Trata-se, de facto, de um caso de voz passiva — as chamadas passivas de se (Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 839) — que está expressa «com o pronome apassivador se e uma terceira pessoa verbal em concordância com o sujeito» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2001, p. 383).
Repare-se que a frase apresentada equivale a:
«Foi assim que sempre se fez [= foi feita] a literatura.»
Nota: Uma vez que questiona sobre a(s) forma(s) possível da voz passiva, consideramos pertinente transcrever a opinião dos gramáticos citados que nos dizem o seguinte:
Exprime-se a voz passiva:
a) com o verbo auxiliar ser e o particípio do verbo que se quer conjugar:
Pedro foi ferido por João.
b) com o pronome apassivador se e uma terceira pessoa verbal, singular ou plural, em concordância com o sujeito:
Não se vê [= é vista] uma rosa neste jardim.
Não se veem [= são vistas] rosas neste jardim.