Algumas correntes gramaticais consideram a existência de constituintes genitivos, que correspondem, grosso modo, aos sintagmas preposicionais introduzidos pela preposição de que se associam ao nome.
Na sua relação com o nome, estes sintagmas podem desempenhar duas funções sintáticas: complemento do nome ou modificador do nome. A natureza da função sintática desempenhada pelo sintagma está dependente da natureza argumental do verbo. Ou seja, está dependente de o verbo selecionar um complemento ou não.
Assim, na frase (1), o sintagma preposicional tem a função de complemento do nome (será, então, um complemento genitivo):
(1) «A construção da ponte demorou muitos anos.»
O sintagma preposicional funciona como complemento do nome porque estamos perante um nome deverbal, ou seja, que se formou a partir de um verbo (neste caso, o verbo construir).
Na frase (2), o sintagma preposicional desempenha a função de modificador do nome porque este não seleciona um argumento com valor locativo:
(2) «A pintura do Museu Nacional foi oferecida.»
Note-se, todavia, que o nome pintura pode selecionar um argumento com valor de agente, como acontece em (3), onde o sintagma preposicional tem a função de complemento do nome:
(3) «A pintura de Leonardo da Vinci é muito famosa.»
É possível inclusive associar ao mesmo nome dois complementos genitivos com duas funções distintas:
(4) «A pintura de Leonardo da Vinci do Museu Nacional é muito famosa.»
Em (4), o constituinte «de Leonardo da Vinci» desempenha a função de complemento do nome (genitivo) e «do Museu Nacional», a função de modificador do nome (genitivo).
A melhor forma de distinguir as duas funções em questão será a de identificar os nomes que pedem complemento. Para tal, talvez possa ser útil consultar esta resposta e também esta (e consultar as Perguntas relacionadas).
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