Um aluno meu escreveu a seguinte frase num exercício sobre reclamação num restaurante:
«... Por favor senhor, mais valia que não me perguntasse nada. O peixe foi muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não cheirasse bem. Que pena que houvesse areia na salada!»
Segundo o que eu considero correto, corrigi os verbos para: «... O peixe ESTAVA muito salgado e em cima de tudo tive a impressão que o peixe não CHEIRAVA bem. Que pena que HAVIA areia na salada!»
Em relação ao primeiro verbo o aluno entendeu: optamos por estar em vez de ser porque é uma situação temporária. Mas em relação aos outros dois verbos, ele colocou no imperfeito do conjuntivo porque ele «teve a impressão», ou seja, como é uma suposição e não uma certeza, na opinião do aluno tem de ser no conjuntivo e não no indicativo.
Contudo, eu não acho que esse modo verbal fique adequado nas frases mencionadas. É válido também o uso do pretérito imperfeito do indicativo para expressar suposições?
Como posso explicar isso aos alunos?
Fico muito grata pela vossa ajuda!
Na frase «Talvez o conhecimento de tantos poemas lindíssimos de amor que escreveu despertasse o interesse de milhões de alunos para a obra maior da nossa literatura», a expressão «a maior obra da nossa literatura» é uma referência a Os Lusíadas.
Estamos perante uma referenciação anafórica por substituição ( sinonímia) ou conceptual?
Um antigo estúdio de animação americano era chamado de Filmation (Associates)...
Daí, fazendo busca no Google, eu mesmo encontrei, em alguns dicionários, "filmação" (em português), "filmation" (em inglês) e "filmación" (em espanhol) [tudo isso com inicial minúscula...]!
A questão é: "filmação" já existe oficialmente como parte da língua portuguesa? E, caso sim, é um neologismo?
Por favor, muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Na frase «Mas todos nós podemos fazer algo para prevenir este tipo de crime», o segundo elemento «para prevenir este tipo de crime» pode-se classificar como uma oração subordinada adverbial final ou como substantiva completiva?
Se se verificar o primeiro caso, a oração desempenha a função sintática de modificador; se por outro lado, se verificar o segundo, a oração tem a função sintática de complemento oblíquo, certo?
Agradecia um esclarecimento.
Em uma frase nominal como "a duração do contrato de 2 anos", sabe-se, creio, que "do contrato", em relação com "duração", é um termo que exerce a função de adjunto adnominal.
Porém, hoje, peguei-me pensando que não sei qual é exatamente a função do termo composto que o procede, que é "de 2 anos", com relação a "do contrato" Isto é: relacionando-os, "do contrato" e "de 2 anos", poderemos dizer que este último é o adjunto adnominal do primeiro?
Neste caso, e em casos semelhantes, como fazer a análise?
Agradecida eu fico.
Agradecia que me indicassem a função sintática do constituinte «no Grande Canal», na frase «A igreja de Longhena , no Grande Canal, perderia a sua presença altiva [...] se os edifícios modestos [...] fossem substituídos por blocos de escritórios de betão armado».
Agradeço mais uma vez a vossa disponibilidade.
Uma colega perguntou-me se conhecia a expressão «Pensas que sou da Lourinhã?», no sentido de «Pensas que sou estúpido?» ou «Pensas que sou parvo?». Desconhecia.
A mesma questão foi colocada por ela a vários outros colegas e a maioria conhecia a expressão.
Numa pesquisa breve na Internet encontrei uma explicação a que não sei se atribua crédito ou não e que radica a origem da mesma no desaparecimento, nos anos 30 do século passado, de um cão de grande porte de uma casa senhorial na Lourinhã, a que seguiram diversas mortes de ovelhas, coelhos e galinhas, falando-se mesmo em vitelos e até num burro, atribuídas ao cão. Havia quem lhe chamasse «a loba» ou «raposa». Deu-se caça ao animal e quando o mesmo foi abatido, constatou-se tratar-se «apenas de uma cadela». Ou seja, ter-se-á caído num logro. Alegadamente, a expressão terá advindo daí.
Podem, por favor, na medida do possível, confirmar a existência da expressão e a sua origem?
Obrigado.
Antes de mais, obrigado e felicitações pelo vosso inestimável trabalho.
"Porto Novo", a capital do Benim, escreve-se com hífen ou sem?
Na entrada respectiva da Infopédia aparece indiscriminadamente das duas formas. Outras consultas foram igualmente inconclusivas.
Muito obrigado.
No título "Amor de perdição: um bom romance canonizado pelas razões erradas", retirado de Luís Miguel Queirós in https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/amor-de-perdicao-um-bom-romance-canonizado-pelas-razoes, o ato ilocutório, se bem que expresse uma opinião do autor, não será assertivo, pois não apresenta um estado de espírito do locutor, mas sim afirma o que o mesmo pensa do romance?
Quanto muito, pelo que investiguei, os adjetivos "bom" e "erradas" retiram alguma força de assertividade ao ato?
Grata pela atenção.
Conheço a expressão «círculo vicioso», «circularidade» ou «petição de princípio», sendo uma falácia da lógica informal, em que se parte de A para concluir A. No entanto, a propósito de terem criticado a sua teoria institucional da arte por ser circular, George Dickie alude a um «círculo virtuoso», expressão que desconheço.
O que é um «círculo virtuoso» e em que medida se distingue de um «círculo vicioso»?
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