O sufixo -elo tem um valor diminutivo herdado da forma que está na sua origem, o latim -ellu-1: Mindelo (Vila do Conde) < *amenetellu (de *amenetum, «amial, amieiral, lugar onde existem amieiros» – o * indica forma hipotética ou não atestada nas fontes do latim); Ermelo (Mondim de Basto, Arcos de Valdevez), como diminutivo de ermo («lugar deserto, solitário procurado por eremitas» e, daí, «ermida monástica, cenóbio»; ver Ermelo em A. Almeida Fernandes, Toponímia Portuguesa – Exame a Um Dicionário, 1999); Barcelos < *barcellos, de uma forma não atestada *barc(u)-, talvez de origem pré-romana, no sentido de «depressão no terreno» (ver Barcelo, idem). O topónimo Formoselos (Ribeira de Pena) parece ter origem num nome próprio ou, mais especificamente, num apelido, Formoselo – ou *formosellu- –, que já integraria o diminutivo -elo ou -ellu (ver Formoselos em José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, 2003); o -s final é marca do plural e «indicaria pessoas de família local com este apelido» (ibidem).
Note-se que é difícil datar a criação de todos estes nomes de lugar (topónimos), porque podem ter sido formados tanto no período do latim vulgar como em época mais tardia, medieval e já galego-portuguesa, o que significa, portanto, que a sua configuração já seria mais próxima da de hoje. Daí apresentarem-se, a par das formas portuguesas, as latinas como eventuais étimos dos topónimos em apreço.
1 Uso as minúsculas para assinalar os étimos latinos, embora a prática em estudos de etimologia seja a referida e adotada, por exemplo, em Tópicos de História da Língua Portuguesa (Lisboa, Edições Colibri, 2014, p. 15), de Teresa Brocardo: «Na indicação de étimos latinos usa-se [na obra em referência] a prática de os representar em maiúsculas [...].»