DÚVIDAS

O aportuguesamento de vocábulos estrangeiros
Uma antiga professora minha, que tropeçava em alguns estrangeirismos quando ia escrevê-los, sempre nos dizia que era permitido a qualquer falante de português aportuguesar palavras estrangeiras. De fato há uma regra que permita isso explicitamente? Além disso, aproveito para perguntar algo que pode ser um tanto ou quanto profético, mas ainda assim acho útil: por que anglicismos mais recentes, como "download", "delivery" ou "marketing", não foram ainda aportuguesados ("daunloude", "delíveri" e "márquetim"), enquanto, no passado, anglicismos como "pênalti" e "revólver" foram adaptados poucas décadas depois de seu primeiro emprego?
A pronúncia de Cefas
Pedia que me esclarecessem o seguinte: Na Bíblia, ou melhor, no Evangelho (cfr. Jo 1, 42), Jesus disse a Simão Pedro, o primeiro papa, que ele, a partir daquele momento, chamar-se-ia Pedro (do grego Πετρός), isto é, «pedra»: a pedra angular da Igreja. Em aramaico, que era a língua falada por Cristo, diz-se Kkēifá’ (כֵּיפַא). Por sua vez, em hebraico diz-se Kkēf (כֵּף). A tradução deste vocábulo aramaico para o grego é Kefás (Κηφα̃ς). Por sua vez, em latim é traduzido por Cefas e em português é também Cefas. A minha dúvida reside nisto: como se deve ler correctamente em português Cefas? Com um c de cenoura ou com um q de quinta? É que no original aramaico o c de Cefas é lido com um q. Eis a minha dúvida. Mas, por sua vez, em latim, que é, dentre destas, a língua mais próxima do português, Cefas lê-se com um c de cenoura.
Etimologia e fenómenos fonéticos de atum e mão
Gostaria de colocar dúvidas que considero pertinentes, pois um dos meus discentes ficou confuso e eu também. Lecciono o 9.º ano pela sexta vez e nunca me tinham ocorrido "problemas" com esta matéria. Em constante aprendizagem... A dúvida surgiu devido à palavra latina thunum, que depois originou atum nos nossos dias. Poderia explicitar os fenómenos que ocorrem com esta palavra? E no caso da palavra manu, que passou para mão? Sei que sucedeu uma nasalação por influência do n, mas depois esta desaparece e dá-se uma síncope? Já agora, como sabemos que fenómeno ocorreu primeiro e sucessivamente? Há algum modo de o saber? Agradeço desde já a sua colaboração.
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