Desejava saber qual a origem etimológica da palavra "beloura" e qual o seu significado actual.
Há propriedade em afirmar que, numa fração cujo denominador é um número maior do que dez, a concordância com a palavra "avo" deve ser feita com o numerador?
Ex.: 1/12 (um doze avo), 2/12 (dois doze avos).
Obrigado.
Agradecia que me explicassem a função sintáctica de "não" (ainda não vi nenhuma gramática que a indicasse). A minha dúvida é: se este advérbio de negação (na classificação morfológica) é um modalizador, poderá, sintacticamente, ser complemento circunstancial de negação? Não estará essa classificação reservada aos circunstanciais? Ou então, como o podemos classificar?
Como exemplo, pode ser a frase: "Eles não fizeram o trabalho."
Em qual das frases abaixo os termos estão corretamente classificados? Se possível analisem para mim cada uma dessas frases.
1. Quem LHE respondeu assim? - Complemento nominal.
2. Desejosos DOS VELHOS LIVROS, fomos encontrá-los num sebo. - Objeto indireto.
3. Fácil DE RESOLVER, o problema não foi discutido pelos grupos. - Agente da passiva.
4. Longe DE CASA, Camões compôs Os Lusíadas. - Complemento nominal.
5. Muitos foram os avisos de MARIA DO SOCORRO, mas ninguém a ouviu. - Objeto indireto pleonástico.
Segundo aprendi, o pronome "LHE" só pode ser usado para pessoas e, na função de objeto indireto ou adjunto adnominal, apenas quando o verbo exigir a preposição "a" ou "para".
Desta forma, não se poderia escrever, por exemplo:
1) "Preciso-LHE muito" (no sentido de "preciso muito DE você");
2) "Como o CÃO estava com fome, dei-LHE comida" (dei comida ao CÃO);
3) "Porque o CARRO já estava velho, furou-LHE um pneu" (no sentido de "furou o pneu do CARRO").
O que gostaria é que os senhores me confirmassem se estes raciocínios que fiz a partir de meus estudos estão corretos. Pois as coisas nem sempre estão muito claras nas gramáticas, e talvez eu tenha entendido errado.
Se for possível acrescentarem algo mais sobre o emprego desse pronome seria ótimo.
Obrigado pela atenção.
Qual o plural de minero-medicinal?
Poder-se-á estabelecer qualquer analogia com o plural de social-democrata ou nacional-socialista? Obrigado.
Está correta a frase: "O amor e a tolerância é a chave da personalidade"?
"Nem tanto ao mar, nem tanto à terra."
É o que se diz às vezes sobre a escolha de um meio termo (ou "meio-termo", não sei se tem hífen ou não), em relação a um assunto qualquer. Imagino que seja um dito popular, se não for de autoria de algum escritor.
Minhas dúvidas com relação a essa frase são estas:
1) Estaria correto o uso da vírgula depois de "mar"? Caso sim, poderia ser escrita a frase sem a vírgula também? Então, caso fosse facultativo o uso da vírgula, que razões levariam a escolher usá-la ou não? *
A vírgula emprega-se, entre outros casos, em repetições de palavras que desempenham a mesma função, quando não estão ligadas pelas conjunções e, nem e ou. A frase popular «nem tanto ao mar nem tanto à terra» dispensa a vírgula, porque os seus dois membros estão ligados pela conjunção nem.
Mas é frequente a expressividade da linguagem «exigir» a colocação de vírgula antes daquelas conjunções. Atente-se nesta frase de Miguel Torga em «Bichos»: «Mas afinal não caía, nem o ar lha faltava, nem coisíssima nenhuma». Caro consulente, os melhores escritores da nossa Língua abonam a vírgula antes de nem... por razões estilísticas. **
2) Existiria crase antes de "terra"? Dizem que não existe no sentido oposto a mar e que existe no sentido de solo, mas não sei se, neste ditado, a palavra "terra" está no sentido de oposição a mar ou no sentido de solo mesmo.
Inclino-me a empregar nesta frase, antes de terra, a preposição a contraída com o artigo A, ou seja, «À terra», por analogia com «ao (a o) mar»: fazendo um daqueles paralelismos formais de que as sentenças populares tanto se socorrem, quantas vezes em detrimento dos rigores semânticos.
3) Qual seria a análise sintática e morfológica da frase?
Na frase «nem tanto ao mar nem tanto à terra», temos a ilustração do uso da figura de sintaxe chamada elipse, como processo estilístico adequado à enunciação rápida e concisa. A elipse é a omissão de termo(s) da oração que o contexto permite facilmente subentender: «vida difícil a nossa». Compreende-se que em provérbios, sentenças, divisas, se recorra frequentemente à elipse: «meu dito, meu feito», «Ano Novo, vida nova» etc.
A nossa frase apresenta duas orações coordenadas disjuntivas, às quais faltam o sujeito e o verbo, que poderiam ser «nem vamos (nós subentendido) tanto ao mar nem vamos (idem) tanto à terra; ficamos no meio- termo».
4) E o "nem"? Li, certa vez, que "nem" é igual a "e não"; mas se o "nem" fosse substituído por "e não" em frases como esta, não faria sentido algum, penso eu leigamente. Se não for exagero, os senhores poderiam me dizer de quais formas é usada a palavra "NEM" e suas classificações sintáticas e morfológicas?
Obrigado.
Nem é sempre conjunção coordenativa, isto é, relaciona sempre duas orações coordenadas. Mas pode ser conjunção coordenativa copulativa, e nesse caso significa «e não»: «não sei nem quero saber de histórias» «não é permitido pescar nem nadar neste lago»; ou conjunção coordenativa disjuntiva, quando liga duas orações alternativas, como é o caso, por exemplo, da frase de que nos temos ocupado.
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