DÚVIDAS

Sobre o adjectivo perceptivo-auditiva (fonoaudiologia)
Gostaria de tirar uma dúvida minha, que na verdade tem sido uma dúvida atual de diversos profissionais na área da fonoaudiologia. Nós temos uma avaliação de fala, feita de forma perceptiva, apenas escutando o avaliado, que sempre foi chamada de «avaliação perceptivo-auditiva». Após essa nova mudança, um determinado grupo passou a usar o termo sem o hífen, como "perceptivoauditiva". Hoje já se ouve controvérsias, dizendo que o certo seria manter o hífen. Enfim, qual seria a forma correta de escrever esse termo? Desde já agradeço a atenção!
O género de ente e o hífen de bem-haja
Não consigo encontrar na bibliografia a solução para duas dúvidas que me colocaram há uns meses, pelo que necessito da vossa ajuda. 1.º — «o seu ente querido/a sua ente querida» — Do jornal local, perguntaram-me se a palavra ente admite uma ocorrência de um especificador feminino tal como a palavra presidente. Nós podemos dizer «o nosso presidente» e «a nossa presidente». Também podemos dizer «o seu ente querido»/«a sua ente querida»? 2.º — «bem-haja»/«bem haja»/«bem hajam» — Encontrei a solução para as formas relativas à estrutura adv. + verbo («bem haja» e «bem hajam»), mas continuo com dúvidas no nome/substantivo. Embora com o novo acordo ortográfico tenha de, obrigatoriamente, perder o hífen e deixe de ser uma palavra composta por justaposição, gostaria que me confirmassem, por favor, se ao tratar-se de um nome e de acordo com as regras da gramática normativa não teria de escrever-se com hífen tal como bem-aventurado. Obrigada pela atenção.
Acerca da classificação de contra- como prefixo
Na palavra contra-revolucionário, contra é, ou não, um prefixo? Eu não o vejo como tal, visto existir, no nosso léxico, a palavra contra, tendo ela uma autonomia de que não gozam os prefixos (Ex.: «Ele manifestou-se contra a posição oficial da Igreja»). Nesta minha perspetiva, a palavra contra-revolucionário seria formada por composição. Ora, à luz do novo Acordo Ortográfico, as palavras compostas onde «não se perdeu a noção de composição» mantêm o hífen, pelo que me parece que se deva grafar contra-revolucionário (contrassenso já não teria hífen, porque se perdeu a noção de composição da palavra). Agradeço, desde já, a atenção dispensada.
A grafia de ponto-morto
Dado que em textos técnicos do ramo automóvel aparecem as duas opções, entre colegas tradutores surgiu a dúvida sobre qual das formulações está correcta: "ponto morto" ou "ponto-morto", com o significado de "ralenti" ou "posição dos elementos de uma máquina em que não pode haver transmissão de movimento para a produção de trabalho útil" (Infopédia, que lista "ponto-morto"). Agradeço desde já a atenção dispensada.
Novamente pé-de-moleque e «pé de moleque»
Após a promulgação do Acordo Ortográfico (2008), no Brasil e nos países lusófonos, observei, quanto à palavra pé de moleque, agora, grafada sem hífen, o seguinte: (1) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as prescrições da base XVI do Acordo Ortográfico (1990), lematizada como entrada (lema) na página 964 do Dicionário Escolar da Língua Portuguesa [Como a nova ortografia da língua portuguesa] (2.ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional 2008). (2) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as bases do Acordo Ortográfico, lematizada como subentrada na página 1453 do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa [Com a nova ortografia da língua portuguesa] (Rio de Janeiro: Instituto Houaiss de Lexicografia/Objetiva, 2009). Vale lembrar que como subentrada é classificada como locução e não substantivo masculino ou palavra composta. (3) Na página 631 do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) [da Academia Brasileira de Letras, ABL], pé de moleque aparece sem hífen, com status de entrada, seguindo, também, as bases do Acordo Ortográfico e classificada como substantivo masculino. As duas ocorrências, no meu entendimento, tais implicações importantes para a lexicografia e análise linguística da unidade léxica pé de moleque: a) como entrada, deve ser, morfologicamente, classificada como substantivo composto e b) como subentrada, deve ser, morfologicamente, classificada como locução nominal. Quem tem a palavra final: O Instituto Houaiss, ou a ABL? Como trata da questão no âmbito do ensino de gramática na escola?
Novamente o prefixo anti- e o hífen: antitouradas
Costumamos escrever "anti-touradas" para enfatizar que somos "anti". Será, ainda assim, considerado um erro? Apenas é correcto escrever "antitouradas" ou, neste caso, é aceitável "anti-touradas"? Devemos escrever "touradas", ou "antitouradas", no plural, ou será mais correcto utilizar o singular, no caso, "antitourada" ou "anti-tourada"? Antecipadamente gratos pela resposta.
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