Ponto, Ásia Menor, a cuja fauna ele pertence. Apesar do nome, não se trata de um rato, mas de um mustelídeo. Certamente essa denominação latina deve-se ao fato de que, na imaginação dos romanos, o arminho, pelas suas formas físicas, fazia lembrar de um rato.
Por outro lado, os hodiernos dicionários da língua portuguesa dizem que a palavra arminho é proveniente da locução latina armenius mus, literalmente «rato armênio», certamente pelo fato desse animal fazer parte também da fauna da Armênia, país lindeiro com a sobredita região do Ponto. Embora os dicionários nada digam sobre a evolução da expressão, suponho que o segundo elemento da mesma, “mus”, desapareceu em algum momento, restando apenas o primeiro, “armenius”, o qual, ao longo dos séculos, evoluiu até tomar a forma atual, arminho.
Esta última denominação latina, “armenius mus”, não figura em nenhum dos dicionários latim-português e vice-versa que pude consultar, que, aliás, me parecem ser basicamente do latim da Antiguidade mais recuada, isto é, de alguns séculos antes de Cristo até os três primeiros séculos da nossa Era, o que me faz pensar que a razão dessa ausência se deve ao fato de que a expressão “armenius mus” talvez não seja desse período, mas de uma época posterior, de um latim tardio, da fase final da Idade Antiga (séculos IV ou V), talvez até mesmo medieval, uma vez que na Idade Média o latim continuava a ser usado em diversas atividades humanas, embora não fosse mais falado por nenhum povo no cotidiano.
Assim sendo, indago-vos se armenius mus, origem da nossa palavra arminho, é mesmo um latim tardio, quiçá do Medievo ou não.
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