Para que os alunos se apercebam da particularidade dos verbos irregulares (neste caso, dos verbos ter e dar), penso que será importante que eles compreendam e, consequentemente, se consciencializem dos aspetos que os diferenciam dos verbos regulares das mesmas conjugações (por exemplo, vender e cantar).
Pensando numa aula interativa, começaria por lhes perguntar as formas de vários tempos dos verbos cantar e amar/dançar (1.ª conjugação), levando-os a registarem-nas no quadro/caderno/computador, para que as visualizem, sublinhando as respetivas terminações — ou, segundo a atual terminologia linguística, os sufixos de tempo-modo da flexão verbal — (atividade que pode ser proposta para ser distribuída por pares ou pequenos grupos). Através da apresentação desta tarefa, os alunos verificam que todos estes verbos se conjugam da mesma forma, de acordo com as terminações.
Após a consciencialização desta realidade, confrontá-los-ia com o verbo dar, sugerindo-lhes o mesmo tipo de trabalho, mas usando uma espécie de jogo/pedagogia do erro, em que se faria apelo ao seu uso da língua. Por exemplo: «Agora eu... canto, eu danço, eu amo, eu... (dar) um abraço ao meu amigo» e escrevem-se no quadro as formas do presente do indicativo de dar, colocadas ao lado das dos verbos regulares da 1.ª conjugação.
Os alunos verão, facilmente, que a sua terminação é diferente da dos outros. E, assim, compreenderão que os primeiros são regulares e classificarão dar como irregular, porque não segue o modelo dos outros, é diferente.
Quando ao verbo ter, poderá fazer algo semelhante, partindo de verbos regulares da 2.ª conjugação como vender, aprender, de forma a que os alunos participem nas atividades, usando os seus saberes, e integrando de forma natural as regras e os conceitos de regular e de irregular. Pela observação dos contrastes na flexão (do presente do indicativo, do futuro do conjuntivo — tiver e der — e do infinitivo flexionado), interiorizarão com facilidade o conceito de verbos irregulares.
Bom trabalho!