Por quanto mais tempo pode a língua portuguesa sobreviver em países como a Guiné-Bissau, onde praticamente ninguém se expressa nessa língua, pois existe uma língua "nacional", que é o creoulo guineense, falado e comprendido por todas as etnias? Já o caso de Moçambique, por exemplo, é diferente pois nâo há uma língua falada e compreendida por todos e o português tem por esse motivo mais possibilidades de sobreviver como língua nacional.
E em Cabo-Verde, onde também há um creoulo falado e entendido por todos?
Obrigado pela atençâo.
Confesso minha perplexidade ante as opiniões expressas por F.V. Peixoto da Fonseca a respeito de tema tão elementar como as palavras "embaixadora" e "embaixatriz". Em sua intervenção datada de 07/01, o consultor de Ciberdúvidas já me havia surpreendido por sua impetuosa decisão de banir, do léxico português, o inocente vocábulo "embaixadora", que nunca fez mal a ninguém. Categórico, exclamou, naquela ocasião: "Não dizer, em caso algum, embaixadora!" Eis que, a propósito de uma observação de um outro consulente sobre o mesmo tópico (17/01), o Senhor Peixoto da Fonseca volta a tratar das embaixatrizes e das embaixadoras, mas agora de forma algo irritada. Tentemos pôr os pontos nos iis, com a serenidade que parece estar à míngua. Em primeiro lugar, a palavra "embaixadora" existe, e significa chefe de missão diplomática, do sexo feminino. Em segundo lugar, existe a palavra "embaixatriz", que significa mulher de embaixador. Curiosos são os argumentos empregados pelo Senhor Peixoto da Fonseca para justificar o desterro que houve por bem decretar ao pobre vocábulo "embaixadora". Diz ele: "... rainha é só uma, quer exerça o cargo..., quer seja a mulher dum rei..." Confesso que não entendi. Que tem que ver rainha com embaixadora ou com embaixatriz? Talvez falte ao Senhor Peixoto da Fonseca certa familiaridade com o mundo diplomático. Imaginemos a seguinte situação: o Governo brasileiro designa uma diplomata do sexo feminino para chefiar a Embaixada do Brasil em Lisboa. Envia, como é de praxe, um pedido de "agrément" ao Governo português. Nesse documento, declara que a pessoa designada é a "embaixatriz" Fulana. Sabe o que vai acontecer? Os diplomatas portugueses poderão, por mera complacência, aceitar o pedido de "agrément", mas tentarão disfarçar o sorriso irônico, no momento de formalizar sua anuência. Ninguém, com a possível exceção de Freud, conseguiria explicar os problemas que tem o Senhor Peixoto da Fonseca com as embaixadoras.
A resposta de Rui Ramos sobre a importância da língua portuguesa em Angola é um documento riquíssimo que me leva a fazer as seguintes perguntas:
– Que percentagem da população angolana fala português?
– O português é a língua em que as figuras dirigentes preferem comunicar entre si?
"Averigua, no Brasil e em Portugal, é palavra oxítona (ou aguda): a tónica / tônica está na última sílaba (-gua).""Nota: põe-se acento agudo no u tónico / tônico antecedido de g ou q e seguido de e ou i, como, por exemplo, em averigúe e obliqúe."
Fiquei surpreso pela resposta dada. Sempre entendi que "averigua" teria 5 sílabas: a-ve-ri-gu-a. Quando aprendi os ditongos (já lá vão uns anitos...) foi-me ensinado que "ua" não o era, bem como "ia", "uo", e outros. Deste modo, como será possível que "averigua" seja oxítona?! Como, se a sílaba tónica será "gu" (a penúltima), e não "gua" - que não é uma sílaba, mas duas?
Paulo Meireles
Portugal
Antes de mais, quero felicitá-los pelo vosso excelente trabalho e a ajuda que o vosso "site" dá a milhões de falantes do Português.
Nas vossas respostas de ontem, J.C.B afirmava que "averigua" era uma palavra oxítona. Fiquei com uma série de dúvidas, pois, segundo o que me ensinaram, "-gua"/"-gu-a", neste caso, seria hiato e não ditongo. Neste caso, a última sílaba tónica seria o "-gu-", o que tornaria a palavra paroxítona, ou seja grave. Para efeitos de translineação: "-gu-a".
Penso que oxítona será "desaguar" (infinito), mas não o caso atrás referido, terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo averiguar.
Gostaria que tivessem a amabilidade de me esclarecer.
Ao escrever num processador de texto, por vezes, surge como errada a abreviatura de uma morada na qual se tem de designar de esquerdo.
A emenda aconselhada pelo corrector é "es." em vez de "esq.".
Qual das formas é a correcta?
Gostaria de ser esclarecida quanto ao significado de Parole e Langue defendido por Saussure (ponto de vista linguístico).
Tenho dúvidas em relação às frases:
Ela sabe tudo de mim. / Todos da cidade se foram.
Quais as funções sintáticas de "de mim" e "da cidade"? Imagino que não possa ser adjunto adnominal, pois tudo não é nome. Sobrou-me pensar que o primeiro pudesse ser complemento circunstancial de assunto.
Agradeço-lhes muitíssimo pela ajuda.
Trabalho no ramo automóvel e existe uma palavra que me suscita dúvidas sempre que tenho necessidade de a utilizar.
Colaça é a palavra que vem no dicionário da língua portuguesa da Porto Editora e de Lello e Irmãos, que, no entanto, não indicam a acepção em que é utilizada na área automóvel.
Culassa, como escrevem os técnicos, diz respeito à cabeça do motor. A minha dúvida é qual a forma que está correcta.
Ouvi recentemente na rádio aplicar o termo fazível, creio que no sentido de exequível. Tratar-se-á de um neologismo?
Existem as palavras Antártida e Ártida, para denominar as terras dos pólos? Ou seriam Antártica e Ártica?
Grato.
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