A única informação aqui possível de obter é exatamente a mesma do consulente, ou seja, não se encontrou explicação cabal. Fica o registo.
Refira-se, mesmo assim, que é possível que haja ditos muitos parecidos com este agora em questão, que incluem topónimos com intuitos umas vezes jocosos outras deliberadamente ofensivos, a refletirem rivalidades regionais. É de lembrar que as relações entre os habitantes de localidades próximas, numa mesma região, podem ser do menos cordial que se possa imaginar. Muitas vezes a estratégia usada é a do insulto explícito ou velado, de tal maneira que, em português, como noutras línguas, se encontram ditos e provérbios muito pouco amigáveis – na verdade preconceituosos e difamatórios – sobre os habitantes de bairros, aldeias, vilas e cidades vizinhas.
Seguem-se dois exemplos, um provocador e outro particularmente acintoso:
«Mais vale uma rua do Porto que Gaia toda.» (na verdade, diz-se, usando a antiga partícula comparativa ca, intenção brejeira «ca Gaia toda»)
«Portimão, porta sim, porta não, para baixo é tudo de seguida.» (insinuando que grassa a prostituição feminina na cidade em causa – o que nunca terá sido o caso).
Acrescente-se também a conhecida pergunta «é de Braga?», que funciona como repreensão dirigida a quem deixa uma porta aberta e que se diz remontar à abertura de uma porta na muralha da cidade minhota, hoje conhecida como Arco da Porta Nova.