Precisava saber qual o recurso expressivo presente nas seguintes frases:
1 – «Das naus as velas côncavas inchando.»
2 – «A ver os berços onde nasce o dia.»
3 – «Eternos moradores do reluzente.»
Numa sequência de advérbios de modo, em que os primeiros são abreviados, sem utilização da terminação -mente, a concordância deve ser feita com o sujeito?
«O João chegou lenta e pausadamente», ou «O João chegou lento e pausadamente»?
E no caso de sujeitos omissos?
«Trabalhámos árdua e longamente para atingir os objetivos», ou «Trabalhámos árduo e longamente para atingir os objetivos»?
Por último, no caso anterior, a palavra árdua deve ser grafada com acento, ou não, já que constitui uma abreviatura de uma palavra não acentuada (arduamente)?
Qual o valor expressivo da gradação das formas verbais presente no poema O que há em mim é sobretudo cansaço [de Álvaro de Campos]: «ame» (v. 14), «deseje» (v. 15) e «queira» (v. 16) e as correspondentes «amo» (v. 18), «desejo» (v. 19) e «quero» (v. 20):
«Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
– Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...»
Pergunto qual é a ortografia mais correta do instrumento musical: "djambé", ou "djembê"?
Grato, desde já, pela atenção.
Um dos critérios para se distinguir o complemento de nome é ser selecionado por um nome deverbal. Neste caso, se o verbo de onde deriva o nome for intransitivo, continua-se a considerar que exige um complemento? Por exemplo: «a construção da ponte» (verbo transitivo direto = «construir algo»); «a viagem marítima» (viajar é intransitivo, se bem que reconheço que pode também ser transitivo indireto...).; «o sorriso da Maria é lindo».
Ainda... na frase: «o livro que me deste é muito interessante», a oração relativa tem função sintática de complemento do nome, ou modificador restritivo? Consideram que «livro» exige complemento?
Grata.
Devemos escrever «o pai usou a prudência para lhe fazer ver aquilo», «o pai usou da prudência para lhe fazer ver aquilo», ou «o pai usou de prudência para lhe fazer ver aquilo»? Nunca percebi esta formulação.
Obrigado.
Deve escrever-se "vocaliso", "vocalizo", ou é possível usar ambas as palavras?
Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 26, p. 477, col. 1, l. 25, observa-se, na entrada sabedoria, uma referência ao romance de cavalaria Crónica do Imperador Clarimundo (João de Barros, Coimbra, 1522): «… e pois isto que disse mais foi espiorado de sua graça que de minha sabedoria…» (capítulo 28.º).
Tendo efetuado alguma pesquisa, não encontrei o termo "espiorado" em nenhum lugar, devendo confessar que foi breve e superficial a pesquisa efetuada.
A minha questão é, pois: o termo "espiorado" foi palavra portuguesa – hoje um arcaísmo –, ou trata-se de uma gralha na referida enciclopédia? Se é arcaísmo, isto é, se realmente existiu, qual o significado que hoje se pode atribuir?
Antecipadamente grato, pela V.ª dedicação.
Diz-se «sequência narrativa por encaixe», ou pode usar-se o termo encaixamento?
Gostaria que alguém me ajudasse na análise da figura de estilo presente no 2.º verso do último terceto do poema Prefiro rosas, meu amor, à Pátria, de Ricardo Reis. Aqui deixo o terceto:
«Nada, salvo o desejo de indif’rença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.»
Agradeço desde já toda a ajuda que me puder ser dada!
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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