DÚVIDAS

Análise e classificação de «o que»
Em «Vamos direto ao que interessa», tenho uma dúvida que me tira o sono. Quero saber se, antes do pronome relativo, o «o» é pronome demonstrativo contraído à preposição a, regida pelo nome direto. Se assim for, entendo (a partir do meu limitado conhecimento) que, se o nome direto pede um complemento, ao seria o complemento nominal dele. Porém, há outra dúvida acerca desta bendita frase: se o que é de fato pronome relativo, percebo que tem a função de sujeito da oração subordinada adjetiva restritiva. É isso? Preciso muito de uma luz quanto a minhas considerações. Muito agradecido. P.S.: Peço que usem uma linguagem mais 'fácil', por favor, pois sou estudante no Brasil e sei que aí em Portugal a terminologia gramatical é diferente às vezes.  
Aposto, vírgulas e frase curta
Pedindo desculpas pela insistência, gostaria que me explicassem se na frase «Os trabalhadores ucranianos, mais qualificados, são menos bem remunerados» as vírgulas estão correctamente colocadas. A frase encontra-se aqui fora de contexto, mas julgo que a ideia original era, comparando as qualificações dos trabalhadores ucranianos com as dos trabalhadores portugueses, realçar a contradição de aqueles serem menos bem pagos, apesar das suas qualificações. Consultando professores de Português, obtive várias respostas que posso resumir do seguinte modo: 1) a utilização das vírgulas seria gramaticalmente incorrecta, por separar o substantivo do adjectivo ou da oração adjectiva; 2) apesar de não ser gramaticalmente incorrecta, seria preferível não utilizar as vírgulas, pois os sinais de pontuação deveriam ser empregados com parcimónia, não acrescentando aquelas nada à frase em causa (opinião de que discordo…). Se em relação à primeira resposta não tenho os conhecimentos necessários para me pronunciar (parece-me ter lido algumas repostas contraditórias no Ciberdúvidas quanto a esta matéria), confesso que me sinto inclinado a discordar frontalmente da segunda. Quer parecer-me que se verifica, efectivamente, uma tendência para a simplificação dos textos escritos (talvez por influência da língua inglesa), com a redacção de frases mais curtas e com uma assinalável diminuição da utilização de vírgulas. Mas não revelará também essa tendência uma diminuição das competências linguísticas da nossa população escolarizada e o consequente empobrecimento da língua portuguesa? Antecipadamente grato pela atenção.
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