Há quem queira atribuir a denominação «sopas de cavalo cansado» à prática antiga de dar o alimento assim chamado aos animais de tiro ou carga para recuperarem energia:
«Na época das carruagens, nas aldeias de Portugal, quando nas pousadas não havia cavalos descansados para substituir e continuar a viagem, davam estas sopas com vinho e açúcar para os animais, que os deixavam refrescados e cheios de energia» (blogue Portugaldantigamente, consultado em 29/01/2016).
Não encontro confirmação desta tese noutras fontes portuguesas, mas numa página espanhola da Internet (Fran Chef, el cocinero), na qual se comenta a origem das também galegas sopas de cabalo cansado, considera-se que a denominação alude à maneira «[...] como se revitalizaba a los caballos, mulas y asnos que se utilizaban como fuerzas motrices a la hora de mover arados, trilladoras y otros aperos de labranza que necesitaban tracción animal» (= «... como se revitalizavam os cavalos, mulas e asnos que se utilizavam como forças motrizes para puxar arados, debulhadoras e outras alfaias agrícolas que necessitavam de tração animal»). Devo referir, porém, que não pude achar obras de referência que corroborassem esta explicação.
Entretanto, assinalo que, em português, além de «sopas de cavalo cansado», se regista ainda a expressão «sopas de burro cansado» (ver sopas em A. M. Pires Cabral, Língua Charra. Regionalismos de Trás-os-Montes e Alto Douro, Lisboa, Âncora Editora, 2013); «sopas de vinho» é também possível. Em galego, as designações são muito semelhantes ou iguais às do português: «sopas de cabalo cansado», «sopas de burro cansado», «sopas borrachas» e «sopas de viño» – cf. sopa no Dicionário Estraviz.