A propósito da consulta sobre o tema acima, feita por Maria Fernández, em 01/02/2022, não consegui estabelecer diferença, quanto à factualidade, entre as orações «Ainda que tenha imenso trabalho» e «Mesmo que tenha imenso trabalho».
A meu ver, podem ambas ser tomadas como hipotéticas (talvez pelo valor ambíguo citado pela consultora Carla Marques), o que já não ocorre quando se emprega a conjunção embora: «Embora tenha imenso trabalho, João vai passear (irá à praia).»
O uso dessa conjunção confere um caráter de fato real indubitável à mensagem (ele tem, de fato, um imenso trabalho a fazer). Que não o impedirá de se divertir... Esperto, esse João!
Gostaria de saber se existe alguma diferença de sentido entre o uso de ainda que / embora / mesmo que.
Por exemplo:
– Ainda que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Mesmo que hoje tenha tempo, não vou às aulas.
– Embora hoje tenha tempo, não vou às aulas.
Li num livro que a locução/conjunção usada dependeria de saber se é de um facto real (realmente tenho tempo mas, na mesma, não vou às aulas) ou de um facto hipotético (não sei se terei tempo, mas caso tenha, não vou às aulas). Isto é verdade? Pesquisei em várias gramáticas e em nenhuma encontrei tal distinção, é por isso que fiquei com a dúvida.
Muito obrigada pela atenção dispensada.
Primeiramente quero agradecer à equipe Ciberdúvidas o belo trabalho de nos ajudar a nós, consulentes, a aprender mais sobre o nosso idioma.
Ao ser questionado a respeito da possibilidade da construção de gerúndio acompanhando com, o consultor legitimou tal construção e deu um exemplo:
«Todas as umbreiras e cimos de janelas e portas, feitos d'entrançados de canastra, uma das engenhosas indústrias campestres da região, hoje perdida; móveis de pinho, sem tinta nem verniz, respeitando as formas tradicionais do escabelo e do tamborete de tripeça, com pinturas representando flores e animais, no pinho cru: à altura da cimalha, prateleiras com faianças portuguesas de Darque, Coimbra, Caldas e Lisboa [...] (Corpus do Português)» ("Oração de gerúndio introduzida por com", Ciberdúvidas da Língua Portuguesa).
Mas, se não for muito incômodo, eu gostaria de saber:
Quais são as funções sintáticas de orações com com seguida de gerúndio, como no exemplo que o consultor deu? O que é «oração gerundiva sublinhada»?
Mais outra vez: obrigado!
1. Como devo fazer análise sintática da seguinte frase: «aceita-me como sou»?
2. Como posso dividir e classificar o seguinte período: «tal como eles foram patriotas assim também o seremos»?
Sou um consumidor regular dos conteúdos disponibilizados por este maravilhoso canal.
Muito obrigado pelo excelente trabalho que desenvolvem em prol do nosso idioma, o Português. Bem hajam!
A expressão «havendo ocasião» equivale a que outras expressões em português?
Obrigado.
Em «Paramos como quiseres», o grupo em destaque constitui uma oração subordinada substantiva relativa com a função de modificador do grupo verbal. Certo?
1. Por ser introduzido por como, pode-se facilmente confundir com uma oração adverbial comparativa. A questão é: como não confundir? Quais são as diferenças?
2. Sabe-se que as orações substantivas podem ser substituídas/transformadas em um substantivo [ou um grupo nominal]. Então, na frase acima, qual será o substantivo ou grupo nominal?
3. Como transformar em substantivos as orações substantivas introduzidas por onde, quanto, quando...?
4. Ainda na frase «Paramos como quiseres.», como é que a oração subordinada substantiva relativa modifica o grupo verbal?
Desde já, agradeço!
Qual das seguintes construções está correta? Porquê?
1. Estou a ler o livro a que designamos "A Bíblia".
2. Estou a ler o livro que designamos "A Bíblia".
Agradecido pela vossa ajuda ímpar
Lendo a crónica satírica do Comendador Marques de Correia na Revista do semanário Expresso do dia 16 de outubro de 2021, fiquei com a dúvida do correto emprego da forma verbal do verbo dizer nesta frase:
«É certo e confirmado que quem dizer esta oração ao primeiro militante do CDS que encontre num raio de 20 quilómetros (ou de 40 em áreas desertificadas) consegue salvar este partido do extermínio ou da compra por parte do mestre André (Ventura) que apesar das broncas ainda dura.»
Não devia ter ido usado, antes, o futuro do conjuntivo, disser?
Agradecido.
Tenho uma dúvida referente a um assunto que, por vezes, me tira o sono, a saber, a tal regência verbal.
Lendo um artigo, deparo-me com o seguinte trecho:
«Para ter um corpo magro e saudável não basta cortar calorias. Os métodos de emagrecimento mais eficazes são aqueles *em que* tanto a dieta quanto os exercícios fazem parte da rotina de quem pretende eliminar os quilos extras.»
A dúvida logo surgiu: por que a preposição em está antes do pronome relativo? Qual termo a está regendo?
Certo do auxílio, agradeço pelo tempo gasto.
Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»?
Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali.
Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical?
Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?
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