Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Adriano Costa 2K

A minha dúvida já foi objecto de resposta anterior, mas que não me esclareceu inteiramente.

É sabido que o espírito da língua nem sempre está de acordo com as implicações decorrentes da análise lógica em sentido estrito. Penso (mas não tenho a certeza) ser este o caso da utilização da palavra "alternativa" em certos contextos. Por exemplo, é frequente ouvirem-se expressões do tipo: "o caso é muito grave e a única alternativa é operar o doente". Ora, em frases deste género parece que não estamos perante alternativa nenhuma. Não há dois termos entre os quais possa escolher-se, como necessariamente decorreria do uso lógico do termo "alternativa". No nosso exemplo o doente tem que ser operado e ponto final. A única alternativa significa aqui que ele, afinal, não tem alternativa.

Todavia, embora logicamente incoerente, não me parece que frases deste tipo sejam linguisticamente incorrectas. Qual a Vossa opinião?

Paulo Salvador Aveiro, Portugal 7K

Actualmente no meio académico e profissional, o termo que é mais usado para referir o excesso de tráfego numa rede de dados é congestão.

Gostaria de perguntar se o termo mais correcto não será congestionamento.

C. Alexandra Ramos Portugal 40K
Será correcto referir mês de Novembro do corrente ou terei de referir mês de Novembro do corrente ano?
J.M. 5K

O til só se pode usar sobre as vogais 'a' e 'o'? Existe alguma palavra que leve til sobre as vogais 'i', 'e' ou 'u'?

O meu dicionário contém a palavra 'earcar', com um til sobre o 'e' (mas o meu computador só aceita tis sobre o 'a', 'o' e 'n', este último por razões castelhanas). Estranho não é?

Nadson Souza Carvalho Brasil 13K

A divisão silábica da palavra piauíense é: PI-AU-Í-EN-SE. Nesta palavra temos quantos hiatos e quantos ditongos. Segundo a Gramática de Rocha Lima, a rigor o encontro vocálico AU-Í não é hiato, pois em AU o (U) é semivogal e não vogal, ou seja, em AU temos ditongo, mas em AU-Í não teríamos hiato.

Adelaide Marques Portugal 5K

É correcto dizer «línguas crioulas» para designar línguas africanas ou devemos, antes, falar de crioulos e línguas africanas como expressões linguísticas diferentes?

Ricardo Kurylski Paivas, Portugal 12K

Já se explicou "uma pessoa é muito viajada". Qual é o leque da voz passiva usada desta maneira? Já me deparei com a expressão uma pessoa muito lida no sentido de que ela lê muito. E outras do mesmo género? Já ouvi dizer: já estamos almoçados/jantados.

Miguel R. Magalhães Bélgica 6K

Embora concorde inteiramente com os pressupostos da resposta de J.N.H., tenho algumas dúvidas quanto a alguns exemplos apresentados. Os termos gigante, estudante, comerciante, chefe, oficial, parente, presidente, etc. não deveriam permanecer invariáveis? É provável que a passagem de "infante" para "infanta" tenha resultado da influência espanhola. Sem pôr em causa "infanta", pois parece consagrado, haverá necessidade de seguir a mesma lógica noutros casos que me parecem não o exigir?

Maria 6K

Nenhum ou nem um? Demais ou de mais?

Por favor, os senhores poderiam exemplificar tais ocorrências?

Agradeço-lhes.

Leandro Barbosa Folha estudante de Letras São Bernardo do Campo/SP, Brasil 6K

Olá, amigos do Ciberdúvidas! Tenho uma grande dúvida sobre o uso da colocação pronominal nas duas principais variantes do Português, a européia e a brasileira. Pesquisando sobre o tema, vi que na resposta à pergunta sobre a regularidade do verbo fazer em casos de mesóclise foi dada a seguinte resposta: «o correto é 'ela far-lhes-á um bolo'». Entretanto, isso não é compatível com o que tenho visto nas gramáticas brasileiras, que dizem ser incorreta a ênclise após pronome pessoal. Portanto, eu pergunto:

1) Qual é a regra de colocação pronominal em Portugal?

2) Esse tema foi contemplado no Acordo Ortográfico de 1990? (Justamente por ser um acordo 'ortográfico', não contemplaria questões gramaticais?)

3) Não o tendo sido, de que modo essa questão poderia vir a ser harmonizada? Não seria recomendável a liberalização da colocação pronominal em português, visto que há dois usos bastante díspares, e o que é pior, há pouco em comum entre as duas normas (ao que me parece, pois conheço apenas o uso e não a norma portuguesa), e a brasileira é simplesmente 'atropelada' pela grande maioria dos falantes!?

Desculpem-me se a pergunta ficou demasiado longa, mas a dúvida que tenho é realmente grande!

Muito obrigado desde já.