Em resposta a uma pergunta acerca dos plurais de ápex e tórax, respondem que o plural das palavras portuguesas terminadas x é igual ao singular.
No entanto, na literatura sempre tenho encontrado "clímaces" (nunca "os clímax") como plural de "clímax". Claro que há uma variante de "clímax" que é "clímace". O plural de "clímace" não deixa quaisquer dúvidas: é "clímaces"; mas estou a referir-me especificamente ao plural de "clímax".
Por outro lado, há também o caso da palavra "fax", cujo plural "óbvio" é "faxes". Pode-se argumentar que foi importada recentemente do Inglês, mas o facto é que esta palavra é bastante fácil de verter para Português.
Parece-me que a questão do plural das palavras terminadas em Português é um pouco mais complexa, tendo a ver em particular com a língua de origem da palavra e com o facto de esta ser oxítona ou paroxítona.
Claro que todas as hesitações surgem porque as palavras terminadas em x não são nada típicas da língua portuguesa. São sempre decalques um pouco artificiais de outra língua, mesmo que seja o Latim.
Escrevi-vos há pouco tempo sobre a etimologia de Ganimedes, Arquimedes e Úrano.
Agradeço desde já a vossa resposta. No entanto, esta apenas esclareceu parte das minhas dúvidas.
Peço desculpa por ser insistente, mas creio que não me expliquei suficientemente bem, pelo que a minha pergunta não foi entendida por completo.
Para além de quais são as formas correctas em Português, tinha também curiosidade em saber quais é que seriam as correctas de acordo com o Grego (Clássico).
Embora deva confessar a minha ignorância a este respeito, sempre supus que em geral a acentuação das palavras portuguesas derivadas do Grego era definida por forma a coincidir com a acentuação das palavras equivalentes no Grego clássico. Mas presumo que possa haver algumas excepções em palavras de uso mais corrente, e que portanto foram aportuguesadas mais precocemente.
Dito de outra forma, aquilo que gostaria de saber é se as palavras do Grego clássico das quais derivam Ganimedes, Arquimedes, Úrano, e também Jápeto (Japeto?) são igualmente graves (paroxítonas) nos dois primeiros casos e esdrúxulas/proparoxítonas no terceiro, ou se (como suspeito) são todas esdrúxulas.
Acrescentaria que me surpreende que a forma considerada correcta em Portugal seja Úrano, uma vez que ouço toda a gente dizer Urano (palavra grave). Não estarão os nossos dicionários desactualizados a esse respeito?...Ou as pessoas mal informadas?
Como se faz o imperativo afirmativo dos verbos regulares com os pronomes tu e vós?
Qual o significado da expressão "olhos de carneiro mal morto"?
Os adjectivos "dextro" e "destro" poderão ser utilizados indistintamente, quando nos referimos ao oposto de "sinistro"? Ou "destro" é simplesmente aquele que possui destreza, enquanto "dextro" é aquele que é mais hábil no uso da mão direita?
Deparou-se-me uma dúvida que não consegui esclarecer com base no recurso às gramáticas de língua portuguesa que possuo.
É a seguinte:
Diz-se
"quantas mais compras fizer, mais descontos tem" ou
"quanto mais compras fizer, mais descontos tem"?
Está em causa a utilização da locução conjuncional designada, em Cunha & Cintra, «Nova Gramática do Português Contemporâneo» (p. 585), por conjunção subordinativa proporcional. Dado tratar-se de uma locução conjuncional, pertencente a uma classe de palavras fechada, presumo que deveria utilizar-se a forma invariável "quanto mais"; no entanto, ao procurar testar a aplicação desta estrutura a outras frases, parece-me preferível a "forma flexionada".
Ex.: "quantos mais filhos tiver, mais descontos terá nos impostos" vs "quanto mais filhos tiver, mais descontos ...".
Serão possíveis, afinal, as duas formas, haverá só uma correcta, ou uma será a preferida?
Creio que as duas são possíveis, dependendo do escopo da quantificação: o evento denotado pelo verbo ("quanto mais compras fizer ..."), isto é, a frequência do acto de fazer compras, ou o número de entidades (coisas) compradas, denotadas textualmente pelo objecto directo da oração subordinante ("quantas mais compras fizer ...").
Note-se que a consulta efectuada em Cunha & Cintra não é esclarecedora a este nível, nomeadamente por apenas se incluir, na página referida (vide também p. 605), exemplos que nitidamente focalizam uma espécie de quantificação-intensificação do evento: "Quanto mais se distingue, mais se funde" (p. 585), "Quanto mais o conheço, mais o admiro" (p. 605).
Agradeço a vossa ajuda!
É corrente designar por invisual aquele que não vê, ou seja, que é cego.
Todavia, conheço quem defenda que invisual significaria aquilo que não pode ser visto.
Quem tem razão?
Ao ler uma biografia de Albert Camus, deparei com o termo "passado composto". Segundo o autor da biografia, esse tempo verbal foi muito usado por Camus. Gostava de saber o que é o "passado composto" e se ele tem correspondente na língua portuguesa.
Desde já agradeço a gentileza.
Enquanto elaborava um documento relacionado com a minha actividade profissional, uma das ocorrências que seria suposto medir prendia-se com o factor crítico de um determinado processo. Ora o que imediatamente me ocorreu foi "criticidade do processo", assim como já tinha referido, no mesmo documento, a "periodicidade" do mesmo. O "spelling" do MSWord assinalou a palavra ("criticidade") como errada, e não apresentou qualquer alternativa. A princípio pensei que se trataria de um erro de acentuação, mas quando acedi a alguns dicionários 'on-line' todos indicaram a palavra como inexistente, para grande surpresa minha. Assim resolvi recorrer à vossa ajuda, para saber se realmente existe "criticidade" e, caso não exista, que outra palavra poderei empregar. Desde já o meu obrigado.
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