Ensino desenho para crianças cegas, por meio de um tipo de «esquema gráfico tátil-visual».
Pergunto:
Como devo escrever "tátil-visual" no plural?
Agradeço imensamente uma resposta.
Em «Um dia eu vou viver uma vida assim», para mim, o assim é um adjetivo, pois modifica o substantivo vida. Além disso «uma vida assim» é um objeto direto interno, que sempre vem acompanhado de um adjetivo ou locução adjetiva com função de adjunto adnominal, o que reforça ainda mais o fato de que o assim é um adjetivo. Além disso, o antigo gramático José Marques da Cruz considera o assim um adjetivo. Tendo dito tudo isso, espanta-me saber que hoje em dia infelizmente nenhum gramático, tampouco dicionarista, entende que o vocábulo assim pode ser um adjetivo. Afinal, ele é ou não é um adjetivo? Por favor, podem ser objetivos?
Amplexos cordiais!
Por que malsucedido não é separado por hífen e bem-sucedido sim? Obrigada.
Gostaria de saber por que a palavra alil não tem plural.
Mas, se tiver, qual seria? Alis?
O mesmo ocorre para acetil, metil, etc.
Obrigado.
Explique as diferenças morfológicas e semânticas dos pares: escrever, escrevinhar e ferver, fervilhar.
Poderíeis vós confirmar-me se franciliano é mesmo o gentílico (substantivo e adjetivo) português da região francesa da Ilha-de-França e de seus habitantes? Tenho-o encontrado em alguns sítios da Web em português, inclusive um que parece ser oficial do governo francês.
Outra indagação: o referido topônimo, na sua forma portuguesa, é hifenizado?
Muito obrigado.
Ensinamos aos alunos que pertencem à mesma classe as palavras que se podem substituir entre si no eixo paradigmático, mantendo a gramaticalidade da frase. Ora, o critério distributivo não é aplicável à classe dos quantificadores, uma vez que se podem comportar como determinantes (quantificadores existenciais, universais e interrogativos), mas também podem ter um comportamento misto, precedendo o nome ou substituindo o grupo nominal (quantificadores numerais). Se a distinção determinante/quantificador tem apenas uma base semântica, como evitar a mera memorização de definições (e de listas de palavras) no trabalho de explicitação com os alunos?
Já em relação aos pronomes indefinidos, o DT não fixou qualquer alteração relativamente à tradição gramatical, ao associar na mesma subclasse o uso pronominal dos determinantes indefinidos e dos quantificadores existenciais, universais e interrogativos. A base semântica, relevante para fixar a quantificação nominal, não foi aqui considerada.
Tenho, pois, as maiores dúvidas sobre a condução de um processo de observação que permita tirar conclusões e sistematizar as propriedades das classes e subclasses em apreço:
Determinante indefinido vs. pronome indefinido
Vieram [outros] alunos./Vieram [outros].
Mas... quantificador (existencial/universal) vs. pronome indefinido
Vieram [alguns] alunos./Vieram [alguns].
Vieram [todos] os alunos./Vieram [todos].
Sempre... quantificador numeral
Vieram [dois] alunos./Vieram [dois].
Espero ter conseguido explicar as minhas dúvidas. Obrigada pela atenção.
É correcta a expressão «cabelo peroxidado», ou deve-se dizer «cabelo oxigenado»?
Saúdo o regresso do nosso Ciberdúvidas. Ele faz falta a quem, diariamente, há anos, se lhe habituou à companhia.
1. Pequeno comentário à seguinte resposta vossa:
«a palavra queijo, apesar de não ter uma concretização lexical na segunda oração, acaba por estar presente de forma subentendida: «Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um [queijo].»
— Logo, aquele segundo um seria artigo indefinido, como o primeiro.
Não seguimos tal opinião. Os pronomes estão sempre em vez duma palavra que, ausente, poderia estar presente. Mas, porque o não estão, é que há pronomes.
Se fosse válido este princípio do Ciber, desapareceriam os pronomes possessivos, demonstrativos e muitos indefinidos. E eles fazem falta ao estudo da frase.
A análise categorial tem de ser capaz de atribuir categoria às palavras da frase — independentemente daquelas que lá poderiam estar.
2. Embora seja aceitável (?) a classificação daqueles um como determinantes artigos indefinidos, é minha opinião que se trata de dois quantificadores, sendo um adjectival e outro pronominal.
«Eu comprei um queijo, e tu ainda me deste um» [Fiquei com dois].
3. Porque tenho muito respeito pelo trabalho dos colegas, só discordo se propuser uma alternativa. É o que faço agora:
«Eu comprei um queijo...»
— um: quantificador adjectival determinativo (numeral cardinal)
«e tu ainda me deste um»
— um: quantificador pronominal (numeral cardinal).
Justificação:
Os quantificadores constituem uma categoria gramatical de cariz predominantemente semântico que, no entanto, lhes não cumula a função. Na realidade, eles desempenham uma função transversal a diversas categorias de palavras, e podem ser quantificadores adjectivais, pronominais e adverbiais.
Na análise categorial, é nossa opinião que deveremos sempre referir a classe própria: quantificador, seguida da classificação categorial complementar.
Foi o que fizemos na descrição proposta.
Eu teria muito gosto em discutir esta análise com o Autor da resposta — eu não sou dono da Verdade! — mas não é — não tem sido — esse o entendimento do Ciber, e só me resta aceitar.
Gostaria de saber se é gramaticalmente correcto dizer, por exemplo, «Não é por as gerações...»?
Ou dever-se-á apenas dizer: «Não é pelo facto das gerações...»?
A utilização do por é correcta?
Obrigada.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações