DÚVIDAS

«Avançar uma tela» e «avançar de tela»
Eu, leitora diária do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e revisora de textos, venho pedir um esclarecimento sobre o verbo avançar, aliás, todos os possíveis esclarecimentos sobre a regência de tal verbo, principalmente no que se refere às frases abaixo, muito usadas na EAD, em cursos que reviso:«Avance a tela e veja mais sobre o Capital de Giro.»«Avance de tela para prosseguir.»«Avance para a tela seguinte.»«Avance para a próxima tela.»A expressão «Avance de» está correta? Não vejo razão para tal uso, mas algumas professoras de português insistem em dizer que tem de ser assim. Comummente uso «Avance a tela...» no sentido de adiantar, mas discordam.Uso o conceito 6 de Luft, em seu Dicionário Eletrônico Luft de Regência Verbal, conforme imagem a seguir:AVANÇAR1.Int. ou TI: avançar (em, para): caminhar para a frente, adiantar-se.2. TDp(i): avançar-se (a, até, até, contra) ou TI (mais usado): avançar-se para o inimigo:3. TDpl: avançar-se em, por: penetrar, adentrar-se, embrenhar-se;4. TD(I): avançá-lo (sobre) Int ou TI: avançar (sobre) 5. TI: avançar a... Atingir, montar; Avançar em: adiantar-se, progredir;6. TD: avançá-lo. Adiantar: avançar um passo; Avançar caminho.7. Int.: avançar. Progredir, adiantar-se.Agradeço a possível ajuda.
A especificidade do predicativo do sujeito (DT)
Leciono o 2.º ciclo e vamos entrar nas funções sintáticas. Há novo programa e um exame nacional no fim do ciclo. E há um grande problema de consciência para mim. Passo a explicar. Por decreto, o DT impõe que os verbos constantes de uma determinada lista implicam sempre um nome predicativo do sujeito. Ora, isto ofende aquele princípio básico e indiscutível que obriga a tratar diferentemente o que é diferente. E a diferença, neste caso, não está nesse grupo de verbos, mas na natureza do referido predicativo – incide diretamente no sujeito e com ele coincide, considerando-o como um todo. Ex.: «Ele está doente.» Ora, isto é bastante diferente de «Ele está em casa». Aqui, a expressão «em casa» não incide diretamente no sujeito e muito menos coincide (se identifica) com ele. Este verbo (predicador) não é copulativo, mas incorpora aquela expressão, primeiro, e só depois realiza a predicação. Ou seja, aquela expressão é predicativo do predicador e não do sujeito. Nota: Uso aqui a nomenclatura tradicional, porque, em rigor, todo o predicado e o predicado todo são predicativo do sujeito... Estando disto convencido até prova em contrário, como posso eu, que, antes do português, promovo a lealdade na relação com os alunos, dar-lhes coelho por lebre?!
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