No caso em apreço, todos os pronomes pessoais de segunda pessoa desempenham a mesma função sintática: a função de complemento direto.
As formas diferentes que os pronomes apresentam resultam de uma exploração das suas possibilidades de colocação na frase, o que contribui para o aparecimento do pleonasmo e de uma certa musicalidade associada à aliteração1.
Assim, a forme te surge em posição proclítica (antes do verbo). Esta é uma colocação típica da linguagem coloquial na variante brasileira do português. A mesma forma te surge em posição enclítica (depois do verbo), uma colocação típica da variante europeia do português. Por fim, a forma preposicionada «a ti» constitui um caso de redobro do pronome clítico. Trata-se de uma construção de reforço introduzida pela preposição a que desempenha a mesma função do pronome que repete. Por essa razão, o sintagma «a ti» desempenha também a função de complemento indireto.
Disponha sempre!
1. Note-se, porém, que, numa perspetiva normativa, o uso do pronome aqui apresentado é redundante, pelo que não se recomenda.