DÚVIDAS

Verbos com regências diferentes
Como se faz a enumeração de nomes/verbos com regimes preposicionais diferentes numa frase sem alterar a ordem dos verbos/nomes? Qual das seguintes opções está correta? «Os alunos aprendem a entender, lidar com e resolver os problemas.» Ou «Os alunos aprendem a entender, lidar e resolver os problemas»? «O estudo procura verificar se há uma identificação com ou alheamento aos valores atuais por parte dos jovens.» Ou «O estudo procura verificar se há uma identificação ou alheamento aos valores atuais por parte dos jovens»?
Concordância e silepse: «pai e filha assomaram a(s) cabeças(s)»
Desde já, quero agradecer-lhes pela excelente dedicação com que respondem às nossas dúvidas. A minha questão refere-se ao uso de algumas palavras no plural. Por exemplo: «Ainda que revelassem alguma apreensão, pai e filha assomaram as cabeças para o interior e adentraram o compartimento.» Segundo esta frase, poderia substituir-se «cabeças» por «cabeça», ou ficaria ambíguo? «Ainda que revelassem alguma apreensão, pai e filha assomaram a cabeça para o interior e adentraram o compartimento.» A mesma dúvida surge com outras palavras, como «sorriso/ coração/alma, mente/ espírito»: «Depois de ter passado muito tempo nesse estado depressivo, os amigos recuperaram os sorrisos», ou «Depois de ter passado muito tempo nesse estado depressivo, os amigos recuperaram o sorriso»? «A Júlia e a Maria sentiam muita tristeza nos corações/ almas/ mentes/espíritos», ou «A Júlia e a Maria sentiam muita tristeza no coração/ alma/ mente/espírito»? Obrigado!
Discurso indireto: futuro do indicativo e condicional
Fiquei responsável de redigir uma ata de reunião e corrigiram o tempo verbal associado à passagem para o discurso indireto. A frase era mais ou menos a seguinte: «As professores X e Y comunicaram que, no dia Z, seria feita a entrega de prémios do concurso de poesia.» Escrevi "seria", usando o condicional, partindo do princípio de que devia respeitar as regras de transposição de discurso direto para indireto, assumindo que em discurso direto teria sido usado o futuro do indicativo. Saliento que a ata foi lida e aprovada na reunião seguinte, portanto depois do referido evento (a entrega de prémios) já ter sido realizado. Consultei as gramáticas de referência, como a da Gulbenkian, e percebi que de facto, por vezes, as regras mais "clássicas" não devem ser aplicadas, mas não encontrei qualquer regra que justifique que tenham corrigido "seria" e passado para "será". Há alguma regra que eu desconheça e que faça com que esta correção esteja correta? Agradeço muito se me puderem responder, porque estou tentada a continuar a escrever no condicional, quando se tratar da citação em discurso indireto sobre algo que se prevê para o futuro. Obrigada.
O género de subcomandante
É sabido que algumas profissões aparecem nos dicionários como «nome masculino». Embora comandante seja um nome com dois géneros, subcomandante aparece em alguns dicionários como masculino (como no caso da Infopédia). A minha dúvida é a seguinte: Se realmente o género de subcomandante é apenas masculino, como se deveria chamar a uma mulher que ocupa esse cargo? «A Isabel é o subcomandante da marinha» ou «A Isabel é a subcomandante da marinha»?
Garantir com indicativo ou conjuntivo
Agradecia que me clarificassem quando «garantir que...» pede conjuntivo. As seguintes frases não me parecem corretas: a) «Como vamos garantir que todos os que nos procuram serão tratados com a dignidade e a humanidade que merecem?» Não devia ser «SEJAM tratados»? b) «Como garantir que a inteligência artificial será ética e segura?» c) «Temos agora de garantir que os governos respondem à chamada.» d) «Como garantir que Portugal ficará pobre para sempre?» Obrigadíssima.
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