Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 3K

Uma pergunta muito concreta: devemos dizer «o médico está de estetoscópio no pescoço» ou «o médico está de estetoscópio ao pescoço»? Qual o critério de escolha, nestes casos, entre «ao» e «no»?

Julian Alves Estudante Rio de Janeiro, Brasil 2K

Eu tinha de fazer essa pergunta a vocês antes, porém não me foi possível, então faço a vocês agora.

A consultora Carla Marques respondeu a um consulente a respeito do verbo alcançar, presente na obra de Machado de Assis O Alienista. Confesso que, depois da explicação dela, fiquei confuso, pois não consegui compreender a construção em outras situações: «[…] não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, [… ]» (Machado de Assis, O Alienista)

Leve em consideração a seguinte exposição:

1.º Se se trata do verbo alcançar como transitivo direto e indireto (conforme foi apontado por Carla Marques), por que o pronome dele parece exercer a função de sujeito de «ficasse em Coimbra», quando na verdade tal exerce função de objeto indireto? Assim sendo, é como se a frase pudesse ser estruturada do seguinte modo: «… não podendo el-rei alcançar de que ele ficasse em Coimbra…».

2.º Se eu estiver errado a respeito da observação do pronome como sujeito, então seriam permitidas as construções do tipo: «… não podendo el-rei alcançar de mim/ti que ficasse/ficasses em Coimbra…»

3.º Mas, se eu estiver certo na minha observação do referido pronome como sujeito, então permitidas seriam tais construções: «… não podendo el-rei alcançar de eu/tu que ficasse/ficasses em Coimbra…» Ou: «… não podendo el-rei alcançar de que eu/tu ficasse/ficasses em Coimbra…»? Se sim, por quê?

4.º A frase de Machado de Assis poderia escrever-se no modo reduzido assim: «… não podendo el-rei alcançar de ele que ter ficado em Coimbra…»?

5.º Seria correto substituir o verbo alcançar pelos verbos conseguir e obter (já que o dicionário Aurélio as apresenta como sinônimas) na frase original de Machado de Assis: «… não podendo el-rei conseguir/obter dele que ficasse em Coimbra…»?

Desculpem-me por minha exposição ser tão extensa.

Desde já, meu muitíssimo obrigado.

Taiyo Loechel Tradutor Isesaki, Japão 2K

Caros amigos do fórum, muito obrigado por sempre responderem de forma rápida, completa e atenciosa. Aqui vai outra dúvida com que me deparei ao escrever:

«Por as mãos estarem escorregadias...[acontecimento x]»

«Pelas mãos estarem escorregadias...[acontecimento x]»

Esta contração é obrigatória ou facultativa?

João Domingos Tradutor Lisboa, Portugal 5K

Quando em inglês se diz America, referindo-se os Estados Unidos, será legítimo traduzir por Estados Unidos, sendo que América será um termo que engloba todo o continente americano? E, nesse caso, deverá American ser traduzido por estado-unidense?

Apesar do uso comum de americano para definir os habitantes dos EUA, não será esse um termo muito genérico que poderia até incluir canadianos, mexicanos e afins, que também vivem no continente americano?

Obrigado.

João Alferes Gonçalves Jornalista Lisboa, Portugal 1K

Na frase «A Coreia do Sul é um dos países que mais bem têm controlado a pandemia» não será preferível escrever melhor?

Obrigado.

Julian Alves Estudante Rio de Janeiro, Brasil 5K

Eu venho estudando a gramática italiana, e me deparei com o vocábulo italiano ovvero, «congiunzione disgiuntiva».

A respeito desse vocábulo italiano, o dicionário bilíngue Martins Fontes: Italiano–Português (São Paulo: 2012) apresenta como possíveis traduções: ou, «ou então».

Minha dúvida é esta: se pode usar a locução «ou então» no lugar da conjunção disjuntiva ou em qualquer oração?

Exemplos:

1. «Suas palavras podem ser sinceras ou (ou então) falsas.» (Dicionário: italiano–português, p.685)

2. «Ou (ou então) preste atenção, ou (ou então) saia.»

Caso contrário, como usar de modo certo «ou então»?

Em que situação usá-lo? Se não for pedir demais. Por favor, gostaria que explicasse de modo mais acurado.

Desde já, o meu muitíssimo obrigado.

Maria Romero Professora de Físico-Química Braga, Portugal 4K

Está correto dizer «uma coisa que nunca mais me esquece ...»?

Obrigada.

Eduarda Barata Investigadora Paço de Arcos, Portugal 2K

Ouvi a palavra "formulaico" e gostaria de saber se é um neologismo que podemos utilizar, ou se devemos adoptar uma palavra equivalente.

Apesar de não ter encontrado em nenhum dicionário físico, a palavra está contemplada no sítio web da priberam.

Muito obrigada!

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, autor literário, pintor e youtuber Vitória (Espírito Santo), Brasil 2K

Por que a maior parte das pessoas conjuga os verbos nos tempos errados?

Por exemplo:

«Eu queria ir ao cinema com você!»

[queria é só se desistiu de querer por alguma circunstância ou se não tem mais condições de continuar querendo, porque já não dá mais tempo ou já não dá mais certo, ou seja, é quero nesse caso aí...]

«Eu não sabia que você tinha toda essa habilidade!»

[tinha é só se deixou de ter por alguma circunstância do destino ou se abandonou o que já tinha, ou seja, é tem nesse caso aí...]

Fiz a busca no Google (para ver se esclarecia de vez a respeito das dúvidas...), e isso só tornou o caso ainda mais confuso e desorientado!

Pois muito bem, no aguardo de seu retorno!

Sávio Christi Vitória (Espírito Santo), Brasil 4K

Cancelar e suspender são sinônimos?

Mais uma vez, leio, vejo e ouço por aí afora bastantes pessoas falando em suspender alguém ou algo de algum(a) lugar ou coisa, porém, o correto não é cancelar?

Pois, em meu entendimento (que é limitado de verdade...), cancelar é «acabar» ou «encerrar de vez», já suspender é «paralisar» ou «pausar por algum tempo determinado ou indeterminado e de prontidão».