Antes da adopção do Acordo Ortográfico de 1990 (AO 90), dois dicionários publicados em Portugal — o Grande Dicionário da Língua Portuguesa de José Pedro Machado e o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa — apresentavam como subentrada de ponto a forma ponto morto, sem hífen.
Com a aplicação do AO 90, verifica-se que a palavra aparece hifenizada — ponto-morto — no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Porto Editora, enquanto os outros vocabulários, o Vocabulário Ortográfico do Português do ILTEC e o VOLP da Academia Brasileira de Letras não a registam. De qualquer modo, recomenda-se a forma consignada no VOLP da Porto Editora, visto ser ela compatível com o disposto no n.º 1 da Base XV do AO 90, segundo o qual se emprega «[...] o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio [...]».
Note-se que, já antes de o AO 90 entrar em vigor, se poderia justificar o uso do hífen, com o argumento de existir uma aderência de sentidos entre as palavras ponto e morto. Por exemplo, o Dicionário da Língua Portuguesa 2008, da Porto Editora, diz que se grafa ponto-morto, e este nome (substantivo) significa, em mecânica, «posição dos elementos de uma máquina em que não pode haver transmissão de movimento para a produção de trabalho útil»; em sentido figurado, é «falta de actividade ou progresso; estagnação» ou «a parte mais vulnerável». Não obstante isto, o Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves, edição da Editorial Notícias, regista «ponto morto» (sem hífen), mas diz que é «estagnação», ignorando as outras acepções.
Por fim, ralenti (do «fr[ancês] ralenti, part[icípio] pas[sado] de ralentir (1588) "tornar mais lento o desenvolvimento de algo"»), em engenharia mecânica, não é o mesmo que ponto-morto, tratando-se, sim, de «a marcha mais lenta num motor» [in Dicionário Eletrônico Houaiss].