O acto de remover uma cânula de traqueotomia designa-se decanulação, ou descanulação?
Ao escrever um trabalho sobre reconstrução mamária após mastectomia por cancro, deparei-me com uma dúvida numa palavra que usamos na prática quotodiana, que não se encontra nos dicionários escolares. Refiro-me à palavra autólogo, que para nós significa a transposição de tecidos do próprio indivíduo de um sítio anatómico para outro (na mesma pessoa). A dúvida é se esta palavra existe em português ou se é um estrangeirismo, proveniente da palavra inglesa autologous, e se poderá ser usada, sem qualquer outra explicação, num texto não dirigido a médicos.
Obrigado.
Ao ler o documento do acordo ortográfico, não encontrei nada sobre a obrigatoriedade de se colocar letra maiúscula no início das frases. Foi esquecimento, ou é mesmo facultativo?
Nesta entrada respondida pela Edite Prada (que agradeço a sua muito boa explicação e introdução à obra!) lia-se que o nome da aldeia do livro «assenta nas características inusitadas da aldeia. Se, cantando, a garganta pode secar, e beber poder ser considerado uma recompensa, chorando tal não acontece, e beber torna-se desnecessário». Permitam-me discordar. Acho que beber não se tornará assim tão desnecessário, à partida (sinto-me agora como quando estava no secundário, quando me entediava com todas as significações que se dava a todas a vírgulas de Os Lusíadas e outras obras. Mas agora sou eu que estou a "alinhar" neste papel).
Discordo desta última parte e pergunto-vos:
– Não terá esta alteração somente o propósito de assentar o provérbio nas características da aldeia? Porque, no mesmo tom humorístico... sarcástico... hum..., até, se calhar, irónico da obra, se, cantando, a garganta pode secar, e beber pode ser considerado uma recompensa; chorando, uma pessoa desidrata e, bebendo, compensa a perda de líquidos, "por isso, chorem, chorem, seus choramingões, e continuem na vossa melancolia, que, bebendo, isso passa". Ou, até, se beberem álcool, seria mais um "chorem, chorem, que depois a pinga vos animará".
Não seria mais esta a ideia?
Acabei de ler a resposta assinada por Edite Prada, em 17/12/2004, a uma pergunta a respeito da expressão, cada vez mais frequente, «eu não me acredito». Fiquei bastante surpreendida ao descobrir que é uma expressão correta, mas não entendi se se aplica apenas na primeira pessoa ou se o verbo acreditar-se tem um duplo sentido («acreditar»/«crer» e «tornar-se credível»). É que ouvi há pouco a expressão «as pessoas acreditem-se nisto» e confesso que me soou mal mas, mais do que isso, surpreendeu-me por ter sido proferida por uma professora de Português.
Gostaria de saber se também está correto.
Com relação à resposta 31 196, posso dizer que pequei ao não citar alguns exemplos. De qualquer maneira, poderei mencioná-los agora para confirmar que tenho razão nas ponderações que escrevi.
A) «Não, senhorita, Dile respondeu.» (O certo é: «respondeu Dile.»)
B) «Professora, ele disse aqui está o celular de Dile.» (O certo é: «disse ele.»)
C) «Professora, Dile falou com voz trêmula.» (O certo é: «falou Dile com voz trêmula.»)
O pior é que esse modismo já se está espalhando...
Muito grato!
Sou um amante de música clássica e gostaria que me esclarecessem qual o seu respetivo adjetivo. Poderei dizer: «Sou musicófilo classicense» ou sou «melómano classicista»? Estará correto? Se não está, qual seria a alternativa correta?
Muito obrigado pela vossa resposta.
Estou a escrever a tese de mestrado com o novo acordo ortográfico e tenho tido dificuldade nos termos científicos que normalmente tinham hífen, como:
Extra-oral
Extra-embrionário
Micro-organismo
Pelo que li, o hífen não se suprime quando as duas letras antes e após o hífen são iguais, ou seja, micro-organismo permanece com hífen. No entanto, faz-me muita confusão escrever extraoral ou extraembrionário, e tenho medo que constituam exceções por serem de origem científica.
Agradecia que me ajudassem a esclarecer este caso, pois não podem existir quaisquer incorreções na escrita da tese de mestrado.
Obrigada.
Gostaria de saber se há uma explicação para o fato de dizermos:
«O comboio passou pelo Porto», e não dizermos «O comboio passou pela Lisboa», mas, sim, «... por Lisboa». E, então por que não dizemos também «... por Porto»? Precisava de explicar esta diferença a uma aluna chinesa e não consegui encontrar uma justificação clara.
Ainda acerca da polémica causada por Dilma Roussef, que exigiu que a tratassem por "presidenta", julgo ter lido, algures, que as palavras terminadas em e se mantêm inalteradas em função do género. Assim, «o doente»/«a doente», «o tenente»/«a tenente», «o docente»/«a docente». No entanto, sou confrontado, muitas vezes, com «a infanta». Trata-se de uma excepção, ou de uma situação diferente?
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