No Brasil, a voz reflexiva correta dos verbos está cada vez mais esquecida na linguagem coloquial, de tal maneira, que frases como: «Quando se é criança, vê-se o mundo com outros olhos», «Se se trabalha muito, melhora-se de vida», «Fica-se estarrecido com a corrupção dos políticos», «Quem mata deve ser condenado à morte», «Quem não trabalha também não tem o direito de comer», «Quem é ladrão deve ir para a cadeia» passam a ser da seguinte forma: «Quando você é criança, você vê o mundo com outros olhos» ou «Quando você é criança, vê o mundo com outros olhos», «Se você trabalha muito, você melhora de vida», «Você fica estarrecido com a corrupção dos políticos», «Se você mata, você deve ser condenado à morte», «Se você não trabalha, também não tem o direito de comer», «Se você é ladrão, você deve ir para a cadeia».
Quem diz a voz reflexiva dessa maneira arrevesada, o faz quando está conversando com outra pessoa. Observe-se que, nos três últimos casos, podem-se gerar mal-entendidos, pois o interlocutor pode entender que está sendo chamado de assassino, vagabundo ou ladrão, ficando por isso mesmo ofendido.
Como se pode perceber, se é substituído por você. Quando o primeiro termo é usado, a frase torna-se geral, alguma coisa que se aplica a todos, que vale para todos. Creio ser esta mesma a finalidade da voz reflexiva.
Todavia, quando o segundo termo é utilizado, embora a intenção seja dizer algo que valha para todos, não se diz assim, pois a palavra você faz com que o que foi dito valha só para a pessoa com quem se fala.
Sobre tudo isto aqui ventilado, peço os comentários e os esclarecimentos desse credibilíssimo sítio. Gostaria outrossim de saber se essa inovação seria mais uma influência do inglês na língua portuguesa. Ficaria feliz também se me dissessem se tal fenômeno de linguagem ocorre também aí em Portugal.
Muito agradecido.
Na frase «O João gosta de fruta», qual é a função sintáctica da expressão «de fruta»? Complemento directo ou indirecto?
Gostaria de saber se, ao pronunciar o c da palavra flectir, estou a cometer um erro. Isto porque, num exercício de transcrição fonética, transcrevi o som k, e a professora disse-me que estava errado. Fiquei confusa!
Como se deve pronunciar a palavra epónimo? No programa "Cuidado com a Língua" de sexta-feira passada ouvi pronunciar “epónimo”, mas julgo, pelo que já foi dito aqui várias vezes, que se deve pronunciar com "e" mudo. Estou enganada? Obrigada.
É correcto o uso do termo <b>inalatória</b> para designar a possibilidade de transmissão de uma doença, ou deve dizer-se «via aerógena» ou «via respiratória»?
Quando a expressão «por sinal» é usada, o que exatamente ela quer dizer?
Exemplo: «Por sinal este produto custará um real.»
Qual a pronúncia correcta da palavra "ipod" em português? Antecipadamente agradeço a vossa resposta.
Gostaria de saber a classe gramatical da expressão «cerca de».
Gostava de saber o seguinte: na frase «Trata-se de uma tempestade», que tipo de predicado temos – verbal ou nominal? E «de uma tempestade» que complemento é?
Obrigada.
Gostaria de saber se a palavra "documentoscopia" existe em português correcto ou se se trata apenas de uma versão "aportuguesada" de expressão usada noutra língua.
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