O historiador judeu Yosef ben Matityahu, ao se tornar cidadão romano, adotou o nome latino de Titus Flavius Josephus, com o qual escreveu vários clássicos da historiografia universal.
Ao ser aportuguesado (em português moderno), o seu nome romano só poderia ficar Tito Flávio José. Deveria, portanto, ser deste modo que nós, os lusoparlantes, teríamos de nos referir a ele ou, abreviadamente, apenas como Flávio José.
De qualquer forma, por descargo de consciência, indago a vós, infalíveis consultores, se a forma Tito Flávio Josefo e sua abreviação, Flávio Josefo, a qual é mais usual, têm cabimento no português moderno falado por nós todos.
Lembro-vos que em português hodierno temos apenas Josefa como feminino de José, o qual é o correspondente do prenome latino de origem hebraica Josephus.
Muitíssimo obrigado.
No 1.º ano do 1.º ciclo, como se ensina às crianças a divisão silábica de, por exemplo, carro, sossegado, pêssego, etc.? De acordo com o manual Pasta Mágica, a divisão silábica surge como aprendi na antiga 1.ª classe: guitarra — gui/ta/rra. Contudo, a professora do meu filho faz exercícios em que considera esta divisão errada, pois separa as palavras da seguinte forma: gui/tar/ra; car/ro; sos/se/ga/do; pês/se/go. Não estará a professora a fazer confusão com translineação? Creio que a um nível de 1.º ano do 1.º ciclo as crianças aprendem a noção de sílaba em termos fonéticos e não em termos gráficos (aqui, sim, será a translineação). O importante neste nível de aprendizagem é que a criança tenha a noção de separação baseada no som. Será que eu e as pessoas da minha geração aprendemos mal e o manual escolhido pelo colégio onde está o meu filho está errado? Será que algo mudou na nossa língua em termos de divisão silábica e não dei por isso? E aqui reforço que, no meu tempo de estudante, aprendi que uma sílaba é um fonema (som) ou um conjunto de fonemas (sons) pronunciado numa só emissão de voz. Assim, a palavra guitarra, dividida silabicamente, será gui/ta/RRA, pois os dois rr são um mesmo fonema (som). Será que até na minha formação universitária nas cadeiras de linguística me enganaram?! A noção de translineação, salvo erro, será iniciada ou em fins do 2.º ano ou no 3.º ano do 1.º ciclo, e aí, sim, a palavra será separada gui/tar/ra, mas já não será em termos fonéticos mas gráficos. Esclareçam-me, por favor, esta dúvida.
Uma antiga professora minha, que tropeçava em alguns estrangeirismos quando ia escrevê-los, sempre nos dizia que era permitido a qualquer falante de português aportuguesar palavras estrangeiras. De fato há uma regra que permita isso explicitamente? Além disso, aproveito para perguntar algo que pode ser um tanto ou quanto profético, mas ainda assim acho útil: por que anglicismos mais recentes, como "download", "delivery" ou "marketing", não foram ainda aportuguesados ("daunloude", "delíveri" e "márquetim"), enquanto, no passado, anglicismos como "pênalti" e "revólver" foram adaptados poucas décadas depois de seu primeiro emprego?
Gostaria de saber porque é que os sons "pl" em latim foram trazidos para o português na forma "ch".
Exemplos:
Plus -> Chus («Mais»)
Plumbus -> Chumbo
Pluvia -> Chuva
Qual o significado desta mudança que a mim me parece tão radical?
É verdade que, no português europeu, a palavra ideia rima com aldeia e que nas palavras paranoico, asteroide, europeia não há ditongo aberto, como no Brasil?
Obrigada.
Embora hoje em dia já não se acentuem as palavras do mesmo modo, tenho uma dúvida quanto à correcta forma de escrever orgânico.
Se órgão de organismo se diferencia de "orgão" de igreja, tal como a «"côr" verde» se distingue de «saber de cor», resta-me então saber se deve-se, ou não, escrever "órgânico", com acento na primeira vogal?
Gostaria de saber onde está a sílaba tónica da palavra Franquelim.
Obrigada.
Pedia que me esclarecessem o seguinte:
Na Bíblia, ou melhor, no Evangelho (cfr. Jo 1, 42), Jesus disse a Simão Pedro, o primeiro papa, que ele, a partir daquele momento, chamar-se-ia Pedro (do grego Πετρός), isto é, «pedra»: a pedra angular da Igreja. Em aramaico, que era a língua falada por Cristo, diz-se Kkēifá’ (כֵּיפַא). Por sua vez, em hebraico diz-se Kkēf (כֵּף). A tradução deste vocábulo aramaico para o grego é Kefás (Κηφα̃ς). Por sua vez, em latim é traduzido por Cefas e em português é também Cefas. A minha dúvida reside nisto: como se deve ler correctamente em português Cefas? Com um c de cenoura ou com um q de quinta? É que no original aramaico o c de Cefas é lido com um q. Eis a minha dúvida. Mas, por sua vez, em latim, que é, dentre destas, a língua mais próxima do português, Cefas lê-se com um c de cenoura.
Deve escrever-se "toxicodependente", ou "toxico-dependente"?
Que acentuação?
Que pronúncia?
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