"Descobri" esta página, que me parece interessantíssima.
A minha questão é a seguinte: No livro de Pepetela «O Cão e os Caluandas», Lisboa, Caminho, 1996, surge, na página 169, o termo "bumbo". Não consegui encontrar uma tradução.
O termo está, provavelmente, em kimbundu.
Agradeço a atenção.
Encontrei num livro de ensino de português escrito em inglês a seguinte frase:
Falam-se inglês, francês e alemão
Pergunto se está correcta e agradecia também uma explicação gramatical a justificar a resposta.
Também reparo que na maioria dos livros de ensino da nossa língua escritos em inglês os autores explicam a passiva pronominal reflexa com verbos reflexivos.
Por exemplo vende-se, aceitam-se, falam-se são verbos reflexivos. Concordam?
Sempre me intrigou a origem do meu nome próprio, Arlindo, que só existe no Brasil, em Portugal Continental e nos Açores, tendo eu a impressão de que é bastante mais frequente no Brasil do que em Portugal. Trata-se, pois, de um nome tipicamente português. Mais estranhava eu então que Leite de Vasconcelos (L.d.V.), nos Opúsculos, vol. III, 1922 (pags. 56) referisse o nome alemão Arlind (f.), como origem do nome. Isso seria tanto mais estranho quando o nome surgiu no século passado em português como masculino, referindo-o ele como feminino em alemão.
Dediquei-me um pouco ao estudo do assunto. Consultei no Instituto Alemão dois dicionários de nomes próprios:
Lutz Mackensen, Das Grosse Buch des Vornamen, Ullstein Sachbuch, Maio de 1988 e Wilfried Seibicke, Vornamen, Verlag für deutsche Sprache, Wiesbaden, 1977.
Nenhum deles contém o nome Arlind e a minha professora de alemão disse-me também que não tem conhecimento de que exista.
L. de V. tem razão no seguinte: existem em alemão numerosos nomes femininos terminados em -linde, alguns dos quais passaram para os países de línguas românicas, com pequenas modificações. Mas foram "importados" como nomes femininos, não masculinos. É o caso de Rosalinde (que deu Rosalinda), Theodelinde ou Theodolinde (que deu Teodolinda e Deolinda), Ermelinde (que deu Ermelinda), Olinde (que deu Olinda). Contei 49 nomes femininos terminados em -linde.
Alguns destes nomes tomaram mais tarde mesmo em alemão, a terminação em -a, isto é, o -linde transformou-se em -linda. Por exemplo, existem as formas Alinde e Alinda, mas não me parecem ser a origem do nome Arlindo ou Arlinda.
Por outro lado, usa-se em alemão desde o século passado o nome Linda, mas pode ter origem quer no sufixo -linde, quer no adjectivo muito conhecido em castelhano (mas usado sobretudo na América Latina), galego e português, lindo - linda. (Por curiosidade os linguistas dividem-se sobre a origem deste adjectivo: DIEZ refere limpidus (lat.) enquanto MEYER-LÜBKE opina que é legitimus (lat.)).
Contei assim nos dicionários supra 11 nomes terminados em -linda, todos femininos, claro.
Como referi acima, alguns destes nomes foram adoptados em português, com pequenas modificações. Mais tarde alguns foram também atribuídos a pessoas do sexo masculino, mudando então a terminação -a para -o: é o caso, embora raro, de Ermelindo.
Existem também em alemão nomes femininos terminados em -lind, por vezes iguais aos terminados em -linde. Contei 15 destes nomes.
Parece-me, pois, poder concluir que Arlindo não vem do alemão, quer porque não existe uma forma nominal próxima em alemão, quer porque em português surgiu antes o masculino e só depois, muito provavelmente, só no século XX, o feminino Arlinda.
Qual a origem então do nome Arlindo? Tenho de entrar no campo das hipóteses.
Como referi, presumo que surgiu no século passado no Brasil, dada a sua maior frequência e utilização naquele país.
Poderia ter origem no conjunto das formas próximas. Por exemplo, veja-se a seguinte sequência lógica: Armando – Armindo – Arlando........ – Arlindo. Contra esta hipótese, pode referir-se o facto de se pronunciar Árrelindo (com a aberto) e não Arlindo (com a fechado e r doce)
Poderia vir do nome próprio utilizado nos Estados Unidos Arlington, como pode sugerir a pronúncia Árrelindo.
Poderá também vir da junção ar+lindo, o que poderia ser justificado pelo afecto que a língua portuguesa tem a este adjectivo.
Tudo hipóteses, no entanto. Talvez um estudo a efectuar no Brasil sobre a frequência do nome nas diversas regiões ainda no séc. XIX pudesse lançar alguma luz sobre o assunto.
Gostaria de saber a pronúncia correta das expressões "ad hominem" e "ad hoc".
Se venderes o andar ao Sr. Costa...
– Substituir a parte: o andar ao Sr. Costa, pela forma adequada do pronome pessoal.
Evanildo Bechara, em sua Moderna Gramática da Língua Portuguesa, classifica o substantivo composto "segunda-feira" como a união de um adjetivo mais um substantivo. Classificação essa que discordo, pois a definição de adjetivo é "um termo que qualifica um nome", e neste caso a palavra "segunda" não qualifica o nome "feira". Pergunto: estou certo em classificar a palavra "segunda" como um numeral, que é realmente a idéia, pelo menos para mim, nesse composto?
Muito obrigada.
Li a resposta de um dos consultores de vcs com relação à dúvida de um determinado internauta e acho que não esclareceu em nada.
Nosso colega perguntava como chamamos às primeiras duas décadas do século, uma vez que a partir do ano 2021 estaremos na década de 20.
A resposta que encontrei a qual considero que não respondeu coisa nenhuma, não convém comentar.
O que eu quero saber é como numericamente representamos essas duas primeiras décadas? É década 0, década 1, década 10, o que é afinal?
Qual é a regra para escrita de números? Há alguma regra em que para números até 5, estes são escritos por extenso, e para números maiores usam-se os algarismos?
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