Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Antonio Xavier Balbé Revisor de textos Porto Alegre, Brasil 13K

Tenho visto seqüenciamento, mas outro dia me apareceu seqüenciação. A meu ver é também aceitável, mas estarei certo?

Obrigado.

João Carlos Araújo Lisboa, Portugal 22K

Num blogue intitulado Grafofone critica-se o jornalista Mário Crespo por ter empregado o adjectivo judia, em vez de judaica, nesta frase: «[Aristides de Sousa Mendes] ajudou a população judia.» 

Transcrevo a argumentação do autor do referido blogue, Ricardo Cruz:

«Hoje faz cinquenta anos que morreu (na miséria e escorraçado pelo governo português de então) Aristides de Sousa Mendes. A sua actuação durante a II Grande Guerra terá salvo centenas de milhares de pessoas da morte em campos de concentração. O jornalista da SIC Notícias, Mário Crespo, estava a apresentar uma pequena reportagem sobre a actuação de Aristides de Sousa Mendes , quando o ouço dizer "ajudou a população judia". Pois realmente a verdade é que essa afirmação é falsa... Quem ele ajudou efectivamente foi a população judaica.

Mário Crespo: errar é humano, mas há erros e erros. Para quem está numa posição na qual o que diz é ouvido por milhares de pessoas e tido como normativamente correcto, torna-se importante ter atenção a estes deslizes. Não me leve a mal, se calhar fui eu que ouvi bem demais!

Para que não restem dúvidas:

os adjectivos biformes terminados em -eu formam o feminino em -eia: europeu, europeia; hebreu, hebreia.

Contudo, judeu e sandeu são excepções: judia e sandia.

Mas a questão não reside aqui. O jornalista utilizou uma analogia entre o substantivo gentílico e o adjectivo correspondente. É que na maioria dos casos, ambos são iguais. Ex.:

português — civilização portuguesa;

alemão — civilização alemã;

russo — civilização russa;

italiano — civilização italiana.

Mas:

judeu — civilização judaica;
hebreu — civilização hebraica. (por acaso o povo também pode ser chamado de hebraico).

Conclusão: cuidado com as analogias. Há diferenças e existem por variados motivos. A de judaica reside na etimologia (do latim judaicus, a, um e por sua vez do grego ioudaikos, e, on.»

Não discordando deste argumentário, a verdade é que qualquer dicionário (da Academia das Ciências de Lisboa, os vários da Porto Editora ou o Houaiss) dá como sinónimos os adjectivos judeu/judia («mulher judia», «população judia») e judaico/judaica

Gostava de saber a opinião do Ciberdúvidas.

Obrigado.

João Martins Lisboa, Portugal 13K

Offshore, off shore, ou off-shore?

Julgo que é sem hífen e ligado, mas como vejo as três formas...

Obrigado.

Eloyna Mara C. Ramos Tavares Coordenadora Cabo Frio, Brasil 8K

Tenho uma dúvida no uso da palavra durex. «Uma durex amarela», ou «um durex amarelo»?

Ana Freitas Professora Tondela, Portugal 15K

O plural do nome composto vice-presidente é vice-presidentes, certo? No entanto, gostaria que me esclarecessem sobre a classificação morfológica da palavra vice.

Obrigada.

Leonilde Marchão Estudante Cidade Nova, Portugal 14K

Tenho dificuldade em conjugar os verbos na conjugação pronominal recíproca.

Como é que se conjuga o verbo abraçar? Por exemplo, no presente do indicativo na 1.ª pessoa do plural fica «abraçamo-nos». Como é que fica na 1.ª pessoa do singular? «Abraço-te», «abraço-o»? Na conjugação pronominal reflexa consigo conjugar os verbos em todos os tempos, modos e pessoas. Isso também acontece na recíproca?

Obrigada!

Mateus Carvalho Telles Estudante Magé, Brasil 8K

Com as palavras luta e lutar, sabemos que em luta ocorre derivação regressiva e, por indicar ação, é uma palavra derivada; assim, lutar é primitiva.

No entanto, em «Ele luta», luta é verbo. Em «A luta foi boa», luta é substantivo. Pergunto: ocorre, então, a derivação imprópria?

Pode ocorrer dois processos com a mesma palavra?

Grato.

Susana Marques Professora do 3.º ciclo Odivelas, Portugal 34K

Solicito a vossa ajuda no sentido de esclarecer como posso distinguir morfologicamente as seguintes palavras:

muito: será um advérbio de quantidade, ou um pronome indefinido?

como: é um pronome interrogativo, mas também pode ser um advérbio interrogativo?

Como posso distinguir estes e alguns outros pronomes de advérbios?

Agradeço uma resposta célere a fim de preparar estes conteúdos gramaticais convenientemente para os leccionar ainda neste período.

Muito obrigada!

Victor Santos Carvalho Advogado Abrantes, Portugal 13K

Ao contrário do que se afirma no Ciberdúvidas, Fernando Pessoa considerava a forma «eu mesmo» mais correcta do que «eu próprio». Afirma isso na célebre carta a Adolfo Casaes Monteiro, onde diz que Álvaro de Campos escreve português com alguns lapsos e aponta expressamente este. Mesmo que ambos possam, hoje em dia, ser correctos, com que bases Fernando Pessoa, um cultor da língua portuguesa, afirmava tal?

Antecipadamente agradecido.

Cristina Gama Professora de Português Lamego, Portugal 4K

Apesar de leccionar na área de Língua Portuguesa, não me vejo, neste momento, obrigada a utilizar e/ou conhecer ao pormenor a nova terminologia linguística, que tantas dúvidas tem suscitado. Neste sentido, e porque me deparei com uma questão que exigia o conhecimento mais aprofundado destas alterações, gostaria que me elucidassem sobre o termo adequado a usar: se «tipos de texto», se «protótipos textuais». Aproveito ainda para questionar em que altura os docentes do básico e do secundário terão de se submeter inteiramente a esta nova terminologia.